O país ultrapassou a marca de 12 mil startups em operação, de acordo com pesquisa divulgada este ano pela Associação Anjos do Brasil. E junto a este dado impactante não fica difícil deduzir que o número de investidores focados nestes modelos de negócio também aumentou. Afinal, investimento anjo nada mais é que o aporte em empresas com alto potencial escalável.
E não é achismo. O investimento anjo tem sim ganhado espaço no mercado entre empresários e executivos. No Brasil, já são cerca de sete mil investidores anjos dispostos a aportar ao menos 50 mil reais em uma ideia promissora de negócio e este dado também é da Associação.
O fato é que muitos empreendedores têm visto neste tipo de investimento oportunidades bastante lucrativas. Pensando nisso, decidimos abordar neste artigo- de forma aprofundada- o papel do investidor anjo e algumas informações importantes que circundam este ecossistema.
Investimento anjo é basicamente o investimento realizado em empresas que estão em fase inicial de operação e têm possibilidade de se tornarem grandes negócios. Ou seja, startups. É realizado por pessoas físicas com objetivo de atingir empresas que tenham alto potencial de crescimento.
Para contextualizar de forma mais concisa aqui vai um passo a passo sobre investimento anjo em Startups:
O conceito investimento anjo surgiu para indicar que este tipo de investidor não se une a uma empresa somente pelo interesse financeiro, mas por apoiar a ideia do negócio.
Geralmente, os grupos de investidores é formado por 2 a 30 pessoas que se unem para fazer um investimento anjo. A estratégia serve para diluir riscos e também para compartilhar atribuições e atividades decorrentes do investimento em determinada empresa.
Neste momento, são definidos alguns “investidores-líderes”, de acordo com cada tipo de negócio visando dar agilidade ao processo.
É válido destacar que o investimento anjo não é filantrópico. Ou seja, o objetivo é investir em negócios que tenham alto potencial de retorno e claro, impacto social através da geração de oportunidades de emprego e renda.
Empreendedor, investidor anjo, presidente da Associação Brasileira de Startups, e, recentemente, jurado do programa Planeta Startup, Amure Pinho, define o perfil do investidor anjo como alguém que diversifica seus investimentos em empresas escaláveis e Startups focadas em inovação.
“O investidor anjo entende que existem alguns negócios que resolvem problemas da vida real e aporta seu dinheiro na fase inicial destes tipos de negócio. O investidor percebe que boas oportunidades dependem de bons empreendedores escavando-as para que se tornem empreendimentos lucrativos”, pontuou.
Amure Pinho também é empreendedor, presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), está no mercado há mais de 10 anos e entende os dois lados da moeda: tanto do investidor, como do empresário. Recentemente, foi jurado do programa Planeta Startups.
Como investidor anjo, Amure já chegou a receber 18 vezes o valor investido e na Imersão ensina métodos e ferramentas que te ajudarão a analisar Startups com potencial de crescimento e entender que este tipo de investimento vai além do aporte.
Amure complementa a ideia do “anjo” para além do investimento financeiro. “Ele está acreditando no trabalho duro do empreendedor que, com dinheiro em mãos e muito foco na empresa, conseguirá alavancar o negócio e focar em oportunidades que o mercado ainda não viu”.
O investimento anjo é feito por uma pessoa física que tem capital para investir. Geralmente é um empresário/ empreendedor e/ou executivo que já tem know how de mercado, uma carreira de sucesso e capital acumulado (de 5% a 10% do patrimônio) para ser investido em outras empresas.
Descrever quem é o investidor anjo não se trata apenas de falar sobre a pessoa que tem capital disponível para investimentos. Trata-se principalmente de falar sobre o perfil experiente, seguido de um networking sólido, que será agregado às startups que receberem o seu aporte.
1- Ser agnóstico para qualquer tipo de negócio: o investidor anjo não deve escolher mercado;
2- Definir um teto para o cheque: o cheque do investidor anjo deve ser entre 50 e 100 mil reais, fragmentando os investimentos em vários tipos de negócio;
3- Conhecer o empreendedor por mais de um ano: não investir em quem não conhece é premissa básica para este perfil de investidor anjo, uma vez que é preciso conhecer -antes de fazer o investimento- a performance do empreendedor;
4- “Sentar ao lado do empreendedor”: numa negociação este perfil de investidor anjo deve se posicionar como “pró-empreendedor”. Isso constrói sua postura e princípios como investidor no mercado.
Por se tratar de um investimento de alto risco o investimento anjo possui, obviamente, vantagens e desvantagens. No entanto, alguns riscos podem ser minimizados, caso alguns aspectos sejam cuidadosamente analisados antes do aporte:
Também é preciso analisar o tamanho de mercado da Startup, ou seja, se aquela solução vai atingir muitas pessoas ao redor do mundo. Além disso, procure saber se o empreendedor tem um planejamento para aplicar o dinheiro investido da forma correta. Estes são alguns dos cuidados necessários que devem ser observados antes de aportar.
Mencionamos anteriormente o fato de não ser tão simples se tornar investidor anjo no Brasil e que por este motivo, ter acesso a especialistas é fundamental para a construção de um portfólio de investimento eficiente.
Construir um portfólio de respeito é uma tarefa árdua e de muita estratégia, já que o investimento anjo ainda é considerado de “alto risco”. No entanto, com um planejamento bem estruturado, pode render ótimos frutos.
Tenha em mente que você deve ter de 5 a 10% do seu patrimônio disponível para ser alocado neste tipo de investimento.
Diante de um cenário extremamente burocratizado - com taxas altas e procedimento dificultosos- ser um investidor anjo no Brasil não é tão simples assim. Justamente por isso, buscar mentorias especializadas e conteúdos que auxiliem nas etapas do processo é fundamental.
A relação entre investidor anjo e o simples nacional, por exemplo, implica em algumas regras específicas. E assim como todas as normas existem pontos positivos e negativos.
Existem regras e proteções em relação a atuação do investidor anjo, garantidas por lei, em empresas optantes pelo Simples. O investimento anjo foi regulamentado pela Lei Complementar 155/2016.
O contrato de participação define como será toda a relação entre o investidor e o negócio. Serão definidos: como o aporte será pago pelo investidor à empresa, de que forma se dará o lucro do investidor, quais serão as multas por descumprimento, qual será o prazo para retorno do investimento e, enfim, todas as minutas que definirão o relacionamento entre ambas as partes.
Assim como está previsto na lei, “o investidor anjo somente poderá exercer o direito de resgate depois de decorridos, no mínimo, dois anos do aporte de capital”. Com esta garantia, o empreendedor tem o mínimo de estabilidade em relação ao valor investido.
Há uma distinção forte entre investimento anjo e participação societária que acaba sendo uma garantia para o investidor. Isso quer dizer que o investidor-anjo, apesar de fazer o aporte, não passa a ser sócio da empresa.
Junto a isso, é válido ressaltar que os investidores não se tornam responsáveis por quaisquer obrigações da startup em que investem. Ou seja, o investidor anjo não pode ser acionado para quitar uma dívida trabalhista ou fiscal da empresa, por exemplo.
Sobre o contrato
Outra exigência da Lei Complementar 155/2016 é a respeito da vigência do contrato de participação: ele não deve ser superior a 7 anos.
Os benefícios garantidos por lei vêm seguidos pela eficácia de um bom contrato que respalda as atividades tanto do empreendedor, quanto do investidor anjo. Por esse motivo, é essencial que haja uma equipe profissional e especializada por trás de todas essas burocracias.
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