A educação corporativa pode ser a chave para impactar positivamente o comportamento e o desenvolvimento de seus colaboradores no ambiente de trabalho, construindo um pipeline de talentos altamente instruídos e prontos para a ação.
Nos últimos anos, o treinamento e o desenvolvimento de pessoas emergiram como elementos cruciais da estratégia de crescimento de uma empresa. Afinal, hoje as organizações são avaliadas com base em sua estrutura física e o seu capital intelectual.
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Nesse sentido, grandes companhias passaram a utilizar uma variedade de métodos e programas educacionais para atingirem não apenas a motivação, mas criarem uma força de trabalho altamente qualificada no mercado.
Vale ressaltar que treinamento e desenvolvimento não são sinônimos. Enquanto o primeiro geralmente se concentra na aquisição de novas habilidades, o segundo se preocupa com a melhoria ou extensão das habilidades existentes.
Segundo pesquisa divulgada este ano, durante a 14ª edição do HR First Class - um dos maiores eventos de RH do país - 73% dos mais de 200 executivos presentes defendem que a educação corporativa beneficia não apenas os seus colaboradores, mas impacta toda a cadeia de stakeholders e o ecossistema em que está inserida, atingindo clientes, investidores, fornecedores e a própria sociedade.
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Além disso, um estudo feito pela Association for Talent Development (ATD), concluiu que as companhias que se dedicam a oferecer programas de treinamentos personalizados para suas equipes conseguem uma alta de até 218% na sua performance.
Assim, essa é uma iniciativa que permite ao indivíduo refletir sobre sua própria jornada e desenvolvimento profissional, capacitando-o para experenciar uma cultura organizacional mais inovadora e criativa.
“Especialmente no mundo acelerado e altamente distraído de hoje, aprendemos de mais maneiras do que nunca. Ser capaz de fornecer o conteúdo de que seus funcionários precisam no momento em que precisam é fundamental para o sucesso". - Matthew Brown, Head de Pessoas e Cultura da Schoox
No entanto, antes de buscar a maneira adequada de implementar uma cultura de educação corporativa dentro do seu negócio, é imperativa compreender o que esse termo significa.
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Em sua essência, a educação corporativa tem o condão de oferecer conhecimento para que um determinado grupo de indivíduos em uma instituição desenvolva as habilidades e conhecimentos necessários que os ajudarão a desempenhar melhor suas funções.
De acordo com Marisa Eboli, especialista em educação corporativa na FIA Business School, a utilização do termos em nosso país acontece, pela primeira vez, na década de 1990, com o objetivo de acompanhar uma tendência de mercado globalizado que buscava, cada vez mais, conquistar novas vantagens competitivas.
Jeanne Meister, cofounder da Future Workplace – empresa de desenvolvimento de executivos dedicada a repensar e reimaginar o local de trabalho e o futuro das organizações, em seu livro "Educação Corporativa", define esse conceito como um “guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias da organização”.
Sem dúvidas, desenvolver uma cultura de aprendizado pode ser a melhor coisa que as organizações podem fazer para permanecerem competitivas em meio a todas as mudanças experenciadas neste século.
Em um mundo de negócios que está se transformando diante de nossos olhos, a adaptabilidade necessária para prosperar parte do princípio de saber reconhecer práticas já desatualizadas e conduzir as mudanças necessárias de maneira rápida e eficiente.
Assim, tal educação pode se apresentar através dos mais diversificados tipos de programas, metodologias e conteúdos, incluindo cursos de capacitação, palestras, seminários e outras atividades de aprendizagem.
À medida que as tecnologias e os processos no local de trabalho continuam a evoluir, a ausência de treinamentos eficazes pode gerar um gap de produtividade capaz de minar todos os esforços da sua organização.
Por isso, entre os principais benefícios para capacitação do seu capital humano, produzindo uma força de trabalho mais preparada, motivada e coesa, podemos citar:
Um levantamento da Sociedade go2HR indica que 4 em cada 10 funcionários deixam seus cargos no primeiro ano devido a más oportunidades de treinamento.
Assim, a qualificação certa melhora a retenção de colaboradores e minimiza os custos com a alta rotatividade de pessoas. A HBR, inclusive, ratifica essa afirmação, pois funcionários felizes têm quase 70% menos chances de desistir das suas companhias nos próximos 6 meses.
Por meio de iniciativas de treinamento bem planejadas e cuidadosamente canalizadas, o envolvimento da força de trabalho tem níveis mais altos de contribuição para a produtividade organizacional.
Como consequência, os dados comprovam um aumento de 24% nos lucros e 20% nas vendas, em comparação às empresas que não investem em treinamento.
Ao nutrir uma cultura de aprendizado contínuo, o seu ativo mais valioso estará sendo estimulado à curiosidade em todos os níveis.
Além disso, consolidar-se-á um DNA institucional que ajudará as lideranças presentes a mapearem planos de sucessão sólidos para o futuro.
De acordo com um relatório da Deloitte , "organizações de aprendizado de alto desempenho têm 92% mais chances de inovar e 46% mais chances de serem pioneiras no mercado".
Executivos e profissionais que priorizam o aprendizado são mais preparados para localizar novos públicos, identificar o perfil de consumidor ideal (ou ICP - ideal customer profile) para atender nesses mercados e determinar as melhores maneiras de entregar uma experiência única a cada um desses clientes.
A Virgin Airlines, por exemplo, eternizou em seu site a seguinte mensagem: "se você tratar bem sua equipe, ela ficará feliz. Uma equipe feliz tem uma equipe orgulhosa e uma equipe orgulhosa oferece excelente atendimento ao cliente, o que impulsiona o sucesso dos negócios".
Hoje, com o desenvolvimento de plataformas digitais, o e-learning tem se consolidado como uma ferramenta de treinamento altamente acessível e flexível, escalável para qualquer número de usuários.
Além disso, esse método reduz o tempo de aprendizado do seu funcionário em até 60% quando comparado ao aprendizado tradicional. E mais, não é apenas financeiramente inteligente, mas consome em média 90% menos energia e produz 85% menos emissões de CO2 por aluno do que os cursos convencionais.
Uma empresa com uma forte cultura de aprendizado também deve ter uma missão, visão e valores organizacionais que se alinhem e apoiem as necessidades de desenvolvimento dos seus funcionários, fornecendo um employee experience de excelência e abrindo caminhos para a inovação empresarial.
O desenvolvimento profissional é crucial para o crescimento de um indivíduo e de uma organização. Por isso, fazer do investimento no desenvolvimento profissional uma prioridade é uma das primeiras coisas que você deve fazer como gestor ou founder, assim como Benjamin Hardy, autor de "Força de vontade não funciona" recomenda.
Segundo o escritor, dever-se-ia gastar 80% do tempo em que não se está trabalhando, aprendendo e melhorando a si mesmo.
Dessa forma, independentemente de qual seja o tamanho da sua equipe e a sua área de atuação, é essencial entregar, o quanto antes, todos os recursos necessários para que todos estejam muito bem capacitados e qualificados, de modo que sua produtividade e qualidade de entrega seja a melhor possível.
Lembre-se que, como líder, é sua responsabilidade criar um ambiente de trabalho capaz de incentivar o mindset de lifelong learning, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional para sua equipe.
Incentive os seus funcionários a participarem de cursos, treinamentos, clubes de leitura, participação em seminários e impulsione o aprendizado o máximo possível, pois uma cultura de educação corporativa não acontece da noite para o dia.
Defina metas para programas como esses e averigue a sua eficácia, através da sua adesão e regularidade. Planeje iniciativas, meça impactos, capture feedbacks qualitativos e esteja sempre preparado para se comunicar sobre o progresso a ser perseguido.
“Concentre-se mais no aprendizado do que no sucesso. Em vez de fingir que entende alguma coisa quando não entende, basta levantar a mão e fazer uma pergunta”. - Michelle Obama, advogada e ex-primeira-dama dos Estados Unidos