Se o poder da influência já existe há tempos, isso tomou uma proporção ainda maior na atualidade, especialmente pelas mídias sociais.
A influência é uma prática intrinsecamente humana. Em todas as nações sempre existiram pessoas distintas em suas comunidades que influenciavam a opinião e as decisões dos outros. Na sua família mesmo, provavelmente você conhece alguém que se destaca claramente por essa capacidade.
A nível de empresa, a influência faz parte da história do comércio mundial e hoje é ainda mais presente devido às redes sociais. A mudança nas tomadas de decisão por conta de palavras e relevância dos influenciadores ou marcas é cada vez maior.
Este comportamento do consumidor é crescente e global, mas possui relevância ainda mais significativa no Brasil, país que está entre os primeiros colocados em relação a usuários que dizem ter comprado um produto por causa da indicação de uma celebridade ou influenciador de acordo com uma pesquisa do portal Statista.
O país é o líder isolado, com 43% dos respondentes tendo comprado produtos divulgados por celebridades ou influenciadores. A China aparece na segunda posição (34%), seguida pela Índia (33%), ao passo que a França ficou na última posição, com apenas 12% dos respondentes concordando com a afirmação.
Porém, nesse artigo, iremos mais a fundo. Vamos ver adiante que o poder da influência não consiste apenas em se utilizar de terceiros para indicar um produto e, mais do que isso, a sua marca tem o dever de influenciar por conta própria antes mesmo de se utilizar de uma estratégia com influenciadores.
A pesquisa “O Futuro da Influência”, realizada pela agência de pesquisa de comportamento do consumidor, Box 1824 junto com a YouPix, diferencia Evidência de Influência.
Evidenciar se refere ao ato de indicar um produto, algo que estamos acostumados a ver diariamente no Instagram. Já influenciar é a capacidade de gerar mudanças de comportamento, atitude ou decisão do outro em decorrência de uma confiança construída através do relacionamento de longo prazo.
Para realizar ações efetivas de marketing de influência, por exemplo, é preciso definir corretamente três sujeitos: a marca, o influenciador e as personas da marca.
O espectador, ao possuir alinhamento de estilo de vida com quem está assistindo, passa a buscar “emular” comportamentos do criador de conteúdo do qual se identifica, por conta de uma conexão que ele mesmo criou. Porém, para que a ação seja eficaz, é preciso coerência de alinhamento entre marca e influenciador.
A melhor forma de garantir essa aderência é observando a comunidade em que cada um destes agentes se insere.
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O poder da influência é construído pela consistência da comunicação de um influenciador ou por um grupo de pessoas falando daquilo repetidamente.
A primeira influência que você precisa construir na sua empresa não consiste em contratar um influenciador, mas sim no seu cliente se tornar o seu influenciador.
Ele deve ter motivos para falar de você, querer levantar a sua bandeira, querer falar para o outro, querer trazer as pessoas, querer mandar o seu link. Isso irá reverberar dentro da comunidade em que está inserido.
Como conseguir isso? Você pode criar fotos instagramáveis e conteúdos diferenciados para gerar valor de forma gratuita para o seu cliente e favorecer ações de compartilhamento, compartilhar com seus clientes, oferecer bônus, cupons, presentes e descontos, por exemplo.
A partir disso, você vai ter vários clientes falando de você e, naturalmente, cada pessoa costuma conviver com outras que possuem hábitos e valores semelhantes a elas.
Com isso, o cliente ideal da sua marca convive em um ecossistema que contempla mais pessoas de perfil semelhante. Assim, buscar ativá-lo é o primeiro ponto para a busca por tracionar o seu negócio.
Ao contratar um influenciador, você acelera a influência construída. Para isso, o influenciador precisa ter liberdade para liderar a criação e, além disso, fazer parte do ecossistema dos seus consumidores, fazendo com que a ação tenha coerência.
A definição do ecossistema é o ponto de partida para uma boa estratégia de influência com foco em entender quem são as pessoas que compõem a comunidade e o que valorizam.
Entender e se aproximar do público, participando dos mesmos ambientes, esferas e dialogar com eles, é uma das melhores formas de não cair na prática de fomentar somente evidenciação.
Supondo que a sua organização pretenda acelerar o processo de influência e queira fazer parcerias com influenciadores, muitos empresários, quando pensam em influencers, pensam em pessoas com 1 milhão de seguidores e budgets altíssimos. Porém, o que muita gente não sabe é que os ecossistemas são liderados por micro influenciadores de em média até 10/20 mil seguidores nas redes.
Isso acontece por uma questão do próprio tamanho da conta que, por ser menor, favorece a interação, uma comunicação mais direta e afetiva com os seguidores, gerando maior engajamento e conversão.
É nesse ponto que os micro influenciadores têm uma vantagem em relação aos grandes: muitas vezes, eles são referência para seus ecossistemas e representam maior potencial de conversão quando analisamos budget versus o poder da influência.
Com base no estudo da Box1824 e da YouPix citado anteriormente, a influência é composta por quatro pilares formando a seguinte fórmula:
conectar com a comunidade + fomentar conteúdos e ações + ter coerência x construir autenticidade = influência
Conecte-se com a comunidade e com o ecossistema através de histórias e ações ao comunicar a sua verdade. As pessoas se interessam pela história por trás da marca e isso se constrói através de uma relação duradoura.
Tenha compromisso real com as pessoas em todas as etapas e entenda que entrar numa comunidade é uma conquista e que, portanto, isso precisa ser levado com verdade e respeito para gerar conexão.
Fomentar conteúdos e ações vai além de ter uma pauta, uma agenda e um cronograma de conteúdo: é realmente se engajar nas pautas da comunidade e ecossistema.
Você entende as causas do ecossistema que a sua marca está inserida? Como o seu conteúdo pode impactar de forma positiva e diretamente no dia a dia dessas pessoas? É preciso adentrar pra entender, gerar valor e conectar.
Ter coerência é agir de acordo com os seus valores, princípios e crenças nos conteúdos e em como tratar as pessoas. Se você afirma que tem uma visão mais humanizada, então a sua forma de tratamento precisa ser assim.
Saber bem quais são os valores “bússola” da sua marca e agir sempre em coerência com isso é fundamental no marketing de influência.
Vulnerabilidade, originalidade e ousadia. Essas são três formas de construir autenticidade, mas é a soma delas que faz de uma pessoa ou uma marca ser realmente autêntica.
Você constrói autenticidade ao longo do tempo assumindo seus erros, expondo suas fraquezas e sabendo quando precisa pedir ajuda. É autêntico quando cria algo original e é uma voz única e quando mostra com ousadia o quão disposta está sua marca para formar criativamente seu ecossistema.
Influência é a sua marca estar tão imersa no ecossistema e dedicada a mostrar valor através dos conteúdos e com parcerias de influenciadores de dentro da comunidade, pautados nos valores, na história, nas ações, a ponto de se importar com o que as pessoas dessa comunidade pensam.
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Hoje, mais do que nunca, os negócios são de humano para humano, e as pessoas buscam influenciadores que expliquem pra elas sobre o produto, que as faça se sentirem importantes através do conteúdo criado.
O influenciador tem poder de conhecer as inseguranças e objeções dos consumidores e torná-los seguros, confiantes para comprarem o que quer que seja que o influenciador venda porque elas confiam na pessoa e na marca.
Isso se constrói tendo como foco a conexão, a criação de conteúdos e ações, a coerência e a autenticidade.