Miguel Krigsner, uma das principais figuras do mercado de cosméticos brasileiro, recentemente voltou à lista dos 10 maiores bilionários do Brasil, conforme divulgado pela Forbes em 2024. A última vez que ele havia figurado essa lista foi em 2020.
Para além da ótica empresarial, sua história vai muito além de números e conquistas corporativas: é uma trajetória marcada pela fuga de sua família do regime nazista, algo que moldou profundamente suas escolhas e seu estilo de gestão.
Conheça um pouco mais da complexa e inspiradora jornada de Krigsner, desde suas origens, formação acadêmica até a criação e consolidação do Grupo Boticário como um dos gigantes do segmento farmacêutico.
Miguel Ginsburg Krigsner nasceu em 1950, na Bolívia, onde seus pais encontraram refúgio após fugirem da perseguição nazista na Polônia.
Em meio ao caos da Segunda Guerra Mundial, a família Krigsner teve que abandonar sua pátria para sobreviver, e essa experiência de deslocamento e resiliência foi um pilar central na educação de Miguel.
Crescendo na Bolívia, Krigsner se destacou como um estudante curioso e dedicado. Ainda jovem, ele se mudou para o Brasil, onde se formou em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Foi essa mentalidade que o levou a abrir sua primeira farmácia de manipulação em Curitiba, em 1977, um movimento que aliou a ciência ao empreendedorismo de forma única.
Esse background técnico foi essencial para a fundação do Grupo Boticário, pois permitiu que Krigsner trouxesse uma abordagem científica ao desenvolvimento de cosméticos, um diferencial competitivo que se tornaria uma marca registrada de sua empresa.
A caminhada de Miguel Krigsner até se tornar um bilionário é uma combinação de inovação contínua e uma compreensão aguçada das necessidades do mercado.
O Boticário, que começou como uma modesta farmácia de manipulação, rapidamente se expandiu para se tornar uma das maiores redes de franquias de cosméticos do Brasil.
Krigsner identificou cedo a importância de uma rede de distribuição robusta e acessível, o que o levou a adotar o modelo de franquias em 1980, uma decisão que catapultou a marca para o sucesso nacional e internacional.
Além do modelo de franquias, Krigsner foi um dos primeiros a entender e explorar o poder do branding no setor de cosméticos. Ele não apenas vendia produtos; ele vendia uma filosofia de bem-estar, beleza e cuidado pessoal.
O design das lojas, a experiência do cliente e a qualidade dos produtos eram pensados como um todo coeso, que criava um forte vínculo emocional com os consumidores.
Outro aspecto chave foi a inovação constante. Krigsner investiu fortemente em pesquisa e desenvolvimento, antecipando tendências e lançando produtos que rapidamente se tornaram best-sellers.
Essa capacidade de inovar e adaptar-se às mudanças do mercado foi crucial para o crescimento do Grupo Boticário e para o acúmulo de riqueza de Krigsner.
Miguel Krigsner sempre acreditou que o sucesso de uma empresa começa com uma cultura organizacional forte.
Desde o início, ele cultivou um ambiente onde a inovação era incentivada e a ética de trabalho era uma prioridade.
Krigsner entende que, para manter o crescimento contínuo de O Boticário, era necessário alinhar todos os níveis da organização com a visão e os valores da empresa.
Um dos pilares de sua estratégia de gestão foi a ênfase na sustentabilidade.
Muito antes de o conceito se tornar um imperativo no mundo dos negócios, Krigsner já havia incorporado práticas sustentáveis no DNA do O Boticário.
Ele acreditava que a empresa não deveria apenas gerar lucro, mas também contribuir positivamente para a sociedade e o meio ambiente.
Isso se refletiu em iniciativas como o uso de embalagens recicláveis e programas de preservação ambiental, que não só beneficiaram a marca, mas também fortaleceram seu relacionamento com os consumidores.
Krigsner também é um grande defensor do uso de dados para tomada de decisões.
Ele implementou sistemas que permitiam monitorar de perto o desempenho de cada unidade de negócios, garantindo que as operações fossem otimizadas e que os recursos fossem alocados de maneira eficiente.
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