Atualmente, por conta das inúmeras e constantes inovações, praticamente todas as empresas estão se tornando organizações de tecnologia em certo grau. Contudo, com a aceleração da transformação digital, o desequilíbrio que já existia entre oferta e demanda de profissionais de tecnologia da informação (TI) –especialmente quando se trata de contratar desenvolvedores– aumentou muito.
Se analisarmos o percentual de crescimento da demanda para vagas de desenvolvedor de software nos Estados Unidos, por exemplo, a tendência já era de crescimento para os próximos dez anos, como evidenciada nessa projeção antiga de 2017.
Contudo, nos últimos dois anos, isso ficou mais evidente, tanto em resposta a necessidade de migração para o online como parte do processo de adaptação a “nova realidade” como pelo protagonismo cada vez maior de empresas com efeitos de rede, que em sua grande maioria tem uma forte presença no âmbito tecnológico.
Logo, segundo artigo publicado pela Forbes, vagas para contratar desenvolvedores de software aumentarão em 22% entre 2020 e 2030, de acordo com o U.S. Bureau of Labor Statistics. Neste período, haverá cerca de 189.200 vagas para engenheiros de software a cada ano.
A crise do COVID-19 apresentou oportunidades únicas para trabalhadores de tecnologia. Como o dia a dia de muitas pessoas ocorre cada vez mais online e empresas de todos os tipos mudam para canais de pedidos e serviços online, os trabalhadores de tecnologia estão se tornando essenciais para o sucesso da maioria das indústrias.
Além de diversos segmentos terem passado a ter mais demandas desses profissionais, diversas das principais empresas do mundo também tiveram alteração em suas necessidades:
Esta mesma demanda não se restringe aos Estados Unidos, mas a todo o mundo, incluindo o Brasil. Segundo relatório da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, o número de vagas não preenchidas nessa área será de 530 mil até 2025, caso não aceleremos o número de profissionais qualificados em TI.
Por conta do descompasso entre a demanda e a oferta (número limitado de profissionais aptos para trabalhar na área), 2020 teve uma variação de aumento de 30% na remuneração de profissionais de TI, segundo a Revelo, plataforma de vagas de emprego.
Observando esse aumento em remuneração, porém no quesito contratar desenvolvedores, vale ressaltar que existem uma amplitude de salários dependendo da necessidade da sua empresa, desde uma média global de US$41.600 para um desenvolvedor para dispositivos móveis até US$70.260 para um especialista DevOps, segundo pesquisa divulgada pela Statista.
Logo, pagar bem é um diferencial, mas já é default de mercado, portanto, não irá garantir a manutenção desses funcionários.
Dito isso, visto que brasileiros no ramo de tecnologia estão cada vez mais aceitando trabalhos freelance de empresas internacionais para receber em dólar/euro/libra, é importante avaliar a intenção dos candidatos selecionados para evitar, por exemplo, contratar desenvolvedores ou engenheiros focados somente no salário e não no propósito da empresa.
Sendo assim, se você possui uma organização e busca por profissionais de TI, há alguns pontos que devem te favorecer nessa jornada:
Dado que a maior parte dos desenvolvedores é jovem, criar ambientes de trabalho que permitam a flexibilidade é um diferencial para os profissionais de TI.
Entenda como pontos importantes de flexibilidade:
Segundo uma pesquisa conduzida pela Gartner em 2021, 43% dos mais de 10.000 trabalhadores digitais entrevistados disseram que a flexibilidade no horário de trabalho os ajudou a obter maior produtividade. Além disso, 64% são mais propensos a considerar uma função que permitisse horários e jornadas flexíveis do que uma que não permitisse.
Como curiosidade, a pesquisa também divulgou que trabalhadores remotos representarão 32% de todos os empregados a nível global em 2021, totalizando 628 milhões de pessoas.
Uma cultura de flexibilidade, para ser produtiva, exige uma cultura de autonomia. Não se trata de “deixar o funcionário solto”, muito pelo contrário, trata-se de atribuir mais responsabilidade ao funcionário e confiar que ele irá se comprometer com as entregas que estabeleceu.
Nesse formato menos centralizado, pressupõe-se que quando metas forem acordadas junto à equipe, a base (quem irá executar) terá papel de co-construção dos objetivos a serem alcançados.
Além disso, após estipulado o objetivo em comum, diminui-se a necessidade do microgerenciamento por parte do gestor, até porque isso se torna quase impossível em trabalhos 100% remotos ou com estruturas mais fluidas.
A ideia de que interferências constantes da gerência se torna cada vez mais antiquada. De fato, Peter Drucker, consultor considerado o pai da gestão moderna já disse há 60 que o profissional de alta performance “precisa de rigorosos padrões de desempenho e metas elevadas, no entanto, o modo como ele faz o trabalho deve ser sempre de responsabilidade e decisão dele”.
Como reforço, Andy Groove, CEO da Intel entre 1987 e 1998 e um dos principais gestores do século passado, já mencionava que o microgerenciamento deixa o funcionário com medo de errar com uma postura passiva diante de seus problemas.
Para completar, um exemplo mais recente de empresas com cultura de autonomia é a Netflix.
No livro “A Regra é Não Ter Regras”, Reed Hastings, CEO e co-fundador da empresa, comenta que a liberdade oferecida dentro de sua empresa inspira a que seus funcionários tomem decisões mais acertadas como, por exemplo, quando um funcionário de menor nível hierárquico realizou, sem pedir autorização, a compra de duas TVs de última geração necessárias para uma demonstração.
Dito isso, pode-se dizer que se a cultura da empresa for mais centralizada e não fomentar flexibilidade e autonomia, funcionários como repelente na hora de não só contratar desenvolvedores, como também reter qualquer talento de tecnologia.
O trabalho de desenvolvimento se assemelha muito ao trabalho de criação. Quando profissionais mais criativos são “enjaulados”, sem possuir muita autonomia, normalmente se gera mais fricção e menor desempenho em um curto período, fazendo com que esse profissional busca nova oportunidades, às vezes até na concorrência.
Empresas como Apple, Google e IBM não exigem diplomas para uma série de vagas de tecnologia. Não entenda errado, no entanto. Ao fazer isso, as empresas não estão desprezando o conhecimento, e sim abrindo o leque para novas formas de aprendizado.
Na área de tecnologia, por exemplo, apesar de que 42,37% dos desenvolvedores a nível global tenham ao menos concluído o ensino superior (20,99% possuem mestrados), existem inúmeros profissionais que aprenderam de forma autodidata –os dados foram divulgados pela Statista em parceria com a Amazon e Stack Overflow.
Logo, contemplar e contratar desenvolvedores e profissionais que aprendem na internet, em bootcamps ou cursos online que não sejam graduação, irá aumentar muito o seu leque de opções pois esses profissionais podem ser tão competentes como os que possuem diplomas.
Por mais que seja possível traçar um trajeto eficaz para conquistar um time de tech eficiente, na prática, na prática, contratar desenvolvedores capacitados e reter esses talentos, mantendo o engajamento e a motivação além do dinheiro é um dos maiores desafios de qualquer organização. Mais do que isso, é um dos maiores diferenciais de resultados entre as melhores empresas do mundo.
Dito isso, é recomendado, primeiro, internalizar uma operação de tecnologia fluida dentro da organização e isso, provavelmente irá exigir algumas transformações culturais, algo complexo e que exigirá treinamento da liderança e, em casos mais duros, substituição.
Enquanto este processo árduo, porém necessário ocorre, uma alternativa é a contratação de desenvolvedores e/ou equipes completas de tecnologia terceirizadas.
O modelo, comum nos Estados Unidos, possui um time terceirizado de tecnologia multidisciplinar, com o objetivo de executar projetos de desenvolvimento e acelerar iniciativas chave de transformação digital.
No Brasil, o mercado de terceirização de equipes com essa finalidade ainda é novo, mas já oferecido pela a OPAH IT, empresa que fornece exatamente isso, equipes multidisciplinares de tecnologia.
Neste caso, a empresa possui uma rede de especialistas em tecnologia que trabalham de forma remota sob demanda, o que facilita a aceleração de entregas tecnológicas enquanto ocorre o processo de internalização acima mencionado dentro da sua empresa.
Caso já tenha uma equipe estruturada de TI, pode facilitar o desenvolvimento de projetos estratégicos enquanto a equipe interna soluciona os problemas do dia-a-dia, agindo como um braço complementar.
O investimento em tecnologia e inovação em todas as organizações nunca foi tão alto, mas a oferta de talentos em tecnologia vem conseguindo acompanhar o mesmo ritmo.
O Covid-19 pode ter suspendido os investimentos inicialmente, mas agora em uma era pós-pandemia, um número significativo de organizações está procurando realocar orçamentos de tecnologia para contratar desenvolvedores e engenheiros de software. Com isso, a demanda está aumentando.
No entanto, é essencial encontrar o talento certo que atenda às suas necessidades. Para fazer isso, é necessário expandir sua pesquisa além das medidas tradicionais de sucesso, como experiência ou diplomas universitários.
Além disso, a terceirização pode ajudar na expansão e oferecer taxas competitivas na hora de contratar desenvolvedores altamente experientes que possuem exatamente as habilidades de que você precisa. Ao garantir que sua empresa possa encontrar os melhores talentos, você garantirá que sua organização esteja igualmente preparada para o crescimento futuro.