Você sabe o que é investidor anjo? Este conceito é relativamente novo, já que o termo passou a ser usado em 1978 no Teatro da Broadway, usado à época para indicar indivíduos ricos que forneciam dinheiro para produções teatrais que, se não fosse por eles, teriam que ser interrompidas.
Hoje, passados mais de 4 décadas, o princípio continua o mesmo, mas a aplicação é totalmente diferente. Este é um modelo de negócio lucrativo, sustentável e escalável que merece bastante atenção.
A proposta corporativa leva em consideração algumas questões, como capacidade de gerar receita e as mudanças que o segmento pode ser submetido ao longo do tempo.
O fato é que o investidor anjo é o agente que não só disponibiliza o capital financeiro para alavancar o negócio, mas entra também com todo o “Know-how” que possui para ajudar o empreendimento a crescer, funcionando como uma espécie de mentor.
Na sequência, abordaremos em detalhes qual o papel do investidor anjo no processo de estruturação e crescimento das empresas.
Imagine que você quer muito abrir uma empresa, mas não dispõe dos recursos financeiros necessários para viabilizar esse objetivo.
Neste cenário, uma das alternativas viáveis é buscar ajuda para viabilizar o orçamento necessário para o pontapé inicial. Entretanto, ao invés de procurar um empréstimo, vender um bem importante, ou algo desta natureza, existem opções para solucionar essa questão, como o investidor anjo.
De forma geral, ele consiste em uma pessoa física ou jurídica que utiliza recursos próprios para serem aplicados nos projetos corporativos de outros empreendedores.
Geralmente, são empresários que já atuaram em determinado segmento e adquiriram vasta experiência e, por isso, decidem aplicar recursos para fortalecimento deste ramo.
Neste formato, todo o conhecimento técnico adquirido e o amplo networking entram como ativos de negociação na parceria.
O termo “anjo” é usado justamente porque o parceiro em questão não entra apenas com o aporte financeiro no empreendimento, mas também como alguém que participa ativamente dos projetos.
Fica claro que essa ideia foi muito bem-sucedida. De acordo com a Angel Capital Association, as melhores estimativas disponíveis dizem que aproximadamente 300 mil pessoas fizeram um investimento anjo nos dois anos anteriores à publicação do conteúdo.
Quando olhamos para a realidade nacional, de acordo com a Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta este tipo de investimento, havia quase 7 mil investidores anjo no Brasil em julho de 2021.
O primeiro passo para formalizar uma parceria com um investidor anjo é compreender o que esse perfil de profissional busca no mercado.
Obviamente, todos eles buscam lucratividade, mas para atingir esse objetivo, eles procuram preferencialmente o seguinte:
Em função disso, empresas de prestação de serviços e empreendimentos com viés local e tradicional, como lojas e outros comércios, costumam ficar de fora da lista dos preferidos pelo investidor anjo.
Em geral, as startups são as “meninas dos olhos” destes executivos, principalmente por trazerem para o mercado soluções inovadoras que façam a diferença na vida das pessoas no que diz respeito à resolução de seus problemas.
Além disso, quem espera ser contemplado por um investidor anjo deve ter a consciência de que a visão de negócios do empreendedor fará toda a diferença na hora de alcançar esse objetivo.
Neste contexto, entre as características observadas pelos investidores anjo estão:
Agora que você já sabe a relevância deste executivo e o papel que ele exerce dentro da empresa, nós separamos dois passos fundamentais para quem quer saber como chegar a eles. Confira!
A infraestrutura corporativa do projeto passa não só pelos processos básicos para abrir uma empresa, mas também por ter uma visão global sobre o empreendimento.
Neste contexto, um dos primeiros critérios a serem levados em consideração na escolha do investidor é verificar como ele pode impactar positivamente no desenvolvimento do projeto, não só do ponto de vista financeiro, mas também sob a ótica do capital intelectual e expertise no setor.
Outro ponto importante é que, naturalmente, o investidor anjo terá participação em uma fatia do capital da empresa. Em outras palavras, ao colocar dinheiro e conhecimento à disposição, ele terá direito a uma parte daquele negócio, o que torna a transação potencialmente benéfica para ambas as partes.
Para melhor definir como será essa relação, é essencial contar com o apoio de um advisor, que é um conselheiro especializado nesta questão. Este profissional é capaz de lhe indicar até que ponto e em quais momentos o investidor anjo pode ter voz ativa nos negócios da empresa.
Além disso, para convencer o investidor anjo a abraçar a sua proposta, é importante ter feito testes e mensurado os resultados. Tais indicadores quantitativos e qualitativos, sobre os quais falaremos mais adiante, é que nortearão a tomada de decisões do executivo de aceitar ou não o projeto.
Mais uma fase vital neste processo de captação de recursos é saber onde está esse investidor anjo.
Você pode começar lançando mão de diferentes abordagens. Um dos exemplos é participar de seminários, workshops e demais eventos sobre a sua área de atuação.
Além disso, é possível enviar o projeto para uma rede de investidores do ramo ou ainda participar de concorrências que permitam apresentar seu projeto.
Entretanto, vale ressaltar que fazer essa abordagem por e-mail não é a melhor das ideias, pois o projeto pode entrar na fila de centenas de outras propostas em sua caixa de entrada.
Portanto, a melhor orientação é estreitar o relacionamento com aqueles potenciais investidores e solicitar uma reunião para apresentar a proposta pessoalmente.
Depois de entender como estabelecer a relação e as formas de captação deste parceiro, chegou a hora de entender como convencer esse investidor a comprar a sua ideia.
Se você conseguiu uma reunião com esse potencial investidor, lembre-se de que, em geral, os executivos são pessoas muito atarefadas no dia a dia, em função de várias agendas e compromissos.
Pensando nisso, faça uma apresentação objetiva para mostrar os principais pontos e o diferencial do projeto, otimizando assim a compreensão do executivo e respondendo aos seus principais questionamentos.
A ideia aqui é fazer um pitch deck que não dure mais que 10 minutos. A ideia é fazer uma proposta rápida, elencando os seguintes aspectos:
Você viu até aqui que o investidor anjo não abre mão de ter indicadores objetivos e que demonstrem o diferencial competitivo do projeto e o potencial de crescimento.
Com objetivo de orientá-lo sobre quais dados levar para o seu potencial investidor, nós destacamos algumas informações que precisam estar na sua apresentação.
De acordo com dados do estudo “Startup Retrospective 2020”, da plataforma Sling Hub, as startups receberam R$ 19,7 bilhões no ano citado, em 452 rodadas de investimento, o que equivale a uma rodada a cada 19 horas.
Os especialistas apontam como os principais motivos a queda na taxa de juros registrada no período e o crescimento de startups que se transformaram em unicórnios, termo que se refere às empresas cujo valor de mercado supera US$ 1 bilhão.
Algumas das soluções que mais chamaram a atenção foram aquelas ligadas aos seguintes segmentos profissionais:
Conhecer alguns dos principais investidores anjo do Brasil e seus perfis é muito importante para saber como se preparar melhor. Assim, sua abordagem com eles (e outros investidores anjo) tende a ser ainda mais bem-sucedida.
Quem já assistiu o reality Shark Tank Brasil deve saber quem é Camila Farani. Para quem não a conhece, estamos falando de uma das maiores investidoras anjo do Brasil, sendo uma das fundadoras da boutique de investimentos G2 Capital.
Ela já havia adquirido sólida expertise antes ao ser presidente da Gávea Angels, um dos primeiros grupos de investimentos do país; e consultora da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Advogada de formação, ela se transformou em uma das principais referências em lideranças femininas e um dos rostos mais lembrados quando se fala em empreendedorismo feminino. Ela atua como co-fundadora do Mulheres Investidoras Anjo (MIA), grupo pioneiro na área.
Desde 2008, o empreendedor João Kepler já investiu em mais de 500 startups e, atualmente, participa da gestão de mais de 400.
O interesse pelas startups começou quando ele precisou captar recursos para uma plataforma de e-commerce de ingressos, o Show de Ingressos, mas teve o pedido negado.
Entretanto, a possibilidade de poder ajudar outros empreendedores a desenvolverem seus negócios atraiu o profissional que passou a investir no setor.
Passados alguns anos, Kepler passou a liderar a Bossa Nova Investimentos, grupo que reúne investidores anjo, e já foi eleito o melhor Investidor Anjo do Brasil pelo Startup Awards.
Benício Filho também iniciou a carreira no empreendedorismo, começando sua trajetória no ramo de tecnologia em 1998.
Ele fundou o Grupo Ravel de Tecnologia e, atualmente, é um dos sócios da Core Angels (fundo de investimento internacional para startups). da Conexão Europa; e da Atlantic Hub (companhia atuante em internacionalização de negócios em Portugal).
Além disso, ele conta com aproximadamente 30 startups no portfólio de investimentos, exercendo papel de mentor, e também tem participação em programas de importantes órgãos, como Sebrae e Governo Federal.
Romero é engenheiro elétrico com ênfase em Computação pela Universidade de São Paulo (USP) – Escola Politécnica. Em 1998, ele criou a empresa Buscapé ao lado de mais dois colegas da faculdade.
A empresa começou como uma comparadora de preços e hoje possui sob seu guarda-chuva vários serviços de internet, sendo responsável pelo controle de várias empresas, como QueBarato!, Pagamento Digital, FControl, BondFaro, Lomadee e ebit, entre outras.
Julio Vasconcellos é o fundador e ex-CEO do Peixe Urbano, considerado um dos maiores sites de compra coletiva do Brasil.
Além disso, ele é CEO do aplicativo de recomendação profissional Prefer; co-fundador da Canary, fundo de venture capital focado em startups no Brasil; e sócio-gerente da Atlantico, empresa com foco em venture capital na América Latina.
Toda esta bagagem o coloca como uma das principais referências do Brasil quando o assunto é investimento em novas soluções tecnológicas.
Embora faça parte de uma das famílias mais tradicionais de Pernambuco, os criadores do Grupo Brennand, que atua nos segmentos de geração de energia e mercado imobiliário, entre outros, foge um pouco do perfil dos investidores que já iniciam a carreira ligados à tecnologia.
Isso porque ele se formou em música na Berklee College of Music, nos Estados Unidos. Segundo ele, o apreço pela arte começou ainda muito cedo na juventude.
Porém, quando voltou para o Brasil foi trabalhar no mercado financeiro e fundou a Parafuzo, empresa criada para gerenciar serviços domésticos como, limpeza e montagem de móveis, entre outros.
Atualmente, ele é investidor anjo de várias empresas, como Creditas, Gympass e Quinto Andar.
Brian é fundador do VivaReal, plataforma que atua no mercado imobiliário. especificamente na oferta de imóveis. A companhia começou suas operações com recurso próprio e, com o passar do tempo, levantou US$ 74 milhões em investimento.
Sob sua coordenação, a empresa chegou a 500 colaboradores e passou por um processo de fusão com a Zap Imóveis.
Hoje, ele é Presidente do Conselho da holding Grupo ZAP.
Como investidor anjo, Brian investiu em mais de 25 startups de tecnologia no Brasil e na América Latina.
Rodrigo Dantas é fundador da fintech Vindi, plataforma referência em intermediação de pagamentos, permitindo o acesso a uma plataforma em nuvem para gestão de vendas, cobranças e faturas.
Ele é uma das grandes figuras em investimento anjo no país, tendo apoiado por volta de 10 startups no Brasil.