
Liderança liberal: definição, características e exemplos
O conceito de liderança liberal é um modelo de conduzir a sua gestão de maneira mais colaborativa e descentralizada. Entenda mais!
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13 min de leitura
Maria Isabel Antonini
28 de jan. de 2023 • Última atualização 14 de mai. de 2025 • 13 min de leitura
Você já ouviu falar do conceito de liderança situacional? É um modelo que visa mais flexibilidade na atuação do líder, de acordo com diferentes contextos. Alguns grandes nomes lideraram aplicando esse estilo, entre eles Jack Stahl, presidente da Coca-Cola de 1978 a 2000, Phil Jackson, técnico da NBA com 11 campeonatos conquistados, e até Steve Jobs.
Muitos conceitos tornaram-se fundamentais no mundo dos negócios, dentre eles, a liderança se destaca como um dos pilares de qualquer organização de sucesso.
Isso se dá, principalmente, pelo forte poder de influência dessa posição, que impacta diretamente a cultura organizacional. De acordo com um estudo da Gallup, gestores influenciam pelo menos 70% do engajamento dos colaboradores.
Embora exista um consenso sobre como exercer essa função com sucesso, existem diversos tipos de liderança a serem exploradas, com características e abordagens distintas. Uma delas é a liderança situacional.
A liderança situacional ou situational leadership, é um modelo de gestão centrado na capacidade do líder de se adaptar a qualquer contexto e circunstância interna ou externa. Esse modelo nasceu com a Teoria da Liderança Situacional desenvolvida por Paul Hersey e Ken Blanchard.
Resumidamente, a teoria se baseia na quantidade de direcionamento e na quantidade de apoio que um líder deve fornecer de acordo com a situação e o nível de maturidade da equipe.No estudo, o nível de maturidade é referenciado como readiness/performance readiness. O conceito é a combinação entre capacidade técnica e disposição do colaborador para realizar uma tarefa. Em tradução livre, refere-se a “facilidade” de realizar algo.
De maneira geral, esse estilo faz com que o líder adapte seu comportamento e atuação às necessidades de performance do time. Nesse sentido, age focado em fortalecer a relação com o liderado, atuando para apoiar suas necessidades de desenvolvimento.
Para obter êxito, existem alguns pilares fundamentais e que determinam o sucesso dessa abordagem. São eles:
“A chave para uma liderança de sucesso hoje é a influência, não a autoridade.” Ken Blanchard, consultor de negócios e um dosa criadores da Teoria de Liderança Situacional
A liderança situacional permite constante desenvolvimento. Além de construir um ambiente mais propício a uma mudança efetiva de comportamento, acelera a evolução dos funcionários, respeitando seu nível de maturidade. Os líderes, por sua vez, conseguem interpretar os cenários com mais qualidade, e responder às demandas com mais precisão.
Uma das maiores vantagens para um gestor estabelecer a liderança situacional é a possibilidade de olhar para cada situação, aperfeiçoá-la e assim, construir um clima organizacional que funcione de maneira harmoniosa.
Embora englobe um contexto geral, abarca mais quatro estilos de liderança, que funcionam sob dois eixos centrais, um mais diretivo e outro que oferecem mais suporte:
A partir desses eixos, é possível que o gestor implemente um direcionamento que melhor se adapte às necessidades dos liderados como ilustra o gráfico a seguir:
(Na imagem: o modelo de liderança situacional)
(Créditos: CLS Brasil)
Essa gestão é focada em direcionar, com uma comunicação que flui do líder para o liderado, ou seja, é mais centralizada. A comunicação é um fator determinante nesse estilo, e o funcionário deve ser orientado com clareza.
Em outras palavras, é recomendada quando os funcionários possuem pouca habilidade para a execução e tendem a ser mais inseguros.
Em suma, essa é uma abordagem voltada a criar movimento, ou seja, é de curto prazo, e a ideia é que a partir de uma supervisão mais próxima, o colaborador apresente progressos tanto em suas habilidades quanto em sua confiança, priorizando um desenvolvimento contínuo, já que possui menos maturidade.
Esse estilo de gestão ainda centraliza o poder de decisão no líder, mas já possui um pouco mais de flexibilidade quanto a oportunidade de discussão, principalmente sobre o por que de determinada tarefa ser realizada. Simplificando, foca na orientação.
Assim, o líder ainda decide o que, como e quando uma atividade deve ser executada e concluída, mas com uma abordagem mais voltada à mentoria, já que geralmente, esse funcionário já possui um nível de maturidade moderada.
Ainda se alinha melhor com colaboradores que possuem menos habilidades, contudo, com alta confiança e motivação. Neste caso, o diagnóstico continua fundamental, e deve ser utilizado para feedbacks construtivos, focando em um processo de desenvolvimento contínuo.
Como o próprio nome aponta, o estilo voltado para o apoio possui o viés mais colaborativo descrito até aqui, tanto que o alinhamento costuma ser direcionado pelo próprio colaborador.
Esse perfil, por sua vez, possui um nível de habilidade mais elevado e consegue realizar uma tarefa de maneira coesa e assertiva, no entanto, possui baixa confiança e motivação, o que ainda mantém seu nível de maturidade moderado.
Simplificando, por mais que consiga realizar o trabalho, hesita em fazê-lo e isso pode ser uma consequência de falta de motivação ou até falta de compromisso.
Diante dessa situação, o líder possui um papel de guia, com o objetivo de ajudar o colaborador a encontrar a fonte do desalinhamento entre capacidade e motivação.
Diante dos estágios de desenvolvimento e os estilos de liderança para acompanhá-lo, esse estilo pode ser considerado uma etapa mais madura, em que a gestão foca em melhorar a autonomia e as habilidades do liderado, que por sua vez, possui maior equilíbrio entre habilidade, confiança e motivação.
Essa estabilidade na execução de atividades, proporciona uma comunicação mais aberta e horizontal, em que o diálogo flui do colaborador para o líder, e garante maior independência nas decisões.
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As principais características para se tornar um grande líder situacional são:
O domínio dessas habilidades de liderança situacional pode capacitar um líder a formar uma equipe eficiente e de alto desempenho que permanecerá relevante por muitos anos. Como você pode ver, o aprendizado da liderança situacional é altamente benéfico para a organização, pois cria um ambiente de trabalho melhor e a conduz a um futuro de sucesso.
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Os níveis de liderança situacional não são determinados apenas pelo cenário em que um líder se encontra, mas também pela maturidade da equipe que está sendo liderada. A maturidade das equipes está intrinsecamente relacionada ao nível de competência e habilidades dos membros. Ao formar uma equipe ou gerenciar projetos e crises, os líderes precisam levar em consideração em qual estágio de desenvolvimento seus liderados se encontram.
Para avaliar e aprimorar esses níveis de maturidade, é fundamental que o gestor realize uma análise de desempenho, seguida de programas de treinamento e desenvolvimento. Vamos explorar esses níveis de maturidade em detalhes:
É importante ressaltar que as necessidades de gestão variam de acordo com o estágio de maturidade da equipe. Por exemplo, mesmo que o estilo de liderança mais adequado seja o P4 (E4), um líder pode optar por adotar o estilo P1 (E1) se os membros da equipe ainda estiverem em processo de treinamento e desenvolvimento.
Assim, a liderança situacional considera não apenas o contexto, mas também o nível de preparação e disposição dos liderados, permitindo aos líderes adaptar seus estilos para melhor atender às necessidades de suas equipes em evolução.
Agir de acordo com as circunstâncias, levando em consideração aspectos mais individuais, tende a fortalecer a confiança e a cultura organizacional, ao mesmo tempo em que cria uma trilha de desenvolvimento mais individualizada. Algumas das vantagens encontradas pelo gestor que adota esse modelo são:
Em suma, uma liderança situacional parece estar em maior sintonia com as novas gerações, interessadas em ambientes de trabalho mais flexíveis, focados em um desenvolvimento abrangente, e principalmente, que acompanhe seu progresso e não o contrário.
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Apesar dos benefícios, uma gestão baseada no ambiente, pode gerar confusão entre os colaboradores, justamente por seu viés mais “individualizado”. Além disso, tende a focar em desafios mais imediatos do que em necessidades de longo prazo. Algumas desvantagens deste estilo de gestão são:
Por seu caráter mais versátil, algumas empresas podem enfrentar dificuldades ao utilizar o método, ainda mais se for centralizada, com um nível de hierarquia mais consolidado. Em suma, dependendo da cultura da empresa, pode ser um desafio para o gestor manter o alinhamento necessário para realizar o trabalho de maneira efetiva.
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“Líderes efetivos precisam ser flexíveis, se adaptando de acordo com a situação.”
Seja com um viés mais autocrático ou democrático, um dos conceitos mais importantes desse estilo é que não há um um estilo de gestão único ou perfeito, mas sim, o ideal para determinada situação.
De acordo com a ideia de liderança situacional de Hersey e Blanchard, uma das maiores qualidades de um líder é seu poder de adaptação.
Isso porque, uma empresa é composta por diferentes backgrounds, e a liderança situacional pode ser considerada uma abordagem que tenta abarcar o máximo de grupos e com diferentes níveis de experiência.
Alguns grandes nomes adotaram esse framework e obtiveram muito sucesso em suas respectivas áreas:
Desde o gerenciamento de grandes empresas à excelência esportiva, é evidente que a liderança situacional abrange diferentes ambientes, mas sempre levando em consideração características individuais, performance e nível de experiência.
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Recapitulando, a teoria da liderança situacional proporciona mais ou menos autonomia para os liderados, levando em consideração sua experiência e habilidades. Esse estilo é extremamente influenciado pelo comportamento do líder, e pelo seu próprio track-record.
Mesmo que existam muitas situações e diferentes maneiras de lidar com elas, a gestão sempre deve focar em fortalecer a confiança e introduzir um plano de desenvolvimento individual e sustentável.
A liderança situacional preza pelo progresso de diferentes funcionários, e mesmo que seja passível de falhas, mostra-se ideal tanto para quem precisa de uma liderança mais dirigida tanto para quem consegue trabalhar com mais autonomia.
Embora essa forma de gestão traga mais igualdade e flexibilidade ao ambiente de trabalho, se não gerenciada de maneira apropriada, pode se perder em sua própria agilidade.
Sendo assim, atente-se a como o modelo está funcionando na prática, acompanhando o progresso e melhorando a metodologia. Até por sua própria essência circunstancial, aperfeiçoamentos provavelmente serão necessários.
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Como já apontamos, o mundo está em constante transformação. Com modelos de trabalho mais descentralizados, virtuais e autogerenciáveis, é esperado que a liderança também evolua, afinal, mais do que nunca, a maneira de liderar possui implicações estratégicas.
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