Manuela Bordasch, cofundadora do Steal The Look, plataforma de moda e beleza, referência em conteúdo comprável no Brasil, fala sobre sua experiência como líder desde muito jovem, o M&A com o Magalu e a nova jornada de compra do consumidor.
Estilista gaúcha, ex-modelo, empreendedora, conhecida por seu trabalho como consultora de estilo e designer de moda, Manuela Bordasch construiu uma trajetória de sucesso em uma das indústrias mais competitivas do mundo.
Segundo dados da Statista, a receita gerada pelo mercado global de vestuário vem aumentando gradualmente ao longo dos anos e deverá alcançar quase 2 trilhões de dólares americanos até 2027.
Atualmente, o projeto que Manuela idealizou e cofundou - a plataforma de moda e beleza "Steel the Look" - foi adquirida pela gigante Magazine Luiza e se tornou líder em conteúdo comprável no Brasil, oferecendo peças modernas e contemporâneas para homens e mulheres.
Fundada em 2014, com o objetivo de oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis, a sua companhia tem como foco principal o estilo urbano, com peças modernas e versáteis que se adaptam ao estilo de vida atual.
Além disso, a marca também se destaca por sua variedade de produtos, que incluem camisetas, calças, jaquetas, bolsas e muito mais.
Em uma conversa com o G4 Club, Manuela conta um pouco mais dessa história e dos desafios de ter construído uma carreira bem-sucedida nesse cenário e se tornar referência para tantas outras mulheres.
Na minha opinião, o maior desafio foi estar sempre se reinventando e acompanhando os movimentos de mercado. É a gestão de um time cada vez maior. Somado a isso, vivemos um momento em que o trabalho remoto/híbrido já é uma realidade que veio para ficar, portanto, é preciso estarmos muito atentas sobre como manter a cultura da empresa viva entre os colaboradores.
Eu cresci e me desenvolvi como líder ao longo do crescimento do negócio. Obviamente, errei muito, várias vezes até mesmo por falta de preparo e imaturidade em alguns aspectos, mas ao mesmo tempo acredito que de certa forma essa ingenuidade de começar um negócio tão jovem acabou me ajudando.
Sem dúvida, se eu soubesse a complexidade de alguns dos negócios com os quais eu já me envolvi, por exemplo, eu sequer teria começado.
Me aproximaria mais cedo de outros empreendedores. Empreender é uma realidade completamente diferente de trabalhar no mundo corporativo, por exemplo. Hoje, participo de grupos de empreendedores que, sem dúvida, teriam me ajudado muito no início.
Meu time é minha maior inspiração. Admiro muito a resiliência e a garra de todas as mulheres ao meu redor. Cada uma delas vive uma realidade completamente diferente e eu realmente acredito que é possível aprender algo novo com absolutamente todas elas.
Eu vejo concorrência nesse sentido como algo bom para nos mantermos em movimento e jamais cairmos em uma zona de conforto.
Eu gosto muito da frase do Peter Drucker: “Culture eats strategy for breakfast” (a cultura come estratégia no café da manhã). Acredito que cultura está nos detalhes do dia a dia, que começam a partir da contratação.
Como falei inicialmente, o maior desafio hoje é manter essa cultura em um formato remoto, mas temos uma área específica da empresa voltada exatamente para isso, tamanha a importância da cultura pro nosso negócio.
Quem acompanha M&A sabe que esses processos podem ser muito longos. O do STL especificamente levou menos de 4 meses e foi um grande aprendizado pra mim.
Respeito muito o Magalu e como eles conduzem os negócios. Está sendo uma escola. Nunca tivemos uma questão negativa sobre manter a identidade, inclusive porque essa era uma das maiores premissas da negociação.
O STL é conteúdo. Portanto, esse é o coração do nosso negócio.
Sem dúvida seguir o estilo próprio. Tendências são passageiras e vejo a moda como algo para que possamos usar a nosso favor, não ao contrário.
Com um time tão diverso quanto. Acredito que a mudança vem de dentro pra fora, então precisamos praticar internamente o que pregamos. Tendo um time diverso, com diferentes raças, corpos, etnias e muitas, muitas personalidades.
Acredito muito que sim. Um dos pilares do STL é a educação. Portanto, não precisamos ser reféns da moda e sim, aprendermos a como usá-la para repetir e reinventar suas próprias peças.
Para mim não é nenhum desses casos.
O melhor é educar o cliente a comprar bem. Essa é a melhor forma de manter ele fiel e fazer com que ele crie um vínculo e carinho pela sua marca. O resto é consequência.
As pessoas ficaram com muito medo das vendas físicas não voltarem. Hoje se provou o quanto isso não é verdade.
Existe uma reorganização do mercado, privilegiando vendas físicas que envolvam experiência. O consumidor está cada vez mais no comando e precisamos respeitar a jornada dele, ou seja: estarmos preparados para que a compra aconteça onde ele quiser.