Skin in The Game

Para quem lida com o mercado financeiro e corporativo é preciso desenvolver uma capacidade decisória baseada em otimização das oportunidades e redução dos riscos. Nesse contexto, é útil conhecer – e saber aplicar – a expressão Skin in the game.

O termo foi cunhado pelo autor e analista de risco Nassim Taleb, mas popularizado pelo investidor Warren Buffett. Confira!

O que significa Skin in the game?

A expressão Skin in the game pode ser traduzida, de forma literal, como “pele em jogo” que, em contexto, poderia ser entendida como “arriscar a própria pele” e, em uma versão mais brasileira, “dar a cara a tapa”.

A expressão é particularmente comum em negócios, finanças e jogos de azar e também é usado na política.

Conceito de Skin in The Game:

O conceito foi desenvolvido no livro homônimo de Nassim Taleb, no qual o autor fala: “se você não corre riscos pela sua opinião, você não é nada. O quanto você realmente ‘acredita’ em alguma coisa pode se manifestar somente por meio do que você está disposto a arriscar por ela”.

Portanto, segundo o próprio Taleb, trata-se do quanto você acredita em um projeto e se é o suficiente para arriscar algo valioso para você nele.

No mercado financeiro, refere-se principalmente à coerência entre o que se fala e o que se faz.
Por exemplo, como espera que outras pessoas tenham coragem de investir em algo se você mesmo não confia o suficiente em determinada corporação ou projeto?

Dessa forma, o Skin in the game consiste, principalmente, em arriscar, mas não de forma cega e ilógica, mas considerando as informações disponíveis, filtrando o conteúdo e racionalizando as variáveis para fazer investimentos e apostas mais certeiros.

Como adotar o Skin in the game na prática?

Antes de um investimento é importante considerar muitas informações disponíveis sobre o negócio de interesse.

Uma das ponderações é se os gestores – e até mesmo os colaboradores – têm ações da companhia, afinal, um bom medidor da confiabilidade de um negócio é se as pessoas que trabalham lá confiam nele – arriscando a própria pele.

Taleb estrutura seu argumento sobre a expressão Skin in the game em quatro pilares:

  • confiabilidade do conhecimento, conseguindo filtrar o que faz sentido no discurso da corporação e o que é apenas cosmético para vender;
  • simetria da vida, na qual você deve se comprometer com alguns riscos se almeja as recompensas;
  • informações compartilhadas, para que você entenda que algumas informações são divulgadas e outras não, sendo capaz de considerar isso na sua análise;
  • racionalidade, conseguindo processar as informações prévias para uma decisão mais embasada e justificada.

Assim, o termo Skin in the game é aplicável nos dois lados da balança, tanto por gestores e empreendedores que devem mostrar que confiam naquilo se arriscando em prol de algo, como também investidores, que podem seguir esses passos para ponderar sobre riscos e oportunidades e determinar o nível de confiança das escolhas que faz.

O objetivo, no final das contas, é colocar em evidência o papel da análise e racionalidade para a tomada de decisão no mercado financeiro.

Para entender mais o conceito de Skin in the game recomendamos o livro “Arriscando a própria pele” de Taleb e também suas outras obras “A lógica do cisne negro” e “Antifrágil”.

Referência:

https://www.amazon.com.br/Arriscando-pr%C3%B3pria-pele-Assimetrias-cotidiano/dp/8547000704/

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