Contemplando mais de uma categoria, os carros elétricos da Renault pretendem atender diferentes necessidades. O plano visa popularizar os veículos elétricos que, até então, representam somente 2,4% dos veículos licenciados no país,o equivalente a pouco mais de 100 mil unidades, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
É comum que um mercado emergente traga consigo inúmeras oportunidades, e com o setor elétrico não é diferente, uma vez que ele movimenta bilhões. A projeção é que em 2022 a receita do mercado de EVs (Electric Vehicle) atinja US$384 bilhões e até 2027, US$869,30 bilhões, de acordo com dados do Statista.
Contudo, ao passo que contempla inúmeras possibilidades subaproveitadas, sempre enfrentou desafios que o impediram de realmente progredir.
Até a Tesla lançar o Roadster, o conceito de um carro 100% elétrico lutava para deixar o mundo das ideias e se consolidar como uma alternativa viável, capaz de competir com veículos movidos à gasolina.
Com o lançamento, a empresa co-fundada por Elon Musk conseguiu provar que o futuro da mobilidade não estava nos combustíveis fósseis, impulsionando todo o setor. Contudo, isso aconteceu em 2008, ou seja, é bastante recente, e de lá para cá, o mercado evoluiu de maneira expressiva.
Impulsionado pela tecnologia, comportamento do consumidor e principalmente pela regulamentação, os veículos elétricos vêm progressivamente ganhando espaço, provando que são capazes de performar tão bem quanto um modelo tradicional, e ano a ano os dados reforçam essa evolução em todo o mundo.
Com montadoras adotando metas de vendas de EVs, a adoção do público é acelerada de maneira consistente. Em 2021, por exemplo, os carros elétricos conquistaram a maior participação de mercado global até então, de 6,2%.
Nos Estados Unidos, as vendas aumentaram mais de 40% ao ano desde 2016 e em 2021 também atingiu recorde de vendas, com uma participação de 3,5%. O cenário nacional também vem expandindo. Segundo a ABVE o mercado cresceu 47% em relação a 2021 e no mesmo ano, um pouco mais de 34 mil unidades de carros 100% elétricos e híbridos foram vendidas, 77% a mais que em 2020.
Com uma mentalidade mais favorável aos EVs, uma parcela cada vez maior de compradores está inclinada a considerar a compra de um veículo elétrico em um futuro próximo: nos EUA a taxa fica entre 10% e 30%, na Europa, entre 40% e 60% e na China o número é ainda mais animador, chegando a 70%.
Embora o mercado brasileiro esteja razoavelmente atrás se comparado a esses mercados, se depender da montadora francesa, só tende a expandir: somente na Europa os carros elétricos da Renault representaram 36% das vendas de automóveis no primeiro semestre deste ano.
Assim como a Tesla entendeu que precisava desenvolver uma base tecnológica sólida para demonstrar todo o potencial do carro elétrico, a Renault compreende que no atual nível de maturidade do setor, o consumidor já entende a proposta de valor dos eletrificados, mas ainda luta para comprá-los.
Nesse cenário, os esforços devem se voltar a tornar a escolha mais descomplicada, desenvolvendo estratégias capazes de tangibilizá-la. Desse modo, o desafio agora é entregar conveniência, comodidade e menos atritos na hora da aquisição, olhando com atenção para o fator financeiro.
Segundo dados da IHS Markit citados em um conteúdo da Mckinsey, estimativas indicam que até 2025 cerca de 65 novos modelos de EVs de médio e grande porte chegarão ao mercado americano, o que é fundamental para acelerar a adoção pelos consumidores, uma vez que ter opções é imprescindível. A expectativa é que o mesmo aconteça ao redor do mundo.
Contudo, para o que o setor funcione efetivamente, é necessário mais que expandir os modelos, é preciso que haja uma sinergia de ponta a ponta.
Isso significa investir tempo e esforço na criação de um ecossistema de mobilidade - dos fabricantes a estações de recarga que viabilizem essa troca, visando o conforto, a praticidade e o investimento - em suma, um negócio atrativo para o consumidor.
Neste sentido, a Renault está adotando iniciativas que criam certa coesão entre suas soluções, visando um público amplo com necessidades e poder de compra distintos, diferente da abordagem adotada em 2018, ano que marcou a primeira tentativa da Renault no mercado de elétricos.
Lançado em um momento diferente, o compacto elétrico Zoe (2018), não foi tão atrativo. O consumidor ainda estava entendendo como funcionava “carregar” um carro e teve dificuldade de ver valor em um hatch com preço tão acima da média - o modelo custava R$149.000. Apesar disso, o Zoe já está em sua segunda versão e é vendido a partir de R$239.990.
Desse modo, a estratégia não é a primeira tentativa da Renault no mercado de elétricos, mas é a primeira focada em atingir um público abrangente. Além de eletrificar categorias chave, como subcompacto, sedã médio e utilitários, a montadora está planejando encorajar a utilização de veículos elétricos através de um modelo de assinatura.
Uma das iniciativas mais relevantes contempladas pela estratégia da Renault é o lançamento da versão elétrica do Kwid, um dos subcompactos mais populares do país.
A categoria envolve veículos menores que a média e ainda assim, eficientes e econômicos. Com dimensões reduzidas, estacionar e se locomover no dia a dia é mais fácil, e seu consumo também tende a ser menor.
Embora o preço não possa ser comparado a versão do Kwid movido à gasolina, que inclusive é o subcompacto mais barato do Brasil, o Kwid E-Tech, também ocupa a primeira posição na lista de EVs mais baratos do país:
A fim de diminuir atritos ao longo da experiência com os EVs, o carregamento pode ser feito utilizando wallbox de corrente alternada (AC), carregadores de corrente contínua (DC) e também tomadas comuns.
Para carregar dos 15% até 80% é necessário apenas 40 minutos utilizando carregadores de corrente contínua (DC). Já em wallbox o tempo é um pouco maior, são necessárias quase 3h e em uma tomada doméstica de 220 volts, 8h57.
Outra ação estratégica é ama parceria entre a montadora e a Zarp Localiza, que promete ser fundamental para gerar ainda mais awareness: a colaboração proporcionará 200 unidades para motoristas que trabalham através do aplicativo de ride sharing Uber, em São Paulo.
Com previsão de lançamento em 2023, também será econômico, como divulgado pela própria Renault:
“Considerando R$ 6,20 o preço médio da gasolina no Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e o valor médio de 1kWh a R$ 0,66, o custo de um quilômetro rodado do Kwid E-Tech é de R$ 0,06. Esse mesmo quilômetro rodado custa R$ 0,41 em um veículo térmico equivalente”
Renault
Vendido no Brasil até 2012, o modelo passou por uma verdadeira renovação: se em sua primeira versão surgiu como um hatch e na segunda um sedã, o elétrico não faz parte de nenhuma das categorias anteriores: é um SUV, o primeiro elétrico da Renault.
A categoria SUV (Sport Utility Vehicle) ou em tradução livre veículo utilitário esportivo, tende a ser grande e espaçoso - o oposto da proposta compacta do Kwid, e pode se mostrar ideal para famílias ou motoristas que desejam mais conforto.
Além de ser o primeiro SUV elétrico, o modelo será responsável por estrear o novo logotipo da montadora no país, e o lançamento está previsto para o segundo trimestre de 2023. Apesar disso, já possui mais de 30 mil pedidos na Europa e também promete agradar os consumidores brasileiros, que tendem a preferir carros maiores e robustos.
De acordo com a Fenabrave, no primeiro semestre deste ano, quase metade dos carros novos vendidos no país pertencem a essa categoria, cerca de 46,5%. Ou seja, uma oportunidade considerável para ganhar a atenção do público.
Visando atender o setor empresarial, a Renault anunciou os veículos comerciais Kangoo e Master E-Tech, ambos para o segundo trimestre de 2023.
Embora alguns veículos de uso pessoal (incluindo o SUV), sejam considerados como utilitários, os modelos da Renault são considerados utilitários tradicionais, ou seja, ideais para transportar cargas e objetos mais pesados. O Kangoo, por exemplo, terá uma capacidade de carga máxima de 800kg e o Master E-Tech não terá opção para transportar passageiros, somente carga.
A montadora disponibilizou 100 unidades do Kangoo elétrico para a Americanas S.A. A empresa de varejo tem o objetivo de neutralizar suas emissões de carbono até 2025 e com os utilitários, passou a ter uma frota de 500 veículos elétricos, incluindo bikes, tuk-tuks e automóveis.
Estima-se que as 100 unidades ajudarão a Americanas a deixar de emitir 763 toneladas de CO2 por ano.
A parceria vislumbra uma atuação conjunta entre montadoras e empresas que também estão com metas de net zero ambiciosas, e que de certo modo, ajudam a fortalecer o ecossistema elétrico.
Embora os veículos elétricos estejam se tornando mais baratos, no Brasil seu valor ainda é considerado alto (um carro premium), o que ainda é um obstáculo para sua aquisição por grande parte dos consumidores.
Para preencher esse gap, o Renault on Demand é o serviço de assinatura mensal da Renault que possibilita utilizar os veículos por um valor mais acessível.
O cliente deixa de investir mais de 100 mil no Kwid E-Tech por exemplo, e através da assinatura, consegue dirigi-lo por pouco mais de três mil por mês (assinando um plano de 48 meses com 1.000 quilômetros por mês). O Renault on Demand inclui alguns serviços, como:
Além de diminuir os custos, o serviço de assinatura é uma ótima maneira de aproximar o público dos carros elétricos de maneira ainda mais ampla. É fundamental também para a educação do consumidor, que apesar de já estar mais ciente sobre a dinâmica dos elétricos, se sente ainda mais seguros ao longo da experiência, o que pode impulsionar ainda mais a transição dos carros tradicionais para os elétricos.
Até 2035 os maiores mercados automotivos serão totalmente elétricos, principalmente pela regulamentação e metas voltadas ao net-zero. Os Estados Unidos, por exemplo, possui uma meta de 50% de eletrificação até 2030, e em paralelo, investirá em infraestrutura capaz de suportar essa mudança, como estações de recarga e metas mais duras de emissões.
Diante desse cenário, a Renault criou um planejamento capaz de se comunicar com fatias estratégicas e amplas do mercado, desde os compactos, aos SUVs, incluindo as empresas que também precisam atingir suas metas de descarbonização. Além disso, tendo em mente que um dos maiores desafios da adoção dos elétricos é o preço, a montadora se movimentou para resolver essa questão latente através de seu serviço de assinatura.
O futuro está se aproximando e ele parece cada vez mais sustentável. As empresas devem estar atentas ao comportamento do consumidor e ao ambiente externo que abriga uma série de novas oportunidades, aproveitando para criar estratégias que contribuirão para a construção de setores e produtos sustentáveis.
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