Entrevista com Alexandre Frankel, CEO da HOUSI e Chairman da VITACON
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Entrevista com Alexandre Frankel, CEO da HOUSI e Chairman da VITACON

Por:
G4 Comunidades
Publicado em:
25/7/2022
Atualizado em:

CEO da Housi e Chairman da VITACON, Alexandre Lafer Frankel, está construindo uma verdadeira revolução no mercado imobiliário. Atento às maiores dores e mudanças no consumo, notou há 12 anos que os consumidores desejavam flexibilidade, tempo e maior qualidade de vida.

Acredita que o propósito é o core do negócio, ele perpassa toda a empresa, oferecendo aos colaboradores a autonomia necessária para uma constante evolução, que reflete e contribui para alcançar um objetivo ambicioso: erradicar o déficit habitacional do país. 

Em entrevista concedida a Revista G4 Club, Alexandre elenca elementos fundamentais utilizados para reinventar o conceito de moradia, dentre eles tecnologia e cultura organizacional.

Quem é o Alexandre e como começou a sua história com a construção civil?

É um empreendedor apaixonado que acredita na visão de reinventar a forma como moramos e, assim, dar às pessoas mais liberdade e tempo para realizarem os seus propósitos.  Sou pai, atleta e amante do ciclismo e da mobilidade urbana. Não dirijo há mais de 10 anos. 

Antes de fundar a minha primeira empresa de tecnologia com 18 anos (fizemos o show do milhão para plataformas móveis), “trabalhei” com meu pai desde pequeno. 

Frequentava obras e plantões de vendas todos os finais de semana e férias. Peguei gosto pelos negócios imobiliários.  Sou engenheiro civil de formação. Após vender Banana Games, fundei a VITACON baseado em uma experiência pessoal que transformou a minha vida.

Mas antes de empreender no mercado da construção civil, você teve uma empresa no ramo de tecnologia. Por que iniciou na tecnologia e como essa experiência foi importante na sua jornada?

Sou apaixonado por empreendedorismo, por transformar as coisas e questionar o status quo. Quando estava na faculdade, surgiram as empresas digitais que começaram a transformar a forma como vivemos hoje. Então, fiquei completamente vidrado na ideia de construir um negócio que poderia revolucionar uma indústria - e a tecnologia é a grande aliada para atingir esse objetivo.

Muitas empresas surgem de problemas que o fundador gostaria de solucionar. Como a VITACON nasceu?

Eu ficava 5 horas por dia dentro de um carro. Isto equivale a 45 dias por ano. Uma completa loucura. Quando me casei, fui morar em um apartamento bem compacto e muito próximo ao meu trabalho. Foi aí que deu o click.

Além de ganhar 5 horas no meu dia, comecei a fazer os trajetos a pé e de bike. Me tornei uma pessoa mais saudável e conheci uma cidade que antes só via atrás do volante. Conheci pessoas novas e captei tendências. 

Na verdade, não queria construir prédios. Queria resolver o trânsito, democratizando a moradia e permitindo que as pessoas morassem próximas ao trabalho, escola… O objetivo era devolver tempo para os meus clientes. 

A VITACON já possui mais de uma década. O que mudou e como não perder a cultura e propósito da empresa com o crescimento acelerado?

Acabamos de completar 12 anos. São quase 100 prédios. O mundo e os hábitos de consumo mudaram muito. É necessário evoluir. Trouxemos a economia compartilhada para complementar o espaço privativo mais simplificado, por exemplo.

“Nosso propósito é soberano. Ele orienta tudo o que fazemos na empresa.” 

A cultura organizacional está solidificada e permeia todas as áreas e colaboradores. Foi construída com muito esforço e suor. Hoje, a VITACON é muito maior do que a pessoa e tem raízes para perpetuar.

Como nasceu a Housi? Se possível, conte-nos mais sobre sua história e quais são as diferenças entre a Housi e a VITACON, bem como elas se relacionam.

Percebi que as pessoas não querem mais comprar a moradia. Ficar endividada por 30 anos, pagar ITBI, seguro, taxa, custas cartoriais, ficar imobilizada e perder a liberdade não fazem mais parte do desejo comum. 

Percebendo isto e a dor dos nossos investidores, que compartilham desta visão, de não ter quem fizesse uma gestão prática e eficiente, decidi começar uma pequena área na VITACON para ajudar estes investidores. 

Começamos gerindo o apartamento de um investidor e alugando pelo Airbnb. Em seguida, mudamos para um apartamento de 25m².  Através do boca a boca, conquistamos mais clientes e, 6 meses depois, recebemos um aporte do mesmo investidor que apoiou a Netflix no início da jornada. 

A Housi, hoje, embandeira os prédios da VITACON, assim como mais de 120 empreendimentos em mais de 80 cidades por todo Brasil.

O que você busca quando procura colaboradores? E o que acha importante para reter talentos em uma empresa?

Busco pessoas que questionam o status quo e que têm uma fome insaciável por crescer e evoluir.

Como construir uma cultura organizacional forte? Você tem algum exemplo ou história que mostre a cultura da VITACON/Housi?

“A única forma de construir uma cultura forte é dando um exemplo. Os líderes devem ser o exemplo do que queremos que nossos colaboradores se tornem. Devem liderar pelo exemplo e superar os objetivos com ética e alinhados com nosso propósito.”

Nossos times comerciais e operacionais têm autonomia e, frequentemente, a usam para perder dinheiro se necessário, caso o objetivo seja corrigir algo na experiência do cliente. Frequentemente, nossos líderes assumem postos de recepção, atendimento ao cliente, manutenção e limpeza!

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Como a pandemia de Covid-19 afetou as duas empresas? Quais foram as mudanças para se adaptar à situação e como elas foram recebidas pelos consumidores?

Nossas locações de curta permanência e corporativas foram a zero. Em tempo recorde, colocamos todo foco em moradia. O time foi brilhante.  A pandemia aumentou a importância da moradia e dos serviços em casa. A flexibilidade do período de locação, ou seja, os moradores escolhem quanto tempo irão alugar o imóvel, nunca foi tão bem-vista como neste momento de incertezas. 

O resultado foi uma expansão vertiginosa da Housi por todo Brasil. Hoje, são mais de 150 mil unidades habitacionais disponíveis em nossa plataforma. 

A Housi começou em São Paulo, mas já está em outras capitais brasileiras. Como aconteceu essa expansão e como vocês mantêm o controle de qualidade?

Entrevista com Alexandre Frankel, CEO da HOUSI e Chairman da VITACON
(Na imagem: Alexandre Frankel, CEO da HOUSI e Chairman da VITACON)
(Divulgação G4 Educação/HOUSI)

A Housi veio para solucionar uma equação que ficou estagnada por séculos. Ninguém questionou sobre o modelo de moradia. O modelo que criamos encantou os moradores, que, por sua vez, maximizaram os retornos dos investidores. Como consequência, as vendas dos incorporadores de todo Brasil explodiram. 

É um círculo virtuoso que se retroalimenta. Hoje, os incorporadores são nossos maiores parceiros de negócios. 

Mantemos a qualidade com tecnologia e muito controle sobre os times operacionais e parceiros. Desenvolvemos um sistema que treina e monitora todo o ecossistema, garantindo a qualidade. E quando algo sai do padrão, a plataforma Housi garante a realocação ou solução para o cliente.

Quais são as tendências para o real estate? O que você está enxergando no mercado para os próximos anos?

Definitivamente, vamos experimentar a troca da posse pelo uso. Não só no mercado imobiliário, mas em muitos outros, como o automobilístico, por exemplo. Entendo que, hoje, o imóvel é indissociável da tecnologia e dos serviços. É como se estivéssemos migrando do celular analógico para o smartphone. 

Muito em breve, será impensável um imóvel sem aplicativos que resolvam o dia a dia do morador como lavanderia automatizada, mercado autônomo, carro compartilhado, fechaduras inteligentes e conectividade de alta velocidade. 

Como tem sido o relacionamento com as inovações tecnológicas e com o ecossistema de startups?

Nossos prédios são grandes plataformas para que as startups coloquem as suas soluções em prática. Temos um computador, um smartphone e os prédios Housi. Tudo é conectado através de APIs. Funcionamos como um sistema operacional que permite a aplicação de infinitas soluções on e offline.

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Como vocês criam um senso de comunidade entre os moradores? Tem alguma história inusitada ou marcante?

Acontece tudo muito naturalmente. Quem mora de Housi está muito mais aberto e acessível ao contato social. Nossos espaços são projetados para promover encontros espontâneos. Promovemos uma série de eventos que vão da gastronomia ao esporte, passando por palestras sobre o mercado financeiro. 

“Temos várias histórias, mas o que verdadeiramente me chama a atenção é o fato das pessoas realizarem negócios intra-prédio. Temos advogados, personal trainers, designers que têm a sua clientela no universo Housi.”

Qual o seu livro de cabeceira? Por quê?

Entrevista com Alexandre Frankel, CEO da HOUSI e Chairman da VITACON
(Na imagem: Alexandre Frankel, CEO da HOUSI e Chairman da VITACON)
(Divulgação G4 Educação/HOUSI)

Sou um leitor voraz. Vou recomendar “Sapiens”, que nos ajuda muito a entender como viemos parar aqui e “Am I being too subtle”, cuja história é sobre Sam Zell, um dos maiores investidores imobiliários de todos os tempos.  

A missão do G4 Educação é gerar 1 milhão de empregos até 2030 através dos seus alunos. Qual a missão da VITACON?

“A VITACON tem como missão reinventar a cidade. Acreditamos que seja possível propor um novo estilo de vida que melhore a vida das pessoas. Influenciamos uma geração de empreendedores que, hoje, adotam a nossa filosofia.”

Já a Housi tem um modelo exponencial e sem fronteiras. Estamos reinventando a moradia, propondo um modelo flexível que devolve liberdade e tempo. Isso permite que as pessoas realizem os seus propósitos.  Vamos erradicar o déficit habitacional do país. 

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