O que é edtech? Entenda a revolução da educação

O que é edtech? Entenda a revolução da educação

Por:
G4 Educação
Publicado em:
15/1/2022
Atualizado em:

Entenda mais sobre o que é edtech e sua revolução na educação que transforma os desafios do setor educacional em grandes oportunidades de negócio.

As problemáticas encontradas no setor educacional no Brasil são tão diversas e distintas quanto suas regiões geográficas, o que afeta diretamente o desenvolvimento social e econômico do país. Felizmente, quem sabe o que é edtech entende que ela tem tudo para mudar este cenário.

A chegada da pandemia em 2020 trouxe ainda mais dificuldades ao setor, principalmente para a adequação de espaço, conteúdo e metodologias aplicadas de modo tradicional para uma demanda remota e digital.

Nesse cenário repleto de desafios, a urgência por soluções e inovações em tecnologia traz à tona uma realidade muito otimista para o crescimento e percepção de relevância das edtechs, que conseguiram responder rapidamente a essas demandas.

Segundo o Mapeamento Edtech 2020, feito pela Abstartups e pelo CIEB, houve um crescimento de 26,1% de edtechs no ano de 2020 em comparação à pesquisa realizada em 2019, um salto de 449 para 566 empresas ativas no Brasil.

63,8% das edtechs brasileiras mantiveram ou aumentaram seu faturamento em 2020, além do fato de que a maior parte (88,8%) não precisou demitir funcionários durante a pandemia e, inclusive, 40% delas contrataram novos profissionais durante o ano.

Em relação ao mercado global de edtech, entre o período de 2019 e 2020, houve um crescimento de 14% do faturamento, apresentando uma receita aproximada de US$ 186 bilhões em 2020 e a expectativa de faturamento de US$ 404 bilhões até 2025, segundo o 2020 EdTechX Global Report.

Com números que chamam tanta atenção, compreender o que é edtech e como suas soluções estão transformando o cenário educacional é extremamente relevante para entender como ela pode ser uma solução em termos de disseminação, facilitação e interação para as partes envolvidas.

O que é edtech?

O termo edtech é uma abreviação de education technology (tecnologia educacional). Ele é utilizado para denotar soluções que aliam tecnologia para potencializar a jornada de aprendizado dos educandos.

De maneira análoga à maneira que as fintechs conseguiram revolucionar o mercado financeiro e a estrutura tradicional dos bancos, as edtechs transformam o modelo tradicional de ensino com o uso de tecnologias.

Uma edtech também pode ser uma startup, desde que seus negócios tenham modelos escaláveis e replicáveis, o que os permite promover grandes inovações e modificações frente às lacunas do setor educacional.

A característica mais marcante de uma edtech é o uso da tecnologia como ferramenta de facilitação dos processos envolvidos na aprendizagem e a melhoria do sistema de ensino.

Quais são os tipos de edtech?

Depois de entender o que é edtech, é importante saber que as soluções oferecidas por elas são bastante diversificadas e não se limitam apenas às melhorias no ensino e aprendizagem, pois também podem oferecer ferramentas e recursos para melhorar a eficiência da gestão administrativa de ensino.

Segundo o estudo Distrito EdTech Report 2020, as 559 edtechs mapeadas podem ser divididas em sete grandes categorias, com a seguinte participação percentual de cada uma delas:

  1. Ensinos específicos (22,4%)
  2. Novas formas de ensino (22,2%)
  3. Plataformas para a educação (20%)
  4. Ferramentas para instituições (17,5%)
  5. Foco no estudante (11,1%)
  6. Conteúdo educativo (4,1%)
  7. Financiamento do ensino (2,7%)

1. Ensinos específicos

Dentro dessa categoria, como o próprio nome sugere, as plataformas e inovações tecnológicas são voltadas para áreas de conhecimentos específicos, como por exemplo, idiomas, tecnologia, finanças e negócios.

A maior representação de edtechs mapeadas no estudo presentes nesse segmento traduzem o quanto as instituições tradicionais de ensino apresentam deficiências em relação a capacitação profissional e técnica.

Dentre as maiores deficiências pode-se destacar o custo, a dificuldade de acesso e os longos períodos de tempo para a finalização de uma especialização.

Por isso, as edtechs surgem como opções inteligentes e muito mais conectadas e alinhadas com o novo perfil de estudantes, empresários e profissionais que buscam flexibilidade e praticidade na sua jornada de aprendizado.

“O profissional não tem mais tempo para fazer um curso de meses ou anos. Além disso, o cenário muda muito rápido e evolui de forma exponencial.”
Tallis Gomes, fundador e mentor do G4 Educação


O nascimento do G4 Educação – uma edtech transformadora da educação executiva no Brasil segundo o Valor Econômico surge exatamente da percepção dessa lacuna de mercado com a falta de referências e conteúdos práticos para alavancar o empreendedorismo do Brasil.

2. Novas formas de ensino

Dentro dessa categoria, as soluções das edtechs buscam a inovação na forma de ensino, buscando a melhoria nos resultados de aprendizagem e no seu acesso, utilizando, por exemplo, a gamificação e a realidade virtual aumentada.

A realidade aumentada (AR), a realidade virtual (VR) e a realidade mista (MR) já impactaram positivamente diversos setores, como a saúde e entretenimento.

No setor da educação, o uso dessas ferramentas significa o acesso a informações visuais e a oportunidade de praticar a teoria aprendida em um ambiente simulado, solucionando a grande lacuna da experiência prática e engajamento que os livros e métodos didáticos tradicionais nem sempre são capazes de fornecer.

A gamificação atinge diretamente uma das maiores dores do ensino tradicional: o engajamento dos alunos, uma vez que o jogo possui grande potencial de estimular e envolver os estudantes.

O incentivo da competição saudável e o feedback instantâneo fornecido pelos jogos motiva os alunos a continuar usando e aprimorando os conhecimentos e habilidades.

3. Plataformas para a educação

Dentro dessa categoria, as startups oferecem sistemas e plataformas para que outras empresas e profissionais consigam oferecer as suas soluções educacionais, como plataformas de EAD, plataformas de cursos e marketplaces de professores e alunos.

As soluções oferecidas por essas edtechs no formato das plataformas surgem da necessidade de empresas, instituições de ensino e instrutores em disseminar um conhecimento acessível, mas que não querem ou não possuem know-how para construção de um sistema próprio.

O marketplace de professores e alunos conecta professores qualificados com alunos buscando qualificação, uma vez que, em muitos casos, eles não sabem onde e como encontrar um ao outro.

4. Ferramentas para instituições

As ferramentas para instituições representam inovações tecnológicas em ferramentas e sistemas de gestão para instituições de ensino, gestão da comunicação, tecnologia para atividades em sala de aula e sistemas de análise de dados no ensino, por exemplo.

Essas ferramentas buscam suprir as lacunas presentes nas instituições no que tange a dificuldades de gerenciamento, falhas na comunicação entre alunos, responsáveis e instituições, falta de engajamento dos alunos com ensino tradicional e dificuldade em mensurar o real aprendizado dos alunos.

5. Foco no estudante

Essa categoria de edtech promove soluções focadas nas necessidades da rotina de estudo dos alunos e sua jornada de aprendizagem, como estudo e produtividade, preparação para vestibulares e concursos, vocação e carreira.

A elevada quantidade de informações e materiais de estudo que dificultam a priorização e foco do estudante e a concorrência em vestibulares e concursos são algumas das dores combatidas por esse segmento.

6. Conteúdo educativo

As startups desse segmento oferecem soluções em portais e serviços de curadoria, divulgação e produção de conteúdo.

Em comparação ao conteúdo tradicional de difícil disseminação e atualização, os conteúdos educativos em formatos de livros, vídeos e outros formatos digitais são facilmente editáveis, personalizáveis e sua divulgação é ilimitada.

Além disso, o grande volume de conteúdos existentes atualmente desencadeia a necessidade de curadoria para selecionar os melhores e mais assertivos entre eles.

7. Financiamento do ensino

O surgimento das edtechs do segmento de financiamento de ensino está diretamente relacionado a grande lacuna de acesso e democratização à educação.

Essas startups buscam criar melhores condições financeiras a partir de crédito estudantil, bolsas e crowdfunding, permitindo, assim, que um maior número de alunos tenha acesso a ensino de qualidade, mesmo que não tenham condições financeiras para arcar com isso naquele momento.

O impacto das edtechs no cenário educacional

O setor educacional é um dos mais relevantes sob a perspectiva do desenvolvimento socioeconômico, uma vez que o conhecimento é capaz de mudar totalmente a realidade de um indivíduo e de seu ecossistema.

O aumento da presença das edtechs no setor permite que o aprendizado transcenda um ambiente tradicional e rígido de aprendizado, permitindo maneiras mais flexíveis, práticas e inteligentes de aprender.

Essas novas formas de aprendizado estão muito mais conectadas com o novo perfil dos estudantes e profissionais, principalmente porque permitem mais rapidez e assertividade no processo de aprendizagem e o aumento do engajamento e interesse pelo conhecimento.

Como citado anteriormente, é grande o número de categorias de edtechs, e todas elas visam combater uma dor ou um conjunto de dores que todos os envolvidos sentem no cenário educacional, sejam alunos, professores, coordenadores, diretores ou outros profissionais.

As estatísticas trazidas no início deste artigo mostram como as edtechs estão sendo muito bem-sucedidas, já que ajudam a revolucionar este setor fundamental para qualquer sociedade e, além disso, na vida de cada indivíduo.

Além disso, um dos maiores impactos proporcionados pelas edtechs está voltado ao acesso, manutenção e democratização da educação, assunto crucial para que as oportunidades estejam disponíveis ao maior número possível de pessoas, o que, por sua vez, cria um motor de transformação socioeconômica.

Panorama das edtechs brasileiras

Ainda de acordo com o Mapeamento Edtech 2020, a distribuição de edtechs no Brasil, por região, é a seguinte:

  1. Sudeste: 58,7%
  2. Sul: 20,7%
  3. Nordeste: 10,4%
  4. Centro-Oeste: 8%
  5. Norte: 2,3%

Quando analisamos por estados com maior número de edtechs, os que lideram a lista são os seguintes:

  1. São Paulo: 37,8%
  2. Rio de Janeiro: 9,7%
  3. Minas Gerais: 9,5%
  4. Paraná: 7,8%
  5. Santa Catarina: 7,1%
  6. Distrito Federal: 6,4%
  7. Rio Grande do Sul: 5,7%
  8. Pernambuco: 2,7%
  9. Ceará: 2,5%
  10. Espírito Santo: 1,8%

Outro indicativo interessante vem da idade das edtechs, o que mostra como este conceito, embora esteja em alta, não é tão novo assim. A distribuição se deu da seguinte forma:

  • Menos de 1 ano: 4,4%
  • 1 ano: 7,3%
  • 2 anos: 12,7%
  • 3 anos: 13,3%
  • 4 anos: 10,1%
  • 5 anos: 11,1%
  • Mais de 6 anos: 41,1%

O público-alvo das edtechs também nos ajuda a entender quem, de fato, elas desejam atender:

  1. B2B: 41,5%
  2. B2C: 30%
  3. B2B2C: 25,8%
  4. B2G: 2,1%
  5. P2P: 0,4%

Em relação ao modelo de negócios, a maioria delas atua como SaaS (50%), seguido por venda direta (15,2%), clube de assinatura (8,1%), marketplace (6%) e licenciamento (4,6%).

Entre tantos pontos abordados, cabe destacar também que o segmento em que a maioria das edtechs atua é no da Educação Básica (37,2%), mas a Educação Corporativa (14%) representa uma parcela bem importante do todo.

Edtech: uma indústria em ascensão

O mercado das startups de tecnologia educacional segue em crescimento acelerado e ainda há muito espaço e oportunidades, visto as grandes lacunas e deficiências do sistema educacional tradicional e sua inevitável (e já existente) transição para a era digital.

Uma das principais características de uma startup está em seu modelo enxuto, escalável e replicável. Por isso, entender mais sobre Lean Startup é um dos primeiros passos para iniciar uma edtech com sucesso.

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