O termo flywheel ainda é pouco conhecido no mundo dos negócios, mas é a abordagem por trás de sucessos empresariais, como os das gigantes Google, Apple e Amazon.
O termo flywheel pode ser traduzido literalmente como “volante” e essa foi a analogia usada pelo criador, Jim Collins, no livro “Good To Great”, de 2001, para explicar sua ideia.
O modelo flywheel baseia-se no efeito cumulativo das ações. Usando a analogia do autor, imagine uma roda enorme e pesada e que, para pô-la em movimento, sejam necessários vários e vários empurrões.
Mas, a partir do momento que ela ganha movimento e você insiste nos empurrões, as leis da física tornam-se suas aliadas, com o impulso e o atrito contribuindo para que ela ganhe cada vez mais velocidade.
A ideia de Collins é que os negócios também funcionam dessa maneira. Antes das operações fluírem, há um trabalho árduo a ser feito para que os ganhos cumulativos possam fazer efeito.
“Cada volta do volante se baseia no trabalho feito anteriormente, aumentando seu investimento de esforço. O enorme disco pesado voa para a frente, com um impulso quase imparável”, explica no livro “Good to Great”.
Portanto, o modelo flywheel consiste na ideia de que os negócios adquirem vantagens a partir da soma dos esforços anteriores.
E como funciona planejar um modelo flywheel na prática? Como explica Collins não é uma única ação que coloca a roda em movimento. “Foi tudo somado em um acúmulo geral de esforço aplicado em uma direção consistente”.
O segundo aspecto relevante aqui é quanto à “direção consistente”. No estudo conduzido pelo autor, as empresas que tinham mais dificuldades eram aquelas que estavam sempre mudando de direção.
A cada nova ação, projeto, curso dos negócios era preciso reiniciar parte do esforço, perdendo as vantagens cumulativas.
Atualmente, quando se fala em modelo flywheel e em como essa abordagem pode ser útil às empresas o foco recai nas tendências identificadas nos últimos anos, em especial a experiência do cliente.
Quando o flywheel encontra o modelo de funil de vendas, o que se obtém é uma estratégia focada na satisfação do consumidor com prospects em todas as etapas mantendo a fluidez da operação.
Um estudo do Hubspot identificou que no caso de aquisição de software, 55% dos gestores confiam no “boca a boca” na tomada de decisão e 46% nas referências dos consumidores atuais.
Nesse caso, podemos entender o modelo flywheel a partir da lógica dos benefícios cumulativos da experiência do cliente.
Quando a marca tem como foco uma experiência de excelência e inicia seu caminho nessa direção, vai demorar um tempo para que as boas práticas se consolidem e o cliente veja valor na jornada de compra, no relacionamento e no produto da marca.
Entretanto, a partir do momento que esse diferencial começa a agir, ele estimula o movimento do todo, atraindo mais clientes, gerando mais avaliações positivas e que vão atrair mais clientes, ou seja, um efeito cumulativo desde o esforço inicial.
E por que esse modelo serve às empresas? Porque muda a perspectiva.
O curto prazo tem importância, mas o efeito cumulativo só pode ser adquirido com estratégias de longo prazo, de forma que os gestores precisam de planos estratégicos para o negócio em prazos médios e longos.
O principal exemplo de empresa que usou a lógica do flywheel para alavancar seus planos de negócio, com planejamento de longo prazo, é a Amazon.
A lógica formulada por Jeff Bezos foi a seguinte:
Trata-se assim de um círculo que se retroalimenta e, o mais importante, não é imediatista.
Bezos sabia que levariam anos da fase 1 para a 2 e que avançar para a seguinte também demandaria tempo e assim sucessivamente. Entretanto, o foco foi em manter a direção, pois havia confiança nos efeitos cumulativos da estratégia.
Portanto, o flywheel é um método que mostra que qualquer empresa tem potencial, entretanto, o trabalho árduo, direcionado e estratégico é fundamental para alcançar qualquer objetivo, por mais audacioso que ele seja.