João Adibe da Cimed: “O sucesso não aceita preguiça”
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João Adibe da Cimed: “O sucesso não aceita preguiça”

Por:
Soraia Yoshida
Publicado em:
12/12/2023
Atualizado em:

“A vida se renova todos os dias e em cada momento de nossa história temos a chance de fazer diferente e sermos melhores”. Ao mostrar que a mentalidade (mindset) de crescimento guia seu dia a dia, João Adibe, CEO da farmacêutica Cimed, apontou que está aí um insight para empreendedores que buscam fazer seu negócio crescer tanto quanto sua empresa.

“Líder é aquele que cuida, é aquele que inspira, aquele que resolve o problema. E a hora que você cuidar do seu funcionário do jeito que a gente cuida, eu tenho certeza que vocês vão transformar a empresa de vocês”, afirmou João Adibe diante de uma plateia de mais de 4.000 pessoas no G4 Valley, maior evento de educação corporativa promovido pelo G4 Educação em São Paulo. Durante uma hora, o empresário falou sobre o que levou a Cimed ao sucesso e à conquista de prêmios e reconhecimento nacional. “Foco no cliente, olho no olho e uma cultura forte que ele demonstrou logo depois de pisar no palco da São Paulo Expo.

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“Eu sou um cara de ritmo, de rotina e de ritual”. Com essa definição, João Adibe começou sua apresentação pedindo à plateia presente ao G4 Valley que desse um abraço na pessoa sentada ao lado. “Isso dá muita energia”.

Pai de cinco filhos (“já é um grande desafio”), Adibe disse que seus pilares são família, saúde e trabalho – e que isso faz toda a diferença dentro de seu negócio. A Cimed faz parte de um mercado que vai movimentar mais de R$ 100 bilhões em 2023, um aumento de pelo menos 11% em relação aos números do ano passado. A projeção é que essa expansão vai continuar em 2024. 

E onde está o diferencial da Cimed nesse segmento? No cliente, ou seja, na maneira como a empresa entende os pequenos empreendedores, que somam mais de 75 mil farmácias, de um total de 90 mil em todo o país. “A minha história é uma história em que o foco é o pequeno varejista. Foi esse o público com o qual eu escolhi jogar”.

“O mercado que a Cimed disputa é o mercado de 200 milhões de brasileiros. Medicamento na Cimed não tem classe social. Há 10 anos, a Cimed era a 36ª farmacêutica no ranking brasileiro. Hoje, nós somos a terceira. Quando você olha para o mercado participativo, nós somos a número 1.”

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Alta performance é diferencial na Cimed

Para João Adibe, esse salto só foi possível porque a Cimed tem uma cultura de alta performance. “A transformação é parte fundamental de quem somos. Temos coragem para mudar e buscar um novo”, afirmou o empreendedor. Há muito investimento em tecnologia para trazer mais eficiência para as linhas de produção, assim como equipamentos de ponta no setor industrial farmacêutico para garantir competitividade e acessibilidade de preços. 

Essa estrutura permite a fabricação de 600 milhões de caixas de remédio por ano, o que representa 14% de toda a produção nacional. “São 20 caixas de remédio por segundo. Por segundo. Se a gente contar até 10, quantas caixas foram? 200. Então só para vocês entenderem a responsabilidade que a gente tem hoje.” 

O que mais impressiona é que a Cimed, empresa familiar fundada em 1977 pelo pai de João Adibe, João de Castro Marques (“Se não fosse o meu pai, eu não estaria aqui hoje”), atingiu esse patamar em pouco mais de 20 anos, graças a um entendimento do cliente e suas necessidades. Aos 19 anos, João Adibe decidiu sair de casa e ir para Anápolis, em Goiás, onde a empresa contava com um representante que respondia por 50% das vendas. “Eu pensei, não tem nada melhor do que eu aprender com esse cara”, contou.  

“E ali eu comecei a entender desse Brasil profundo. Por quê? Como a gente trabalhava no Sudeste, a mercadoria demorava muito tempo para chegar. Então, a gente saía para viajar, fazia de Anápolis a Belém, de carro. Demorava uma semana para viajar, o final de semana pra voltar, uma semana pra mercadoria chegar. Aí eu falei, quero encurtar essa cadeia. Comecei a fazer a pronta entrega. Eu vi que se eu utilizasse a força da viagem com a pronta entrega, eu conseguia agilizar meu negócio e ser diferenciado no mercado que eu disputava”.  

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Ao entender como alavancar a empresa através da melhoria na cadeia de distribuição, a Cimed passou a contar com uma compreensão maior do Brasil. “O Brasil na verdade são 10 Brasis em um”, diz Adibe. “O jogo hoje no Brasil é de empresas regionais. E o Brasil de 10 Brasis é para quem entende do Brasil. A cultura do Sul é diferente da cultura do Norte,  que é diferente do Nordeste, que é diferente do Centro-Oeste”.  

Ao contar a história de sua família que decidiu vir para São Paulo para empreender, inicialmente comprando uma farmácia, mais tarde uma empresa, o laboratório farmacêutico, em meados dos anos 1950, ele mostrou como o negócio evoluiu. “Nós somos uma empresa de 46 anos e eu sou o funcionário mais antigo da Cimed”.

Adibe diz que tem muito orgulho em dizer que a empresa é “barriga no balcão e catálogo na mão”. A Cimed conta com a maior cadeia de distribuição e opera com um ecossistema único na indústria farmacêutica. 

A nova geração da família segue esse princípio do hands-on (mão na massa) que veio dos avós e dos pais. Com Adibe no papel de CEO e sua irmã Karla Marques Felmanas na cadeira de vice-presidente, a empresa tem entre seus planos atingir o faturamento de R$ 5 bilhões até 2025.

“A eficiência de nossa cadeia de distribuição nos deixa presentes nos locais mais remotos de um país gigante como o Brasil.”

O co-fundador do G4 Educação Alfredo Soares ao lado de João Adibe, CEO da Cimed, no palco do G4 Valley
O co-fundador do G4 Educação Alfredo Soares ao lado de João Adibe, CEO da Cimed, no palco do G4 Valley (Crédito: G4 Educação)

Sucesso não aceita preguiça

Tendo como propósito proporcionar saúde e bem-estar para todos os brasileiros, a Cimed buscou uma forte expansão nos últimos anos. Em 2019, a empresa investiu quase R$ 300 milhões na construção de uma nova planta em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais. Com isso, a companhia aumentou sua capacidade produtiva na área de sólidos de 28 milhões para 40 milhões de comprimidos por mês, chegando a 60 milhões no médio prazo. A nova planta permitiu ainda atender exclusivamente hospitais e a saúde pública, ampliando em cinco vezes a receita da Cimed no segmento de 5% para 25%.

Com mais de 5.600 colaboradores, a Cimed enfrentou durante a pandemia um enorme desafio para continuar sua produção, em um momento em que muitas empresas tiveram dificuldade para se manter operantes. O resultado dos esforços dos colaboradores nas plantas e na linha de frente valeu à Cimed o prêmio de maior e melhor indústria farmacêutica de bens de consumo e saúde. “Eu agradeço a todos os meus clientes e a todos os meus colaboradores por esse prêmio. se não fossem eles, a gente não tinha atingido nada”.

Um grande motivo de orgulho para Adibe é a Cimed ser a única empresa do setor farmacêutico com uma cadeia de verticalização própria. Além de duas plantas em Minas Gerais, possui uma gráfica para impressão das embalagens e bulas, uma housing interna e faz o atendimento direto da grande maioria das farmácias. “Fabricamos, vendemos, entregamos os nossos produtos de forma independente”, contou no G4 Valley. “Mas queremos ir muito além.”

“O nosso desejo de fazer mais e melhor não tem limites. Afinal, sucesso não aceita preguiça. Com ritmo, rotina e ritual, nosso Exército Amarelo caminha unido. Com perseverança, garra e disposição para mudar realidades. Nosso sangue amarelo nos trouxe até aqui e vai nos transformar na melhor e maior indústria  farmacêutica do Brasil”. 

Brasil com S

Para João Adibe, o papel dos empreendedores no crescimento do Brasil está claro. “Quem vai mudar a roda nesse país somos nós, os empreendedores. É o Brasil com S, não é o Brasil com Z, é Made in Brazil, é do Brasil”. Ele garante que no setor farmacêutico, a produção brasileira não fica a dever para nenhuma outra indústria internacional em termos de capacitação e técnica.

“A Anvisa hoje é um dos órgãos mais rigorosos do Brasil e bota o nosso setor farmacêutico lá em cima. Nós somos hoje a sexta maior economia no mercado farmacêutico do mundo, tá? É o Brasil.” 

Em sua apresentação no G4 Valley, João Adibe reforçou seu sentimento de que não apenas é possível empreender no Brasil, mas é possível crescer. “Eu tenho orgulho de ser brasileiro, aonde eu chego eu gosto de mostrar a nossa bandeira do Brasil e eu acho que está na hora da gente começar a provocar todos os empreendedores do Brasil  que brasileiro tem que comprar de brasileiro.”  

“Nosso propósito é levar saúde e qualidade de vida para todos os brasileiros. Todos os dias.” 
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