Quais são os 5 pilares da inteligência emocional?
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Quais são os 5 pilares da inteligência emocional?

Por:
Amanda Moura
Publicado em:
8/12/2022
Atualizado em:
19/4/2024

Os pilares da Inteligência Emocional podem aumentar o desempenho criando um ambiente de trabalho produtivo, transparente e voltado para resultados.

Com empresas adotando tecnologias como big data, cloud computing (comunicação em nuvem), e-commerce, criptografia, robôs humanoides e inteligência artificial em suas operações, novas habilidades estão emergindo, mostrando-se fundamentais para o líder do futuro.

Neste cenário de constante transformação, o Fórum Econômico Mundial identificou as 15 habilidades do trabalho do futuro que serão fundamentais a médio e longo prazo, e muitas delas estão voltadas para a esfera comportamental - as chamadas people skills

Entre as principais competências elencadas está a Inteligência Emocional, habilidade que progrediu junto ao mercado e se tornou fundamental para o alto desempenho, ajudando líderes e gestores a impulsionarem suas carreiras.

De acordo com artigo da Harvard Business Review, a Inteligência Emocional é responsável por quase 90% do que diferencia profissionais de alto desempenho daqueles que possuem hard skills semelhantes, e contribui diretamente para uma performance não só voltada para resultados mas também para as pessoas - o principal ativo de qualquer companhia.

Mas antes de entender como ela atua no desenvolvimento de carreira, é importante entender o que fez com que essa habilidade se tornasse tão relevante atualmente.

O que é Inteligência Emocional?

A Inteligência Emocional (IE) pode ser descrita como a capacidade de entender e gerenciar as próprias emoções, reconhecendo que elas influenciam as emoções de outras pessoas. É um aspecto crucial do desenvolvimento pessoal e profissional que abrange a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como as emoções dos outros.

A Inteligência Emocional envolve um conjunto de habilidades que permitem aos indivíduos navegar pelas interações sociais, comunicar-se com eficácia, ter empatia com os outros e tomar decisões acertadas com base na consciência emocional.

O termo foi utilizado pela primeira vez em 1990 pelos pesquisadores John Mayer e Peter Salovey, mas foi o psicólogo Daniel Goleman que o popularizou na última década.

Aprender a gerir emoções aprimora a resiliência em momentos de pressão, ajuda a lidar melhor com conflitos do dia-a-dia e melhora as relações, tornando-se fundamental em qualquer esfera da vida, incluindo a profissional. 

Um estudo da Universidade Yale concluiu que colaboradores cuja liderança possuía inteligência emocional eram mais felizes, criativos e inovadores. Em contrapartida, 70% daqueles que consideravam a liderança com baixa inteligência emocional possuíam sentimentos negativos.

Levando em consideração que gestores influenciam pelo menos 70% do engajamento dos colaboradores, focar no desenvolvimento dessa habilidade é crucial. 

Por muito tempo, as habilidades técnicas foram consideradas o principal ativo de uma liderança efetiva, contudo, essa lógica está em plena transformação. Isso porque ser capaz de resolver conflitos, escutar ativamente, ser empático e agir sob pressão sem perder a calma mostra-se cada vez mais fundamental para qualquer gestor.

O psicólogo Goleman destacou em um artigo da HBR que:

“Os líderes mais eficazes são todos parecidos de uma maneira crucial: todos eles têm um alto grau do que veio a ser conhecido como inteligência emocional. Não é que QI e habilidades técnicas sejam irrelevantes, elas importam, mas [acabam sendo] os requisitos básicos para posições executivas.”
Daniel Goleman, psicólogo

Conhecimentos comprovados por meio de certificados e capacitações não perderam valor, pelo contrário. Contudo, desenvolver outras habilidades - incluindo inteligência emocional - deve ser o foco a médio e longo prazo, e contanto que haja disponibilidade para o aprendizado, é possível cultivá-las todos os dias.

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Os 5 pilares da inteligência emocional:

Não há dúvidas de que para liderar equipes que entregam resultados, conhecimentos técnicos são necessários, mas é através das habilidades interpessoais que a construção de relações honestas e de confiança tornam-se possíveis.

42,9% dos gestores e diretores consideram que inteligência emocional é uma das habilidades mais valorizadas do mercado, destacando-se ainda mais em níveis de gestão, mas como adquiri-la?

Entender os fundamentos que regem essa habilidade é essencial, por isso, separamos os 5 pilares da inteligência emocional que te ajudarão a incrementá-la - promovendo a alta performance sem perder a qualidade das entregas e das relações:

  1. Autoconsciência
  2. Gestão das emoções
  3. Automotivação
  4. Empatia
  5. Relacionamento interpessoal

A partir desses pilares, é possível liderar de maneira mais engajada, comprometida e alinhada, fortalecendo a cultura organizacional e alcançando os objetivos do negócio.

1. Autoconsciência

A autoconsciência é a capacidade de manter plena atenção ao que sentimos internamente, sendo capaz de reconhecer um sentimento quando ele ocorre. 

Existem dois tipos de autoconsciência: a autoconsciência interna e a externa. 

Enquanto a primeira representa a clareza que temos frente aos nossos valores, paixões, aspirações, adequação ao ambiente, reações (incluindo pensamentos, sentimentos, comportamentos, pontos fortes e fracos), a segunda representa como entendemos o olhar das outras pessoas sobre nós, levando em consideração os mesmos fatores listados internamente. 

Portanto, esse primeiro pilar acaba sendo a base para o autoconhecimento e a percepção ampla a nosso respeito - tanto interna quanto externa.

A primeira categoria está relacionada a uma maior satisfação pessoal, seja no trabalho ou em relacionamentos, e a segunda relaciona-se diretamente à maneira como lidamos com elementos externos - envolvendo habilidades como empatia e tolerância.

Líderes autoconscientes são eficazes pois além de conhecerem sua equipe conhecem a si mesmos, e quando há compreensão quanto a essa dinâmica (interna e externamente), é mais fácil estabelecer rituais que permitam um maior alinhamento de expectativas entre ambas as partes.

2. Gestão das emoções

Reconhecer nossos pensamentos e emoções é um passo importante rumo ao desenvolvimento da inteligência emocional, contudo é o começo de uma jornada que deve ser desenvolvida amplamente.

Portanto, uma vez que reconhecemos nossos sentimentos, é fundamental gerenciá-los. 

A gestão das emoções nos ajuda a equilibrar nossos sentimentos e é importante para um ambiente de trabalho mais harmônico - principalmente as negativas.

Afinal, explosões emocionais, por exemplo, dificilmente contribuirão para relações de trabalho positivas e um ambiente agradável de se estar, e em geral, saber administrá-las acaba representando nosso nível de profissionalismo. 

As emoções negativas mais comuns vivenciadas no trabalho são:

  • Frustração
  • Preocupação 
  • Raiva
  • Antipatia 
  • Infelicidade 

Por sermos criaturas naturalmente emocionais, buscar esse equilíbrio pode ser um grande desafio, mas mostra-se fundamental para garantir nosso bem-estar, principalmente no trabalho - em que uma administração mais cuidadosa de sentimentos é necessária.

3. Automotivação 

Tanto na vida pessoal quanto na profissional, a automotivação é uma característica essencial para alcançarmos bons resultados.

Relacionada a capacidade de olharmos internamente, a automotivação ajuda a compreender o que nos impulsiona a fazer algo, e para alcançá-la é preciso desenvolver o autoconhecimento e a autorresponsabilidade. 

Em outras palavras, uma pessoa automotivada entende seu protagonismo frente a própria vida e consegue desenvolver mecanismos que as tornam mais produtivas em qualquer âmbito do dia a dia, inclusive no trabalho. Elas também conseguem lidar melhor com os outros, adotando uma postura mais empática - o que tende a facilitar a convivência com outros colegas.

Em suma, a motivação vem de dentro para fora, e deve ser um exercício diário até que se torne um hábito. 

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4. Empatia 

A empatia é uma habilidade psíquica que nos permite enxergar o mundo a partir do olhar do outro, e é dividida em três grupos:

  • Empatia cognitiva: nos permite compreender sentimentos e pensamentos do outro;
  • Empatia emocional: é a capacidade de compartilhar sentimentos com outra pessoa;
  • Empatia compassiva: vai além de compreender e compartilhar emoções, ela nos impulsiona a ajudar.

Adotar um comportamento empático constrói um ambiente de trabalho mais diverso e colaborativo, no qual atitudes individualistas tendem a ser minadas e desmotivadas.

Líderes empáticos são mais propensos a compreender os sentimentos e atitudes que motivam seus liderados, e sem julgar precipitadamente, tornam-se capazes de criar relações de confiança mais fortes, fomentando o respeito e a transparência no ambiente de trabalho, o que facilita diálogos mesmo quando eles são feedbacks negativos. 

Portanto, a empatia é responsável por diminuir conflitos e melhorar o relacionamento interpessoal - gerando relações mais saudáveis.

5. Relacionamento interpessoal

A base da convivência em qualquer âmbito da vida - incluindo o trabalho - ancora-se na capacidade de cultivar bons relacionamentos, gerar conexões e estabelecer laços fortes. 

Na esfera corporativa, o relacionamento interpessoal é uma soft skill fundamental para ajudá-lo a construir uma carreira sólida, ajudando a resolver crises e conflitos, se relacionar com diferentes personalidades e perspectivas.

No entanto, é importante destacar que diferente do que muitos podem pensar, o relacionamento interpessoal não diz respeito apenas a nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros, é um reflexo direto de como nos relacionamos com nós mesmos, ou seja, para desenvolver um bom relacionamento com os outros precisamos desenvolver primeiro conosco.

Leia mais: Habilidades socioemocionais: quais são as soft skills do futuro do trabalho

Benefícios da Inteligência Emocional no trabalho

A seguir, listamos alguns benefícios que o desenvolvimento da Inteligência Emocional traz para o ambiente de trabalho:

  • Eficácia da liderança: Os líderes com alta inteligência emocional estão mais bem equipados para inspirar e motivar suas equipes, lidar com conflitos e comunicar a visão de forma eficaz. Eles podem criar um ambiente de trabalho positivo em que os funcionários se sintam valorizados e apoiados.
  • Tomada de decisões: A inteligência emocional aprimora a tomada de decisões, permitindo que os indivíduos considerem não apenas os fatores lógicos, mas também as implicações emocionais de suas escolhas. Isso leva a decisões mais ponderadas e completas que levam em conta as necessidades e preocupações de todas as partes interessadas.
  • Dinâmica da equipe: Em um ambiente de negócios, a colaboração eficaz é essencial para o sucesso. Equipes compostas por indivíduos emocionalmente inteligentes são mais capazes de se comunicar abertamente, resolver conflitos de forma construtiva e trabalhar juntos de forma coesa para atingir objetivos comuns.
  • Relações com o cliente: As empresas que priorizam a inteligência emocional estão mais bem equipadas para entender e atender às necessidades de seus clientes. Os funcionários que conseguem ter empatia com os clientes e prestar um serviço personalizado e empático contribuem para fortalecer o relacionamento e a fidelidade dos clientes.
  • Engajamento e retenção de funcionários: Os líderes emocionalmente inteligentes criam uma cultura de apoio e inclusão no local de trabalho em que os funcionários se sentem valorizados, ouvidos e motivados a dar o melhor de si. Isso leva a níveis mais altos de engajamento, satisfação no trabalho e retenção de funcionários.
  • Resolução de conflitos: O conflito é inevitável em qualquer local de trabalho, mas os indivíduos emocionalmente inteligentes estão mais bem equipados para lidar com ele de forma construtiva. Mantendo a calma, a empatia e o foco na solução, eles podem lidar com conflitos e desentendimentos de forma a preservar os relacionamentos e promover o entendimento mútuo.

Como desenvolver os pilares da Inteligência Emocional?

Em nossa essência, somos seres relacionais, portanto, todos convivemos com uma série de sentimentos todos os dias, a grande diferença é a capacidade que algumas pessoas desenvolvem de lidar com as próprias emoções de maneira saudável. 

Nesse sentido, uma das melhores ferramentas para desenvolver inteligência emocional é o processo terapêutico, que proporciona a oportunidade de autoconhecimento de maneira única.

Por ser um processo de descobertas e provocações, ajuda a enxergar oportunidades de crescimento, a reduzir pontos cegos e a navegar por zonas desconhecidas e que poderiam nunca serem exploradas sem esse processo.

Além da terapia, existem algumas outras recomendações que podem ajudá-lo a progredir - estabelecendo relações de confiança, melhorando a comunicação e o ajudando a alcançar melhores resultados:

  • Tenha uma comunicação aberta e honesta;
  • Exercite a escuta ativa (concentre-se no que o interlocutor está dizendo);
  • Desenvolva as habilidades das pessoas;
  • Respeite e aprecie os outros;
  • Aceite apoio e seja solidário;
  • Seja positivo;
  • Esteja presente;
  • Nunca responda ou tome decisões quando estiver com raiva ou irritado;
  • Conheça seus gatilhos;
  • Cultive a disciplina;
  • Trace objetivos e metas;
  • Tenha uma postura flexível.

Além disso, ser intencional e se mostrar disponível ajuda a criar relações mais autênticas. 

Quando falamos de C-level, essas qualidades podem ser ainda mais expressivas e diferenciar um líder de sucesso daquele que não consegue entregar bons resultados. 

Uma vez que os funcionários demandam um tratamento cada vez mais humano e menos transacional, optar por uma abordagem baseada na inteligência emocional pode tornar sua liderança mais eficaz - mantendo a equipe engajada e satisfeita com seu estilo de liderança e contribuindo para uma empresa mais produtiva e lucrativa.

Passamos pelo menos 1/3 da nossa vida no trabalho ou pensando no trabalho: cultivar bons relacionamentos é fundamental

Emoção é um estado psicológico que nos leva a agir - seja positiva ou negativamente. Uma vez que impacta diretamente métricas como produtividade, inovação e a retenção de talentos, desenvolver inteligência emocional é muito importante.

Os 5 pilares que comentamos acima são imprescindíveis para impulsioná-la, e aprimorá-los pode ser a chave para uma liderança de alta performance, que traga resultados efetivos para a companhia. 

Embora possa ser um desafio, lembre-se, todas essas habilidades podem ser aprendidas, ou seja, basta ter disponibilidade e comprometimento para cultivá-las.

Ao longo da trajetória profissional, é comum focar no desenvolvimento de habilidades técnicas, que embora sejam importantes não são mais exclusivamente decisivas para impulsionar o crescimento.

Ao unir hard e soft skills unimos competência técnica e habilidade interpessoal, formando líderes e gestores que lideram equipes engajadas, comprometidas e alinhadas com o propósito do negócio. 

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