A captação de recursos financeiros pode ser repleta de incertezas, mas quando o negócio supera o estágio inicial - passando a trilhar um caminho para consolidar-se no mercado -, os desafios para crescer tendem a ficar cada vez mais complexos.
Com o avanço das startups, principalmente as de tecnologia, uma das modalidades de investimento que mais se popularizou nos últimos anos foi a de venture capital ou capital de risco, que tem como objetivo ajudar empresas (principalmente em estágio inicial) a se desenvolverem.
Nomes como Apple, Tesla e AirBnb, receberam esse tipo de investimento, ajudando a tornar a modalidade ainda mais conhecida. Segundo dados do Statista, em 2021, o valor dos investimentos em venture capital nos Estados Unidos foi de aproximadamente US$ 333 bilhões, quase o dobro do que foi investido em 2020.
Apesar do sucesso, venture capital é menos recomendado para empresas que não crescem de maneira acelerada e acima da média, reforçando que o tipo de investimento escolhido deve estar em sinergia com as características do negócio.
Por isso, neste artigo, separamos algumas dicas que podem ajudá-lo a captar o investimento que sua empresa precisa, não apenas aquele que deseja.
Crescer um negócio pode envolver inúmeros desafios e ter sucesso ou não, é relativo, considerando os objetivos de cada empresa. Independentemente de qualquer particularidade, não há dúvidas de que para tirar uma ideia do papel e expandir é necessário algum investimento, capaz de suportar planos e estratégias de crescimento.
O bootstrapping, por exemplo, modelo que utiliza capital do próprio fundador ou dos sócios para começar o negócio, é uma abordagem bastante utilizada para dar o pontapé inicial na operação, mas não é a única.
As opções mais comuns para captar dinheiro para um negócio, são:
Vale destacar que não existe uma fórmula para captar dinheiro e crescer, as oportunidades devem ser consideradas de acordo com os objetivos de cada negócio. O ideal é sempre buscar possibilidades com foco em tornar a companhia mais competitiva e resiliente.
Uma das alternativas mais conhecidas, os empréstimos bancários são feitos por contrato. De acordo com uma série de requisitos pré-definidos, a empresa recebe determinado valor da instituição financeira com uma razoável taxa de juros.
Ao compartilhar o protótipo de um produto e conquistar pré-compradores, o financiamento coletivo em sites de crowdfunding pode ser a maneira ideal de provar que há uma demanda pelo seu produto ou serviço e realmente começar um negócio.
Os investidores-anjo podem ser empresários, executivos e empreendedores que investem seu próprio dinheiro em iniciativas empreendedoras que captam sua atenção.
Considerado um tipo de private equity, o capital de risco (VC) é um financiamento fornecido a startups e pequenas empresas com alto potencial de crescimento extraordinário. O capital de risco geralmente vem de investidores ricos, bancos de investimento e qualquer outra instituição financeira.
Muitas aceleradoras de startups oferecem investimento em dinheiro em troca de alguma fatia da empresa e algumas são voltadas especificamente para determinados setores e segmentos. Nem todas as soluções envolvem financiamento em dinheiro mas promovem a aceleração da startup promovendo um networking de alto nível, ajudando o negócio a progredir.
Empresas de impacto social podem recorrer a fundos de impacto para começarem a operar. Essa nova classe de ativos, em geral, é fruto de iniciativas de impacto social, como organizações sem fins lucrativos que arrecadam fundos para impulsionar soluções desse modelo.
Quando um negócio está em seus estágios iniciais, por exemplo, é comum que sua prioridade seja concluir o MPV e conquistar os primeiros clientes, mas à medida que atinge esses objetivos, é preciso começar a pensar em como consolidar o sucesso e aumentar a receita.
Nesse sentido, alternativas como bootstrapping e financiamento coletivo, ainda que essenciais para o progresso inicial, precisam dar espaço para novas abordagens e estratégias, é o caso do crescimento orgânico e inorgânico, conceitos explicados a seguir:
O crescimento orgânico é uma estratégia que visa ampliar a atuação de uma companhia gradativamente e utilizando recursos próprios. Ou seja, graças ao maior volume das atividades desenvolvidas pela própria companhia e que são constantemente aprimoradas, é possível aumentar as vendas e conquistar cada vez mais market-share.
O crescimento inorgânico, por sua vez, visa o crescimento empresarial através de novas lojas/filiais, alianças estratégicas, empreendimentos conjuntos, e principalmente, através de processos de fusões e aquisições.
Embora o crescimento inorgânico possa ser mais rápido, seu nível de complexidade tende a ser maior, afinal, integrar negócios/incrementar recursos externos pode levar tempo, o que impacta diretamente nas implicações de uma fusão ou aquisição.
A sigla M&A ou F&A (fusões e aquisições) em português, indica duas opções de operações societárias nas quais duas ou mais empresas se consolidam.
Portanto, empresas que optam pelo crescimento através do M&A - utilizando assim uma estratégia de crescimento inorgânica -, devem estar preparadas para lidar com um alto nível de complexidade, mas também, com benefícios significativos, entre eles:
Para ilustrar como o M&A pode ser uma estratégia fundamental para o crescimento de um negócio a médio e longo prazo, utilizaremos como case uma aquisição realizada pela Amazon em 2022 - a compra da iRobot.
Desde o lançamento do Echo Dot em 2016, a empresa fundada por Jeff Bezos está comprometida em fortalecer seu ecossistema para smart homes e ao adquirir a iRobot por US$1.7 bilhões, deu mais um passo rumo a esse objetivo.
A iRobot, empresa focada na criação de produtos de limpeza inteligentes, ficou conhecida por fabricar o popular aspirador de pó Roomba, um produto valioso para o portfólio da Amazon não somente por sua funcionalidade, mas por se relacionar diretamente com o que a empresa prioriza desde que foi fundada: dados.
Além de aspirar, o Roomba utiliza uma tecnologia de navegação avançada para se orientar, assim, pode saber o tamanho da residência, esbarrar em legos ou ainda, nunca “bater” em móvel nenhum, o que significa saber sobre renda familiar, a presença de crianças ou não e até, se falta móveis.
Considerando que a premissa para uma casa inteligente é a capacidade de fornecer informações, ao adquirir o Roomba, a Amazon passa a conhecer a planta da casa dos consumidores, acessando dados que podem melhorar consideravelmente sua capacidade de segmentação e personalização - impactando anúncios, comportamento de compra e mais.
Além disso, a aquisição da iRobot tende a impulsionar um outro produto, o Astro - primeiro robô doméstico da companhia. Ideal para monitoramento, o Astro é capaz de verificar remotamente “salas, pessoas ou coisas específicas”. Além disso, disponibiliza alertas caso detecte uma pessoa ou sons desconhecidos “quando você estiver ausente”.
Apesar do potencial, o Astro ainda não atende às expectativas do consumidor e a aquisição pode reviver seu potencial, uma vez que a iRobot inclui em seus produtos uma tecnologia chamada “Smart Maps”.
Em resumo, o M&A pode ser uma maneira de potencializar sua atuação. A Amazon desenvolveu seus próprios produtos inteligentes, mas ao buscar maneiras mais eficientes de crescer, encontrou na aquisição uma maneira de fortalecer seus esforços individuais, afinal, a tecnologia da iRobot já estava pronta.
M&A: alavanque os resultados e acelere o crescimento de sua empresa
Como vimos, captar investimentos é vital para qualquer negócio e deve ser uma prioridade desde o começo.
No entanto, à medida que o nível de maturidade da empresa aumenta, é preciso continuar a procura de novas possibilidades - investindo e buscando novas avenidas de crescimento. Nesse sentido, o M&A pode ser uma possibilidade de unir forças em um mercado que tende a se tornar cada vez mais competitivo.
Ao optar por essa estratégia, além de aumentar a receita e as margens de lucro, podemos diminuir riscos e realizar melhorias significativas no modelo de negócios.
Apesar das vantagens, fusões e aquisições tendem a ser complexas, e além de se prepararem para uma mesa de negociação, é fundamental que as empresas apresentem um nível de crescimento e fluxo de caixa já estáveis antes de discutirem oportunidades com potenciais compradores e investidores.
Lembre-se, as necessidades de uma empresa em estágio inicial são diferentes de quando já possui market-share ou é líder de seu segmento/mercado, portanto, pensar na maneira ideal de crescer em determinado momento, pode ser o que diferencia uma companhia de sucesso daquela que fecha as portas.
O M&A (Fusões e Aquisições), é uma das formas que as empresas que mais crescem no mundo conseguem ganhar mercados e diluir riscos, e se você deseja aprender a estratégia para identificar as avenidas de crescimento que vão perpetuar seu negócio no mercado, conheça a Imersão G4 M&A do G4 Educação.