Descubra o motivo pelo qual, diferentemente dos perfis centralizadores, a liderança democrática tem sido cada vez mais difundida no meio corporativo e quais são os seus benefícios para a empresa e para os seus colaboradores.
Liderar não é uma tarefa fácil. Exige não só autoconhecimento, mas também um aperfeiçoamento contínuo de habilidades e competências para promover um ambiente de trabalho que inspire confiança e colaboração.
O líder precisa compreender que os diversos tipos de liderança trazem uma série de consequências, diferenciando-se umas das outras em diversos pontos, e que a liderança que ele adota interfere diretamente na equipe e no desempenho organizacional.
É um grande desafio liderar equipes de alto desempenho, por isso, entender o que é liderança e como exercê-la dentro do seu contexto empresarial é de suma importância para se obter resultados cada vez mais positivos.
De acordo com um artigo trazido pela McKinsey & Company, líderes que valorizam e acreditam no trabalho da sua equipe têm 2 vezes mais chances de levarem suas empresas a uma performance acima da média.
Isso mostra que a liderança não é uma função isolada, mas que ela está inserida em uma relação mútua entre o líder e seus liderados, como explicitado abaixo:
“No matter how brilliant your mind or strategy, if you’re playing a solo game, you’ll always lose out to a team.”
“Não importa o quão brilhante é a sua mente ou estratégia, se você estiver jogando sozinho, você sempre vai perder para um time”.
- Reid Hoffman, co-fundador do LinkedIn
“Talent wins games, but teamwork and intelligence win championships.”
“Talento vence jogos, mas o trabalho em equipe e a inteligência vencem campeonatos”.
- Michael Jordan, considerado um dos maiores jogadores de basquete da história
Diante disso, fica clara a importância de um líder no processo organizacional. Como diz o velho ditado, “uma andorinha sozinha não faz verão”. Por isso, o foco na liderança democrática será abordado neste artigo.
Em primeiro lugar, essencial contemplar o significado de democracia. Essa palavra tem origem grega e é composta por dois vocábulos: demos e kracia. O primeiro representa o povo/povos, os liderados e o segundo se refere ao governo, aos líderes/autoridade.
Assim, a democracia se resume em um tipo de governo/liderança que une os dois públicos acima em um único contexto para o exercício do poder e da tomada de decisão participativa.
Nesse sentido, a liderança democrática se define pelo respeito mútuo, atribuindo responsabilidades significativas aos líderes e seus liderados, compartilhando o poder e exercendo a cooperação.
Quando uma equipe tem um líder democrático, cada pessoa é incentivada a participar, expor suas ideias e opiniões, assim como discutir abertamente, sem medo de ser recriminado.
Equipes democráticas se envolvem no processo de gerenciamento de suas empresas e compartilham os mesmos objetivos, sendo capazes de tomar decisões mais assertivas ao negócio.
Esse modelo se gestão se tornou mais popular nas últimas décadas e pode ser conhecido também como: liderança participativa, compartilhada, gestão open-book, tomada de decisão participativa ou estilo de gestão democrática.
Ela se difere da liderança autocrática em vários pontos, mas é possível destacar que apesar da autocracia ser uma linha de gestão que pode dar uma maior agilidade e controle aos processos, por depender de uma só pessoa, ela pode também pode sobrecarregar o líder e tornar o ambiente de trabalho mais tenso e conflituoso.
As principais características da liderança democrática são:
Essas características muitas vezes levam a vantagens muito significavas para as instituições. A seguir, algumas dessas vantagens.
Leia mais: Liderança situacional: definição, características e exemplos
A liderança democrática, quando bem exercida, pode levar a inúmeras vantagens, não só para a empresa, mas também para seus colaboradores.
Dentre elas, destacam-se:
Em suma, pode-se afirmar que a liderança democrática estimula a criatividade, o trabalho em equipe e a colaboração em um ambiente altamente participativo e engajador.
Mas, apesar de muitas empresas acreditarem que os benefícios trazidos pela liderança democrática fazem o método valer à pena, existem também alguns contras que devem ser levados em consideração.
Quando esse modelo de gestão não é implementado adequadamente, ele pode fugir do controle e causar malefícios no ambiente de trabalho.
Dentre os pontos negativos, observam-se:
O ideal é analisar cada cenário e avaliar os prós e contras para verificar a possibilidade de implantar ou não a metodologia de gestão baseada na liderança democrática. Caso essa não seja a melhor opção, sugere-se analisar outros modelos para definir o melhor para a realidade do seu negócio.
Leia mais: Liderança democrática: definição, características e exemplos
Os líderes que atuam de forma democrática têm algumas características em comum. Eles incentivam mais a participação de seus colaboradores, estimulam desde cedo a criatividade de todos, são honestos, transparentes, humildes e ainda têm o hábito de dar feedbacks com frequência.
Esses gestores também precisam ser abertos a escutar e desempenhar o papel de orientador, apoiando e incentivando o desenvolvimento de seus liderados, através de uma relação segura, de confiança, com metas a serem alcançadas.
Sua atuação é mais flexível, o que deixa a sua equipe mais confortável para expressar suas opiniões. No entanto, quando necessário, ele assume o controle e cuidadosamente seleciona as melhores ideias para a organização.
Isso faz com que os líderes democráticos sejam mais racionais em suas abordagens e avaliações. Eles também são menos preocupados com a posição social de cada membro da equipe.
Por isso, são mais igualitários e se sentem mais confortáveis fazendo as coisas juntos. Veem seus colaboradores como colegas de trabalho e fazem mediações em meio a desacordos levando ao consenso.
Veja alguns exemplos de líderes democráticos conhecidos:
Jobs foi um líder multifacetado. Inicialmente, adotou uma postura de líder autocrático na Apple e, por isso, foi extremamente criticado pelos diretores e acionistas da empresa. No entanto, soube se adaptar e foi da quase falência ao topo do mercado mundial.
Em sua segunda passagem como CEO da companhia, mais de 10 anos após ter sido afastado, ele acrescentou a gestão democrática ao seu estilo de liderança e às coisas voltaram a fluir.
Entre as mais valiosas lições de liderança democrática deixadas por Jobs estão a busca pela simplicidade, o poder da ambição positiva e o domínio sobre os processos.
O cofundador do Google, Larry Page, sempre foi um líder democrático. Seu foco em estimular a inovação e a colaboração fizeram do seu negócio um fenômeno mundial, através da combinação entre inventividade e criatividade para encontrar diferentes maneiras de solucionar problemas reais.
Algumas de suas lições sobre a liderança democrática são a valorização da escuta, a autonomia setorizada e a oportunidade para todos.
Principal representante do movimento antiapartheid, Nelson Mandela foi um grande exemplo de líder democrático, entendendo que o grupo é o principal responsável pelo sucesso, com uma liderança participativa e tomada de decisão colaborativa.
Seu legado inclui o desenvolvimento de equipes e o estímulo a um aprendizado sem imposições, com orientação na realização das tarefas.
Dito isso, é importante ressaltar o que esses líderes têm em comum: uma visão positiva do seu local de trabalho, através de uma grande capacidade administrativa baseada na participação, compartilhando decisões e apoiando sempre o trabalho colaborativo.
Será que esse modelo de gestão é o melhor para o seu negócio? Vejamos como ele pode ser aplicado na prática.
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Situações de trabalho que tendem a mudar com frequência são ambientes bem propícios ao desenvolvimento de uma liderança democrática, pois ela traz uma maior flexibilidade para solucionar os problemas e realizar as tarefas cotidianas.
Para uma gestão que se baseia na democracia, é essencial que os colaboradores sejam bem qualificados e dispostos a compartilhar seus conhecimentos e que os líderes atuem sem arrogância, delegando tarefas.
Para que isso aconteça, é importante que o líder estude o organograma da empresa e as funções de cada colaborador. Reuniões de time regulares também são imprescindíveis e a empresa precisa investir em programas de treinamento e qualificação profissional.
Além disso, um bom líder democrático precisa manter um registro de todas as ideias sugeridas, criar um processo de tomada de decisão simplificado, envolver as pessoas certas e transformar a rejeição em uma outra oportunidade.