Ao olhar para o futuro, as iniciativas para construir um metaverso da Disney buscam transcender a experiência dos usuários nos seus parques temáticos que, a partir de agora, caminharão para uma nova conexão entre o mundo físico e digital.
O metaverso da Disney não é um conceito novo. O termo, oficialmente cunhado em 1992 por Neal Stephenson no romance Snow Crash, remete à uma narrativa de personagens do futuro que interagem em um cenário virtual.
Metaverso, na verdade, é um conceito complexo que vem se popularizando e se expandindo cada vez mais nos últimos anos com o desenvolvimento de jogos de realidade aumentada e investimentos de setores estratégicos, como os da empresa Meta (antigo Facebook).
Em comunicado oficial, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, explicou que a mudança no nome faz parte de uma estratégia de “olhar para o futuro”.
A ideia de Zuckerberg é permitir que as pessoas tenham vários tipos de experiências entre o mundo real e virtual, a partir da Realidade Virtual (VR, em inglês) e da Realidade Aumentada (AR).
Como consequência, as ações da companhia subiram 15% logo após o anúncio do novo nome e mantiveram um nível de 8% de alta nos dias seguintes, já que não há um limite sobre onde essa tecnologia pode chegar.
E não é para menos: a empresa de consultoria Gartner, por exemplo, concluiu que, até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso.
O que implica dizer que essa tecnologia impactará todos os relacionamentos e negócios com os quais interagimos hoje, como o metaverso no varejo, nos jogos, na economia, infraestrutura, redes sociais, dentre outros elementos, como os explicitados acima.
Como ninguém será proprietário desse novo universo, a Gartner prevê que ele possua uma economia virtual habilitada por criptomoedas e tokens não fungíveis (NFTs).
O objetivo dessa transformação digital é ambicioso: fundir realidade e internet, por meio da representação de avatares 3D.
Por isso, várias marcas já estão se antecipando para dominar essa tecnologia e garantir uma fatia importante do mercado.
A Disney, no final de 2021, vale lembrar, aprovou uma patente de “simulador de mundo virtual em um local do mundo real” para criar o seu próprio parque temático online, atraindo ainda mais os holofotes da grande mídia sobre o assunto.
Em conferência de lucros do quarto trimestre da empresa, em novembro de 2021, o CEO da companhia, Bob Chapek, deixou claro que:
“Seremos capazes de conectar os mundos físico e digital ainda mais estreitamente, permitindo a narração de histórias, sem limites em nosso próprio Metaverso Disney.”
Apesar de ousada, a iniciativa da gigante do entretenimento vai além e a recente nomeação, de forma pioneira, de um vice-presidente para direcionar o olhar da companhia para o metaverso prova que a empresa está investindo pesado para inovar em seus produtos e na experiência oferecida ao seu consumidor.
Bob Chapek nomeou recentemente o veterano executivo de mídia e tecnologia Mike White para uma nova função na empresa: vice-presidente sênior de narrativas de última geração e experiências de consumo (Next Generation Storytelling and Consumer Experiences).
White conta com mais de 25 anos de experiência em tecnologia e liderança e trabalha na companhia há pelo menos uma década. Agora, ele terá a responsabilidade de coordenar os esforços do “metaverso da Disney”, atuando ao lado das equipes criativas.
White liderará não só as iniciativas e estratégias de tecnologias e plataformas que permitirão a jornada do consumidor com a Disney através das novas fronteiras de narrativas conectadas do metaverso, como também continuará à frente do time de Experiências e Plataformas do Consumidor.
Em seu portfólio, antes de ingressar na companhia, White atuou como diretor de tecnologia do Apollo Group e ocupou cargos de liderança na Yahoo!.
Para o CEO da Disney, o metaverso é a "próxima grande fronteira narrativa" e, por isso, parte importante das prioridades estratégicas da empresa.
"Por quase 100 anos, nossa empresa definiu e redefiniu o entretenimento, aproveitando a tecnologia para dar vida às histórias de maneira mais profunda e impactante. (...) Hoje, temos a oportunidade de conectar esses universos e criar um paradigma totalmente novo de como o público experimenta e se envolve com nossas histórias. Este é o chamado metaverso, que acredito ser a próxima grande fronteira de storytelling e o lugar perfeito para perseguir nossos pilares estratégicos de Excelência em Storytelling, Inovação e Foco no Público. Equipes de toda a empresa estão explorando essa nova tela e fiquei impressionado com o que vi."
Atualmente, existem cerca de 12 parques temáticos oficiais da Disney em todo o mundo: Estados Unidos, Paris, Hong Kong, Japão e China.
Em 2021, a receita gerada com seus parques, experiências e segmento de produtos, mesmo com a pandemia da COVID-19, foi de, aproximadamente, US$17 bilhões.
Esse número inclui parte do faturamento advindo da sua coleção de NFTs “Golden Moments”, em parceria com a plataforma digital VeVe.
Isso porque, antes de anunciar abertamente o seu interesse no chamado metaverso, a empresa já havia demonstrado o seu entusiasmo pelo universo dos criptoativos com o lançamento dessa coleção de figuras douradas em 3D inspiradas nos personagens das franquias Disney.
Portanto, era só uma questão de tempo para que a companhia se movimentasse no sentido de estudar a criação de seu 1º parque temático no metaverso.
Conforme levantamento realizado pela plataforma Statista, os benefícios do metaverso, em termos globais, converge sobremaneira com as intenções da companhia de criar narrativas disruptivas e inovadoras que revolucionem a experiência do seu usuário.
Assim, fica evidente que o movimento de trazer Mike White para essa nova ocupação faz parte de uma estratégia ainda mais ousada para elevar o que é customer experience a um outro patamar.
Se o metaverso Disney tornará possível contar histórias sem limitações, ainda não é possível dizer. Fato é que a possibilidade de se interagir virtualmente está virando uma obsessão para os executivos da empresa.
A nomeação de Mike White e o seu histórico de possibilitar que essa transformação seja real – especialmente quando se trata de unir os mundos físico e digital – impacta como o mercado enxerga a presença dessa nova tecnologia e a jornada do seu consumidor.
Desse modo, a chegada da Disney eleva os parâmetros de integração das experiências físicas e digitais e determina como outros grandes players do mercado irão se apropriar do metaverso.
Logo, a intenção da companhia não é apenas se juntar às “big techs”, mas, realmente, ser protagonista desse movimento de disrupção digital, cuidando de cada detalhe para que tudo continue sendo mágico para o seu público.
Dito isto, a criação da Next Generation Storytelling and Consumer Experiences objetiva criar experiências virtuais personalizadas para cada visitante dentro dos parques e, com a excelência de como funciona a CX (Customer Experience) que a empresa carrega, não é de se duvidar que o resultado vá além do esperado.
Para se ter uma ideia, em números, o departamento de Customer Experience da Disney consegue fazer com que a taxa de retorno de visitantes seja de 70%. Sem dúvidas, o jeito Disney de encantar clientes leva a lealdade para outro nível.
Essa é a principal razão pela qual a experiência do cliente é tão fundamental para determinar o sucesso ou o fracasso do seu negócio.
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