“Não saber o dia de amanhã”. É esse sentimento que tira o sono de milhares de empreendedores e empresários brasileiros, preocupados em como expandir operações, melhorar processos ou mesmo manter a empresa aberta, como fica claro no relatório “Visão 2024: Negócios no Brasil”. Lançado pelo G4 Educação, o material reúne pesquisas inéditas, análises de tendências que vão ganhar mais espaço a partir deste ano e entrevistas exclusivas com grandes nomes do mercado, como Stelleo Tolda, cofundador do Mercado Livre, e Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page Brasil.
Para entender o sentimento dos executivos e donos de negócios, assim como suas perspectivas para 2024, o report traz duas pesquisas diferentes. Na primeira, o G4 Educação aplicou recursos de Inteligência Artificial (IA) para analisar aproximadamente 6,5 mil transcrições de entrevistas com gestores e líderes de empresas brasileiras, feitas pelo time de especialistas em negócios da empresa. Essa amostra revelou as principais dores dos empresários brasileiros, considerando os desafios macroeconômicos que se refletem no dia a dia dos empresários.
Os resultados foram computados, organizados e avaliados por meio de tecnologias como tl;dv, Chat GPT 4.0 e o G4 AI, a Inteligência Artificial proprietária do G4 Educação.
O gráfico a seguir apresenta as principais dores dos empresários.
A principal dor dos empresários é a “Gestão de Pessoas, Cultura e Liderança” (31,9%), que pode ter reflexos desde a falta de clareza dos rumos da companhia até o engajamento das equipes. Uma observação mais atenta das dores mostra que os empresários estão sofrendo principalmente com os desafios ligados ao que chamamos de “arrumar a casa”. Ao somar com “Estruturação e Mapeamento de Processos” (17,8%), “Estruturação do Time e/ou da Área”, “Planejamento Estratégico” (5,1%), “Gestão de Tempo” (1,9%), “Estruturação de Metas e KPIs” (1,4%) e “Indicação de Ferramentas para o Negócio” (0,7%), vemos que 58,8% dos empresários sofrem com questões de eficiência das operações, perda de tempo dos colaboradores e, muitas vezes, a dificuldade em concentrar seus esforços – todas consequências diretas e indiretas de processos bem estruturados, cultura organizacional forte e uma gestão alinhada com os objetivos da companhia.
A análise das transcrições – que passaram inicialmente por uma solução “speech to text” até chegar à organização em categorias ou clusters – revelou ainda que as empresas estão preocupadas em crescer. Seja essa uma ambição declarada (12,7%), olhando para formas de vender mais (11,8%) ou encontrar novos canais de aquisição (3,9%), a expansão é o caminho natural. Mas chama atenção que um dos pilares do crescimento, que é melhorar a Experiência do Cliente (CX), apenas aparece com 1,1%.
Na segunda pesquisa que consta do relatório “Visão 2024: Negócios no Brasil”, o G4 Educação enviou um questionário curto para uma parte da base. Em dez dias, recebemos mais de 3500 respostas que foram tabuladas e analisadas. À primeira vista, o que chamou atenção foi o fato de que a grande maioria (51,8%) classificou o desempenho do negócio de forma positiva em 2023. Apenas 19% disseram que foi um ano ruim para a companhia.
Considerando que a mudança vem moldando o cenário macroeconômico – e, consequentemente, os negócios – havia uma preocupação em entender se os gestores e donos de negócios haviam tomado decisões com um bom nível de certeza. A pesquisa mostrou que, em uma escala de 0 a 10, na média o nível de certeza ficou em torno de 7. Olhando mais de perto para o recorte, os líderes à frente de empresas de maior porte atribuíram a nota 8 para o nível de certeza em suas decisões.
O melhor achado, porém, vem de como os empresários enxergam as possibilidades para 2024. Mais de 77% responderam que estão otimistas, frente a 5,4% que se disseram pessimistas (o restante respondeu que não sabia). Essa visão vai de encontro ao que o economista Paulo Guedes disse em sua palestra no G4 Valley, o maior evento de educação do G4 Educação. Guedes citou algumas das vantagens competitivas do Brasil e reforçou que o otimismo e a resiliência dos empresários brasileiros faz as coisas acontecerem.
"Às vezes, os negócios sofrem e quebram, mas a gente não desanima. O empreendedor vai para a batalha outra vez. E essa capacidade que os brasileiros tiveram é uma demonstração de um enorme potencial para o futuro”, afirmou Guedes, que esteve à frente do Ministério da Economia entre 2019 e 2022.
Para o economista Samy Dana, que se define como "cautelosamente otimista", os gestores à frente das pequenas e médias empresas podem encontrar oportunidades, aplicando uma visão mais estratégica em relação a seu mix de produtos. Para aqueles que estão começando agora, ele deixa um conselho: "Converse com potenciais clientes, escute o mercado. Só invista parte importante do seu patrimônio quando tiver convicção de que o mercado verá a sua solução com o mesmo entusiasmo que você”.
Samy Dana comenta dados do relatório "Visão 2024" nesta conversa com Bruno Nardon, cofundador do G4 Educação, no Papo de Gestão.
O economista Samy Dana também será o host do novo podcast Visão, que vai estrear no dia 4 de março. Ele vai discutir o cenário econômico, o que está agitando os mercados e trazer uma perspectiva diferente para quem faz negócios no Brasil.
Para mais detalhes sobre a perspectiva e sobre as pesquisas do relatório “Visão 2024: Negócios no Brasil”, clique aqui e leia o documento.