Organograma: Como Funciona a Estrutura Organizacional de uma Empresa

Organograma: Como Funciona a Estrutura Organizacional de uma Empresa

Por:
G4 Educação
Publicado em:
25/7/2023
Atualizado em:
23/7/2024

Crescer é o objetivo da maioria das pequenas empresas. E à medida que isso acontece, essas companhias vão organizando seus processos.

Alguns negócios demoram um pouco mais para fazer isso até chegar a um ponto em que não se sabe direito quem faz o quê, quem é responsável por o quê. Mas uma hora, a fatura chega. 

Antes que isso aconteça, é importante montar um organograma para que todo mundo tenha visibilidade do que o outro faz, quais são suas responsabilidades e quem se reporta a quem.

Um organograma é uma representação visual de como as pessoas que trabalham na empresa estão organizadas, com base em suas habilidades, conhecimentos e especialidades, dentro de sua estrutura hierárquica ou unidade.

O organograma traz com o máximo de detalhes as funções, responsabilidades e competências de cada departamento dentro da empresa. A partir do gráfico, é possível perceber as habilidades e responsabilidades de um determinado profissional, assim como a quem se reporta e com quem se comunica.

Olhar para um organograma dá às lideranças a oportunidade de dividir o trabalho de forma mais equânime, controlando o fluxo de produção, e pode ser instrumental em um momento de expansão dos negócios. Por ele fica fácil ver quais departamentos podem assumir mais responsabilidades ou quais deveriam começar a contratar imediatamente.

Neste artigo, vamos apresentar a definição de um organograma, quais são os tipos, para que serve, como montar um para sua empresa e exemplos de outras companhias para se inspirar.

O que é um Organograma Funcional?

Um Organograma Funcional é uma representação visual da estrutura organizacional de uma empresa com base em seus departamentos ou unidades.

O diagrama ilustra em detalhes as funções, as responsabilidades e as competências de cada departamento, assim como as relações hierárquicas, as linhas de subordinação e as vias de comunicação dentro da empresa.

Com o organograma, pode-se ver como as diferentes funções ou departamentos estão organizados e como interagem entre si.

Como ferramenta, o Organograma Funcional é um instrumento valioso porque permite visualizar e compreender a estrutura organizacional de uma empresa, facilitando a comunicação, a coordenação e a tomada de decisões.

Ao ilustrar as relações entre diferentes funções ou departamentos, o organograma funcional ajuda a garantir clareza, eficiência e alinhamento na busca de metas e objetivos organizacionais.

O termo Organograma Funcional refere-se a uma organização que é dividida em linhas funcionais, ou seja, é mais sobre o que cada área faz e as capacidades dos colaboradores.

Quando a companhia adota a estrutura organizacional funciona, os departamentos são organizados com base nas funções.

No caso, as especialidades, habilidades e conhecimento vão determinar onde o funcionário vai se encaixar.

Ao contrário do que muitos acreditam, o organograma funcional é diferente da estrutura organizacional funcional.

Enquanto a estrutura organizacional é uma ferramenta usada para organizar e hierarquizar a companhia, o Organograma Funcional é a representação visual da estrutura organizacional, mais focado em quem faz o quê e onde.

Qual a finalidade do Organograma Funcional?

Os organogramas funcionais são usados para várias finalidades em uma empresa:

Clareza da estrutura

Os organogramas fornecem uma visão geral clara da estrutura organizacional da empresa, ilustrando os diferentes departamentos ou unidades e suas respectivas funções e responsabilidades.

Comunicação e relatórios

Os organogramas funcionais ajudam a esclarecer as linhas de reporte e as vias de comunicação dentro da companhia, mostrando quem se reporta a quem e como as informações fluem pela hierarquia.

Alocação de recursos

Eles facilitam a alocação de recursos, como pessoal, orçamento e equipamentos, mostrando como as diferentes funções ou departamentos estão organizados e como contribuem para os objetivos gerais da empresa.

Tomada de decisões

Os organogramas funcionais podem ajudar a simplificar os processos de tomada de decisão, identificando os principais tomadores de decisão em cada área funcional e esclarecendo suas funções e responsabilidades.

Coordenação e colaboração

Promovem a coordenação e a colaboração entre diferentes departamentos ou unidades, ilustrando como eles estão interconectados e como trabalham juntos para atingir objetivos comuns.

Quais são os elementos de um Organograma Funcional

Os elementos que compõem um Organograma Funcional incluem:

Departamentos ou unidades

São as principais divisões ou seções da empresa, normalmente agrupadas com base nas funções que desempenham, como Marketing, Comercial, Finanças, Jurídico, Operações, Recursos Humanos, etc.

Estrutura hierárquica

Os organogramas funcionais geralmente apresentam uma estrutura hierárquica, com cargos de liderança de nível superior (como CEOs, presidentes e vice-presidentes) no topo e funcionários de nível inferior na base.

Relações de subordinação

Mostram as relações de subordinação entre diferentes cargos dentro da companhia, indicando quem se reporta a quem e ilustrando a cadeia de comando.

Títulos e cargos

Os organogramas funcionais incluem os títulos e os cargos dos funcionários em cada departamento ou unidade, trazendo clareza sobre suas funções e responsabilidades dentro da companhia.

Linhas de comunicação

Representam as vias de comunicação dentro da companhia, mostrando o fluxo de informações entre os diferentes níveis e departamentos.

Quais são os tipos de Organograma Funcional

Escolher o tipo de organograma vai depender das características da companhia e do próprio negócio.

É preciso considerar o tamanho, complexidade da operação, a cultura organizacional, além dos objetivos da companhia. A seguir, os principais tipos de organogramas funcionais:

Organograma Funcional Vertical

Os departamentos ou funções são representados verticalmente, com os níveis hierárquicos começando do topo e as linhas de reporte descendo de cima para baixo, ilustrando as diferentes áreas como Marketing, Finanças, Operações etc. 

Organograma Funcional Horizontal

Aqui os departamentos ou funções são representados horizontalmente, começando sempre da esquerda para a direita.

Este tipo de organograma mostra a importância e autonomia de cada área da empresa, com ênfase para a interdependência entre as várias áreas.

Organograma Funcional Misto

Combina elementos dos organogramas Vertical e Horizontal, por isso pode enfatizar as relações horizontais entre áreas ou departamentos, ao mesmo tempo que um Organograma Funcional Misto combina elementos de estruturas verticais e horizontais.

Ele pode incluir representações verticais da hierarquia gerencial e, ao mesmo tempo, destacar as relações horizontais entre áreas funcionais ou departamentos.

Esse tipo de organograma oferece uma visão abrangente da estrutura da organização, mostrando tanto as relações de subordinação quanto a diversidade funcional entre os departamentos.

Organograma Funcional Circular

No Organograma Funcional Circular, os departamentos ou funções são representados em um diagrama circular, enfatizando a interconexão e interdependência das áreas dentro da empresa.

O gráfico pode trazer seções para representar os níveis hierárquicos, com linhas para conectar departamentos ou funções.

O que é um Organograma Matricial?

Para muitas empresas, adotar a estrutura matricial e o organograma matricial pode ser o caminho para buscar o crescimento sustentável.

Formato flexível e que combina elementos de outras estruturas, o organograma matricial alia a divisão de uma companhia em departamentos à formação de times multidisciplinares responsáveis por projetos pontuais.

Essa estrutura, que ganhou força com as startups, oferece a gestores e colaboradores mais autonomia, independência e maior poder de decisão.

Para entender melhor se esse modelo se aplica bem à sua empresa, é importante repassar as estruturas organizacionais.

A estrutura matricial é o único modelo a combinar funções e projetos em um esquema de matriz, permitindo maior fluidez na comunicação entre times e “desengessando” estruturas tradicionais para remanejar o escopo em projetos pontuais.

Por meio do organograma matricial, é possível iniciar um projeto novo dentro da empresa, sem necessariamente fazer a contratação e o treinamento de um novo time de funcionários. 

Assim, a empresa aproveita as habilidades e talentos que já estão dentro da empresa.

Leia mais: Contrato de vesting e cliff: conceito e como utilizá-los

Representação de um organograma matricial com áreas e projetos se cruzando na formação de times
(Crédito: G4 Educação)

Assim como na estrutura funcional, cada departamento tem sua chefia e organização hierárquica.

Contudo, caso surjam projetos nos quais sejam necessários times multidisciplinares (com colaboradores de várias áreas diferentes), uma linha horizontal é criada no organograma, alocando um time horizontal com pessoas de diferentes departamentos.

Essa equipe, ou “squad”, trabalhará de forma colaborativa para atingir os objetivos do projeto.

A grande diferença entre este organograma e os demais é que os colaboradores se tornam subordinados a dois chefes ou dois líderes: 

  1. uma chefia da sua área de atuação (departamento);
  2. e uma liderança do projeto. 

Quais são os tipos de Organograma Matricial

Como o organograma matricial conta com a característica de designar duas chefias para um mesmo colaborador, a relação de hierarquia entre essas duas lideranças e o funcionário acaba por criar os seguintes tipos de estruturas matriciais:

Estrutura matricial forte

Uma estrutura matricial é considerada forte quanto o gestor de projetos tem o maior poder de decisão.

Desta forma, o líder do departamento tem uma autoridade mais limitada, sem poder para tomar decisões fundamentais e/ou que possam interferir no andamento do projeto. 

Estrutura matricial equilibrada

Em uma estrutura matricial equilibrada, o chefe do departamento e o gestor de projetos possuem a mesma autoridade.

Os colaboradores ficam subordinados a ambos igualmente. Esse modelo demanda que os líderes estejam em alinhamento constante, mantendo um canal de comunicação aberto.

Estrutura matricial fraca

Uma estrutura matricial fraca é aquela na qual o gestor de projetos tem o menor poder de tomada de decisões.

Suas ideias e sugestões que impactam os colaboradores devem passar pelo crivo de aprovação do líder do departamento.

Agora que você já entendeu as teorias dos organogramas funcional e matricial, vamos aprender a montar cada uma dessas estruturas.

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Como montar um Organograma Funcional

A criação de um organograma funcional envolve várias etapas para garantir clareza, eficiência e alinhamento com os objetivos da empresa.

Seguindo essas etapas, as organizações podem criar um Organograma Funcional claro e eficaz que forneça uma representação visual da estrutura, das funções e das responsabilidades da empresa, facilitando a comunicação, a coordenação e a tomada de decisões dentro da organização.

Veja a seguir um guia passo a passo:

Entenda como funciona a empresa

O primeiro passo é entender como funcionam todas as áreas, departamentos ou unidades dentro da companhia.

Para isso, é fundamental fazer um mapeamento detalhado, em que vão constar as áreas, cargos, funções, habilidades exercidas por cada colaborador.

Pode-se rodar uma pesquisa ou fazer o mapeamento a partir da rotina dos times, conversando com os profissionais e anotando tudo o que for importante.

Identifique áreas funcionais

Comece identificando as principais áreas funcionais ou departamentos da companhia.

Esses podem incluir departamentos como Recursos Humanos, Finanças, Operações, Pesquisa e Desenvolvimento, Vendas, TI, etc.

As áreas funcionais específicas variam de acordo com a natureza do negócio.

Identifique os líderes da empresa

É essencial identificar quem são os líderes de times de trabalho e de projeto para fazer com que convençam os integrantes dos times a participar do processo.

Além disso, eles também podem direcionar as iniciativas e ações de planejamento e alcance das metas.

Determine as relações de reporte

Determine as relações de subordinação dentro de cada área funcional. Identifique a estrutura hierárquica dentro de cada departamento, incluindo gerentes, supervisores e cargos de equipe. 

Considere quem se reporta a quem em cada departamento e como as informações fluem pela companhia.

Defina funções e responsabilidades

Defina claramente as funções e responsabilidades de cada área funcional. Determine as principais funções e tarefas pelas quais cada departamento é responsável.

Essa etapa ajuda a garantir a clareza e o alinhamento com relação à finalidade e aos objetivos de cada departamento da companhia.

Crie a estrutura do organograma

Usando um software de organograma ou outras ferramentas visuais como Canva, Figma ou Miro, crie a estrutura do organograma funcional.

Comece colocando o CEO ou o principal executivo no topo do organograma. Em seguida, organize as diversas áreas funcionais horizontal ou verticalmente, dependendo do layout preferido.

Atribua cargos e títulos

Em cada área funcional, atribua cargos e títulos a indivíduos com base em suas funções e responsabilidades. Inclua gerentes, supervisores, líderes de equipe e membros da equipe, conforme apropriado.

Certifique-se de que as relações de subordinação estejam claramente indicadas com linhas conectando os cargos no organograma.

Estabeleça canais de comunicação

Defina os canais de comunicação e os mecanismos de comunicação dentro do Organograma Funcional.

Especifique como as informações devem fluir entre os departamentos e para cima e para baixo na hierarquia organizacional.

Estabeleça protocolos de comunicação regulares para facilitar a colaboração e a coordenação entre as áreas funcionais.

Revise, revise e revise de novo

Depois que o Organograma Funcional inicial for criado, revise-o cuidadosamente para garantir que as informações e sua representação gráfica estão corretas.

Busque feedback dos principais stakeholders (partes interessadas), dos chefes de departamento e dos colaboradores para identificar discrepâncias ou pontos de melhoria.

Faça as revisões necessárias para refinar o organograma e garantir o alinhamento com as metas e os objetivos da organização.

Documente e distribua o organograma

Depois de finalizado, documente o Organograma Funcional e distribua-o para as partes interessadas na empresa. 

Torne o organograma facilmente acessível aos funcionários por meio da intranet da empresa, dos manuais dos funcionários ou de outros canais de comunicação.

Certifique-se de que o organograma seja atualizado regularmente para refletir quaisquer mudanças na estrutura organizacional ou no pessoal.

Como montar um organograma matricial?

A montagem de um organograma matricial segue a estrutura básica de uma matriz, com o plano vertical parecido com uma estrutura hierárquica ou funcional.

Entretanto, diferentemente dessas estruturas, o organograma matricial conta ainda com as linhas horizontais: são nessas linhas que ficam alocados os projetos.

organograma matriarcal
Crédito: G4 Educação

No organograma matricial, as linhas horizontais representam os projetos para os quais colaboradores formam times, que vão responder a dois gestores

Leia mais: Liderança: como melhorar a oratória em reuniões e evoluir a sua gestão?

Por exemplo: o vendedor A deve responder ao supervisor de seu departamento, o Gerente de Vendas, mas também ao Gerente do Projeto A.

Todos aqueles colaboradores da fileira horizontal A fazem parte do Projeto A, todos da fileira B fazem parte do Projeto B, e assim sucessivamente.

Simultaneamente, cada colaborador faz parte de uma área da empresa, sinalizadas nas linhas verticais: Financeiro, Produtos, RH e Vendas.

Em suma, para montar um organograma matricial, basta dispor as áreas de atuação da empresa nas linhas verticais, e os projetos nas linhas horizontais. Os colaboradores ficam nos pontos de encontro das linhas da matriz.

Você já entende o que é um organograma funcional e um organograma matricial e agora também já sabe como executá-los. A seguir, vamos conhecer alguns exemplos de empresas que adotam cada um desses modelos organizacionais e por quê. 

Exemplos: Casos de empresas que adotam o Organograma Funcional

Quando Steve Jobs retomou o comando da Apple em 1997, após ser deposto em 1985, ele implementou o modelo de estrutura orientada para funções, em lugar de produtos.

Depois de despedir todos os gerentes em um dia, a Apple passou a contar com lideranças que eram especialistas em tomar decisões sobre produtos, sem necessariamente ceder às pressões do curto prazo.

"Enquanto o princípio fundamental de uma estrutura de unidade de negócios convencional é alinhar a responsabilidade e controle, o princípio fundamental de uma organização funcional é alinhar a experiência e os direitos de decisão", citou o artigo “How Apple is Organized for Innovation”, publicado na Harvard Business Review.

A Apple não é a única a seguir a estrutura funcional e, portanto, adotar o organograma funcional.

Em cada um dos exemplos a seguir, a adoção de uma estrutura organizacional funcional permite que a empresa gerencie com eficiência suas operações, aproveitando a experiência em várias áreas para apoiar seus objetivos comerciais e iniciativas estratégicas.

Procter & Gamble (P&G)

A P&G, uma empresa multinacional de bens de consumo, adotou uma estrutura organizacional funcional para gerenciar com eficácia sua gama diversificada de produtos e marcas.

Ao agrupar os funcionários em departamentos, como Marketing, Finanças e Pesquisa e Desenvolvimento, a P&G pode alocar recursos e conhecimentos de forma eficiente para dar suporte às suas diversas linhas de produtos.

Contar com um organograma funcional dá mais visibilidade e clareza na hora de alocar recursos, tomar decisões e comunicar mudanças.

IBM

A IBM, uma empresa global de tecnologia, utiliza uma estrutura organizacional funcional para alavancar seu amplo portfólio de soluções e serviços de tecnologia.

Ao organizar sua força de trabalho em departamentos, como Desenvolvimento de Software, Engenharia de Hardware e Vendas, a IBM pode fornecer soluções integradas de forma eficiente a seus clientes, otimizando a alocação de recursos e a utilização de conhecimentos especializados.

No organograma funcional, a capacidade de inovação fica mais evidente com a descrição detalhada das áreas e colaboradores. 

General Electric (GE)

A GE, um conglomerado multinacional, adotou uma estrutura organizacional funcional para gerenciar seu diversificado portfólio de negócios que abrange vários setores, como Aviação, Saúde e Energia.

Ao organizar sua força de trabalho em departamentos alinhados com cada unidade de negócios, a GE pode gerenciar operações de forma eficaz, impulsionar a inovação e otimizar o desempenho em seus vários segmentos de negócios.

O Organograma Funcional permite às lideranças enxergar possibilidades de aproveitar talentos e recursos em diferentes áreas e níveis.

McDonald's

O McDonald 's, uma cadeia global de restaurantes fast-food, utiliza uma estrutura organizacional funcional para simplificar suas operações e manter a consistência em sua vasta rede de franquias. 

Ao organizar sua força de trabalho em departamentos funcionais, como Operações, Marketing e Recursos Humanos, o McDonald 's pode garantir processos padronizados, alocação eficiente de recursos e gerenciamento coeso da marca.

Essa preocupação com a eficiência e execução aparece no organograma funcional. 

Coca-Cola

A Coca-Cola, uma empresa multinacional de bebidas, emprega uma estrutura organizacional funcional para gerenciar com eficácia seu portfólio diversificado de produtos e suas operações globais.

Ao agrupar os funcionários em departamentos, como Gestão da Cadeia de Suprimentos, Vendas e Distribuição e Pesquisa e Desenvolvimento, a Coca-Cola pode gerenciar com eficiência suas atividades de produção, distribuição e marketing, adaptando-se à dinâmica do mercado regional e às preferências dos consumidores. 

Para uma operação tão grande, a possibilidade de simplificar a visão dá mais agilidade à empresa, principalmente para tomada de decisão.

Exemplos: Casos de empresas que usam o organograma matricial

Vamos agora abordar alguns casos de empresas que se utilizam do método organizacional matricial:

Philips

A Philips, multinacional holandesa de eletrônicos, foi a primeira empresa a adotar o organograma matricial após a Segunda Guerra Mundial.

Naquele momento, a companhia era dividida em organizações nacionais (NOs, do inglês, “national organizations”), divisões de produtos (PDs, do inglês, “product divisions”) e um comitê de coordenadores, que resolviam qualquer conflito entre as partes.

Na década de 1990, quando os resultados da empresa não iam tão bem, toda a sua estrutura organizacional foi remodelada.

Assim, algumas PDs ficaram responsáveis pela conta de lucros e perdas em nível mundial, e as NOs se tornaram subordinadas a essas unidades de projetos. 

Digital Equipment Corporation

O fundador da Digital Equipment Corporation, Ken Oslen, foi um dos responsáveis por popularizar a estrutura matricial.

Sua companhia não contava com um modelo organizacional em seus primeiros anos de vida.

Fundada em 1957 com um um empréstimo de US$ 70 mil, a Digital Equipment Corporation se tornou a maior empresa de computadores dos Estados Unidos, ficando atrás somente da IBM.

Em 1964, Olsen se viu obrigado a remodelar a estrutura organizacional da companhia, uma vez que os grupos de engenharia de software não estavam se coordenando bem com outras funções da empresa. 

Com uma estruturação que envolvia gerentes de produtos no organograma matricial, a companhia conseguiu desenvolver mais de vinte novas linhas de produtos até o fim da década de 1970.

A empresa foi adquirida pela Compaq em 1998, que, por sua vez, se fundiu à Hewlett Packard (HP) em 2002. 

ABB

A ABB (ASEA Brown Boveri) é uma corporação multinacional sueco-suíça, que atua nas áreas de robótica, energia, equipamentos elétricos pesados e tecnologia de automação.

Ao criar uma estrutura organizacional matricial e estabelecer um estreitamento entre as gestões global e regional, as operações regionais da ABB ganharam identidade internacional e a companhia viu suas exportações acelerarem. 

G4 Educação

Aqui no G4 a estrutura matricial é o modelo adotado para a organização do quadro de colaboradores.

Como podemos ver no gráfico a seguir, as linhas verticais são intituladas Chapters (do inglês, “capítulos”) e as linhas horizontais são chamadas de Business Units (BUs) (do inglês, unidades de negócio). 

Os Chapters equivalem aos departamentos e a BUs são similares aos projetos.

Estrutura organizacional do G4 Educação: a área “Corporativo” corresponde a todas que não estão dentro de BUs específicas, atendendo todo o G4
Crédito: G4 Educação

Estrutura organizacional do G4 Educação: a área “Corporativo” corresponde a todas que não estão dentro de BUs específicas, atendendo todo o G4 (Crédito: G4 Educação)

Organograma matricial ou organograma funcional: qual adotar?

Como visto no início do texto, a estrutura horizontal é a mais comum para empresas que estão em seus primeiros estágios de desenvolvimento.

Desta forma, o organograma matricial é indicado para empresas que estejam em processo de amadurecimento.Já o organograma funcional é recomendado para empresas que já cresceram para além dos seus processos tradicionais, geralmente adotado por multinacionais. 

Todos os sistemas possuem vantagens e desvantagens. A estrutura matricial, por exemplo, permite às companhias alavancar o crescimento, uma vez que reduz custos com recursos humanos. Já a estrutura funcional dá mais autonomia regional para entender as dores da empresa em cada situação - geográfica, cultural, etc.

O importante é entender qual o momento da sua empresa e utilizar um método que deixe claro como ela funciona. Desta forma, é possível dar celeridade aos processos e, especialmente, eficiência. 

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