Os pilares da Inteligência Emocional podem aumentar o desempenho criando um ambiente de trabalho produtivo, transparente e voltado para resultados.
Com empresas adotando tecnologias como big data, cloud computing (comunicação em nuvem), e-commerce, criptografia, robôs humanoides e inteligência artificial em suas operações, novas habilidades estão emergindo, mostrando-se fundamentais para o líder do futuro.
Neste cenário de constante transformação, o Fórum Econômico Mundial identificou as 15 habilidades do trabalho do futuro que serão fundamentais a médio e longo prazo, e muitas delas estão voltadas para a esfera comportamental - as chamadas people skills.
Entre as principais competências elencadas está a Inteligência Emocional, habilidade que progrediu junto ao mercado e se tornou fundamental para o alto desempenho, ajudando líderes e gestores a impulsionarem suas carreiras.
De acordo com artigo da Harvard Business Review, a Inteligência Emocional é responsável por quase 90% do que diferencia profissionais de alto desempenho daqueles que possuem hard skills semelhantes, e contribui diretamente para uma performance não só voltada para resultados mas também para as pessoas - o principal ativo de qualquer companhia.
Mas antes de entender como ela atua no desenvolvimento de carreira, é importante entender o que fez com que essa habilidade se tornasse tão relevante atualmente.
A Inteligência Emocional (IE) pode ser descrita como a capacidade de entender e gerenciar as próprias emoções, reconhecendo que elas influenciam as emoções de outras pessoas. É um aspecto crucial do desenvolvimento pessoal e profissional que abrange a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como as emoções dos outros.
A Inteligência Emocional envolve um conjunto de habilidades que permitem aos indivíduos navegar pelas interações sociais, comunicar-se com eficácia, ter empatia com os outros e tomar decisões acertadas com base na consciência emocional.
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1990 pelos pesquisadores John Mayer e Peter Salovey, mas foi o psicólogo Daniel Goleman que o popularizou na última década.
Aprender a gerir emoções aprimora a resiliência em momentos de pressão, ajuda a lidar melhor com conflitos do dia-a-dia e melhora as relações, tornando-se fundamental em qualquer esfera da vida, incluindo a profissional.
Um estudo da Universidade Yale concluiu que colaboradores cuja liderança possuía inteligência emocional eram mais felizes, criativos e inovadores. Em contrapartida, 70% daqueles que consideravam a liderança com baixa inteligência emocional possuíam sentimentos negativos.
Levando em consideração que gestores influenciam pelo menos 70% do engajamento dos colaboradores, focar no desenvolvimento dessa habilidade é crucial.
Por muito tempo, as habilidades técnicas foram consideradas o principal ativo de uma liderança efetiva, contudo, essa lógica está em plena transformação. Isso porque ser capaz de resolver conflitos, escutar ativamente, ser empático e agir sob pressão sem perder a calma mostra-se cada vez mais fundamental para qualquer gestor.
O psicólogo Goleman destacou em um artigo da HBR que:
“Os líderes mais eficazes são todos parecidos de uma maneira crucial: todos eles têm um alto grau do que veio a ser conhecido como inteligência emocional. Não é que QI e habilidades técnicas sejam irrelevantes, elas importam, mas [acabam sendo] os requisitos básicos para posições executivas.”
Conhecimentos comprovados por meio de certificados e capacitações não perderam valor, pelo contrário. Contudo, desenvolver outras habilidades - incluindo inteligência emocional - deve ser o foco a médio e longo prazo, e contanto que haja disponibilidade para o aprendizado, é possível cultivá-las todos os dias.
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Não há dúvidas de que para liderar equipes que entregam resultados, conhecimentos técnicos são necessários, mas é através das habilidades interpessoais que a construção de relações honestas e de confiança tornam-se possíveis.
42,9% dos gestores e diretores consideram que inteligência emocional é uma das habilidades mais valorizadas do mercado, destacando-se ainda mais em níveis de gestão, mas como adquiri-la?
Entender os fundamentos que regem essa habilidade é essencial, por isso, separamos os 5 pilares da inteligência emocional que te ajudarão a incrementá-la - promovendo a alta performance sem perder a qualidade das entregas e das relações:
A partir desses pilares, é possível liderar de maneira mais engajada, comprometida e alinhada, fortalecendo a cultura organizacional e alcançando os objetivos do negócio.
A autoconsciência é a capacidade de manter plena atenção ao que sentimos internamente, sendo capaz de reconhecer um sentimento quando ele ocorre.
Existem dois tipos de autoconsciência: a autoconsciência interna e a externa.
Enquanto a primeira representa a clareza que temos frente aos nossos valores, paixões, aspirações, adequação ao ambiente, reações (incluindo pensamentos, sentimentos, comportamentos, pontos fortes e fracos), a segunda representa como entendemos o olhar das outras pessoas sobre nós, levando em consideração os mesmos fatores listados internamente.
Portanto, esse primeiro pilar acaba sendo a base para o autoconhecimento e a percepção ampla a nosso respeito - tanto interna quanto externa.
A primeira categoria está relacionada a uma maior satisfação pessoal, seja no trabalho ou em relacionamentos, e a segunda relaciona-se diretamente à maneira como lidamos com elementos externos - envolvendo habilidades como empatia e tolerância.
Líderes autoconscientes são eficazes pois além de conhecerem sua equipe conhecem a si mesmos, e quando há compreensão quanto a essa dinâmica (interna e externamente), é mais fácil estabelecer rituais que permitam um maior alinhamento de expectativas entre ambas as partes.
Reconhecer nossos pensamentos e emoções é um passo importante rumo ao desenvolvimento da inteligência emocional, contudo é o começo de uma jornada que deve ser desenvolvida amplamente.
Portanto, uma vez que reconhecemos nossos sentimentos, é fundamental gerenciá-los.
A gestão das emoções nos ajuda a equilibrar nossos sentimentos e é importante para um ambiente de trabalho mais harmônico - principalmente as negativas.
Afinal, explosões emocionais, por exemplo, dificilmente contribuirão para relações de trabalho positivas e um ambiente agradável de se estar, e em geral, saber administrá-las acaba representando nosso nível de profissionalismo.
As emoções negativas mais comuns vivenciadas no trabalho são:
Por sermos criaturas naturalmente emocionais, buscar esse equilíbrio pode ser um grande desafio, mas mostra-se fundamental para garantir nosso bem-estar, principalmente no trabalho - em que uma administração mais cuidadosa de sentimentos é necessária.
Tanto na vida pessoal quanto na profissional, a automotivação é uma característica essencial para alcançarmos bons resultados.
Relacionada a capacidade de olharmos internamente, a automotivação ajuda a compreender o que nos impulsiona a fazer algo, e para alcançá-la é preciso desenvolver o autoconhecimento e a autorresponsabilidade.
Em outras palavras, uma pessoa automotivada entende seu protagonismo frente a própria vida e consegue desenvolver mecanismos que as tornam mais produtivas em qualquer âmbito do dia a dia, inclusive no trabalho. Elas também conseguem lidar melhor com os outros, adotando uma postura mais empática - o que tende a facilitar a convivência com outros colegas.
Em suma, a motivação vem de dentro para fora, e deve ser um exercício diário até que se torne um hábito.
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A empatia é uma habilidade psíquica que nos permite enxergar o mundo a partir do olhar do outro, e é dividida em três grupos:
Adotar um comportamento empático constrói um ambiente de trabalho mais diverso e colaborativo, no qual atitudes individualistas tendem a ser minadas e desmotivadas.
Líderes empáticos são mais propensos a compreender os sentimentos e atitudes que motivam seus liderados, e sem julgar precipitadamente, tornam-se capazes de criar relações de confiança mais fortes, fomentando o respeito e a transparência no ambiente de trabalho, o que facilita diálogos mesmo quando eles são feedbacks negativos.
Portanto, a empatia é responsável por diminuir conflitos e melhorar o relacionamento interpessoal - gerando relações mais saudáveis.
A base da convivência em qualquer âmbito da vida - incluindo o trabalho - ancora-se na capacidade de cultivar bons relacionamentos, gerar conexões e estabelecer laços fortes.
Na esfera corporativa, o relacionamento interpessoal é uma soft skill fundamental para ajudá-lo a construir uma carreira sólida, ajudando a resolver crises e conflitos, se relacionar com diferentes personalidades e perspectivas.
No entanto, é importante destacar que diferente do que muitos podem pensar, o relacionamento interpessoal não diz respeito apenas a nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros, é um reflexo direto de como nos relacionamos com nós mesmos, ou seja, para desenvolver um bom relacionamento com os outros precisamos desenvolver primeiro conosco.
Leia mais: Habilidades socioemocionais: quais são as soft skills do futuro do trabalho
A seguir, listamos alguns benefícios que o desenvolvimento da Inteligência Emocional traz para o ambiente de trabalho:
Em nossa essência, somos seres relacionais, portanto, todos convivemos com uma série de sentimentos todos os dias, a grande diferença é a capacidade que algumas pessoas desenvolvem de lidar com as próprias emoções de maneira saudável.
Nesse sentido, uma das melhores ferramentas para desenvolver inteligência emocional é o processo terapêutico, que proporciona a oportunidade de autoconhecimento de maneira única.
Por ser um processo de descobertas e provocações, ajuda a enxergar oportunidades de crescimento, a reduzir pontos cegos e a navegar por zonas desconhecidas e que poderiam nunca serem exploradas sem esse processo.
Além da terapia, existem algumas outras recomendações que podem ajudá-lo a progredir - estabelecendo relações de confiança, melhorando a comunicação e o ajudando a alcançar melhores resultados:
Além disso, ser intencional e se mostrar disponível ajuda a criar relações mais autênticas.
Quando falamos de C-level, essas qualidades podem ser ainda mais expressivas e diferenciar um líder de sucesso daquele que não consegue entregar bons resultados.
Uma vez que os funcionários demandam um tratamento cada vez mais humano e menos transacional, optar por uma abordagem baseada na inteligência emocional pode tornar sua liderança mais eficaz - mantendo a equipe engajada e satisfeita com seu estilo de liderança e contribuindo para uma empresa mais produtiva e lucrativa.
Emoção é um estado psicológico que nos leva a agir - seja positiva ou negativamente. Uma vez que impacta diretamente métricas como produtividade, inovação e a retenção de talentos, desenvolver inteligência emocional é muito importante.
Os 5 pilares que comentamos acima são imprescindíveis para impulsioná-la, e aprimorá-los pode ser a chave para uma liderança de alta performance, que traga resultados efetivos para a companhia.
Embora possa ser um desafio, lembre-se, todas essas habilidades podem ser aprendidas, ou seja, basta ter disponibilidade e comprometimento para cultivá-las.
Ao longo da trajetória profissional, é comum focar no desenvolvimento de habilidades técnicas, que embora sejam importantes não são mais exclusivamente decisivas para impulsionar o crescimento.
Ao unir hard e soft skills unimos competência técnica e habilidade interpessoal, formando líderes e gestores que lideram equipes engajadas, comprometidas e alinhadas com o propósito do negócio.