Quais são os 4 tipos de inovação? [+ exemplos reais]
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Quais são os 4 tipos de inovação? [+ exemplos reais]

Quais são os 4 tipos de inovação? [+ exemplos reais]

Por:
G4 Educação
Publicado em:
2/5/2022

Inovar não é somente trazer algo grande, novo e revolucionário para o mercado. A inovação também precisa ser compreendida através de uma abordagem contextual, já que existem diferentes tipos de inovação que podem usar utilizadas para cada situação específica do seu negócio.

Tesla, Apple, Nike. Todas são gigantes e líderes em seu segmento e no mercado. Quando vão lançar um novo produto ou serviço, os concorrentes e os consumidores acompanham com atenção. Qual é a inovação que a empresa vai trazer desta vez?

Mais do que fazer algo bem-feito, Tesla, Apple e Nike são exemplos de empresas que aplicam princípios de inovação para se destacar no mercado, conquistar o público e também crescer e se manter no topo. E essa inovação não se resume a ter ideias “mirabolantes” e criar diferentes produtos e serviços a cada dia. O importante é se pautar no conceito de o que é inovação e utilizar diferentes abordagens para trazê-la à tona, em seus diversos tipos e formatos.

Conhecer os tipos de inovação e identificar o potencial de cada um se torna extremamente necessário para que a empresa saiba em que se pautar e oriente para aqueles que são os mais apropriados para cada momento e estratégia adotados.

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Afinal, quais são os 4 tipos de inovação?

Segundo Greg Satell, no livro “Mapping Innovation”, é um erro acreditar que exista um único caminho para a inovação. Pelo contrário, as companhias precisam estar abertas a experimentar novas possibilidades. Nesse sentido, a Matriz de Inovação é fundamental para avaliar essa perspectiva, já que se baseia em duas importantes variáveis: mercado e tecnologia. Vejamos:

Matriz de inovação (Crédito: Ideadrop)

Olhando para a classificação acima, é possível notar quatro tipos de inovação:

  • Inovação Arquitetônica
  • Inovação Disruptiva
  • Inovação Incremental
  • Inovação Radical

Cada tipo de inovação se encaixa em um quadrante específico da matriz. Uma empresa pode experimentar um, dois ou mesmo três tipos de inovação em sua jornada de crescimento. O importante é não ficar engessado, pois aí mora o perigo de apelar para soluções pouco eficazes, se não fracassadas, uma vez que os problemas e desafios do dia a dia são variados e, para resolvê-los, é necessário adotar abordagens não convencionais.

É por isso que em cada quadrante existem diferentes maneiras de se encarar a inovação: elas são ferramentas que fornecem estratégias específicas para determinadas tarefas. Ou seja, elas possibilitam a identificação da estratégia correta para resolver um problema.

Dito isso, vejamos como cada tipo de inovação é definido e como eles são colocados em prática através de exemplos reais.

Inovação Arquitetônica

A inovação arquitetônica envolve a reconfiguração ou redesenho dos componentes principais de um produto, processo ou serviço sem alterar sua função básica. Isso pode resultar em ganhos de eficiência significativos ou em novos modelos de negócios.

O foco desse tipo de inovação é ganhar ou manter a posição de liderança de mercado. Para que isso aconteça, a empresa precisa combinar conhecimentos que são seu domínio, tecnologias e habilidades humanas para criar novos produtos capazes de atingir outros tipos de cliente ou então melhorar os produtos já existentes para ganhar mais mercado.

Esse tipo de inovação é muito comum e, segundo estudos, cerca de 40% das patentes registradas nos últimos 150 anos se encaixam nessa categoria - e o número ainda vem crescendo.

Para alcançar os objetivos da empresa, os times olham constantemente para o que está sendo feito com o intuito de tornar aquilo ainda melhor, com uma ideia clara de quais problemas precisam ser resolvidos e quais habilidades serão necessárias para resolvê-los.

As empresas que buscam inovação arquitetônica precisam estar dispostas a desafiar as suposições existentes sobre como seus produtos ou serviços devem ser projetados ou entregues. Isso requer uma abordagem flexível e colaborativa para o desenvolvimento de novas arquiteturas.

Como um breve exemplo, a mudança de um modelo de negócio tradicional baseado em vendas diretas para um modelo de assinatura baseado em serviços recorrentes.

Exemplos de Inovação Arquitetônica

Empresas como Amazon, Alibaba e Google utilizam muito esse tipo de inovação para entrar em novos mercados. Eles fazem uso da experiência que já possuem para criar novos aplicativos, plataformas e aproveitam a sua própria base de clientes para oferecê-los.

A Amazon, mais especificamente, utilizou esse recurso para entrar no campo da assistência médica.

Outro modelo é o aplicativo Uber que, na construção de uma ideia revolucionária, combinou o compartilhamento de caronas, a geolocalização e os trabalhadores autônomos.

Inovação Incremental

A Inovação Incremental diz respeito à melhoria gradual e contínua dos produtos ou serviços que já fazem parte do portfólio da empresa. Geralmente, essas melhorias são incrementais e buscam aprimorar aspectos específicos sem alterar fundamentalmente o produto ou serviço. Apesar de ser a menos atraente dentre as modalidades sugeridas, ela tem o poder de valorizar ainda mais a sua solução.

Isso porque tais melhorias tendem a reduzir a estagnação das empresas e aumentar, consideravelmente, a sua participação no mercado, já que esses pequenos ajustes têm o potencial de potencializar a satisfação do cliente.

As empresas que buscam inovação incremental devem incentivar uma cultura de melhoria contínua e estabelecer processos para coletar feedback dos clientes e funcionários. Ao implementar pequenas mudanças frequentes, os times podem chegar a grandes melhorias ao longo do tempo.

Um exemplo breve de inovação incremental está na introdução de novos recursos em um aplicativo de software existente, como uma atualização de usabilidade ou desempenho.

Vale ressaltar que a grande maioria das inovações se encontram nessa espécie incremental, uma vez que essas pequenas melhorias levam a grandes mudanças organizacionais e, sem dúvidas, é um caminho mais acessível, já que não exige grandes orçamentos para ser realizada.

Várias empresas reconhecidas mundialmente só se mantiveram no topo devido à inovação incremental que, muitas vezes, passou despercebida pelos clientes.

Exemplos de Inovação Incremental

Os smartphones e os videogames são grandes exemplos de inovação incremental. Desde o seu surgimento, eles estão em constante mudança, sendo incrementados sem perder o seu conceito original. A cada lançamento, um modelo vai deixando obsoleto o aparelho anterior.

Na indústria de automóveis isso não é diferente. Anualmente, os carros possuem modelos com novas funções e acessórios, trazendo mais conforto e segurança para os seus usuários.

A Faber-Castell, de igual modo, é um exemplo de criatividade e inovação incremental. Ao longo dos anos, ela continuou adaptando seus produtos ao público consumidor, sem deixar de lado a sua essência: lápis que não escorrega na mão, canetinha vai e vem e assim por diante.

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Inovação Disruptiva

A inovação disruptiva ocorre quando uma nova tecnologia, produto ou serviço cria um novo mercado ou segmento de mercado que eventualmente substitui os produtos ou serviços existentes. Em linhas gerais,  o seu objetivo é trazer algo novo para uma demanda já existente, mudando a forma como a solução interage com o seu público.

A inovação disruptiva é a mais conhecida no mercado e é aquela que traz novas demandas ou produtos muito diferentes do que já se conhece.

Segundo o pesquisador Greg Satell, no Harvard Business Review, apesar da inovação incremental ser uma ótima prática dentro das empresas, muitas vezes ela pode se tornar letal se a empresa não buscar a inovação disruptiva.

Mais que isso, suas pesquisas demonstram que quando as bases do mercado competitivo mudam, as empresas podem ficar tão preocupadas em tornar seus produtos cada vez melhores que esquecem de conferir se o público, realmente, ainda se interessa por eles. Nesse caso, o ideal é utilizar a inovação disruptiva e trazer algo completamente inédito para o seu modelo de negócio.

As empresas que buscam a inovação disruptiva precisam estar atentas a novas tendências e oportunidades de mercado emergentes. Isso envolve observar de perto as necessidades não atendidas dos clientes e estar disposto a desafiar o status quo.

Um exemplo famoso é do serviço de streaming de vídeo Netflix, que mudou as regras de mercado e comportamento do consumidor ao trocar o mercado de locação de DVDs pelo modelo de negócio baseado em streaming de conteúdo sob demanda.

Exemplos de Inovação Disruptiva

As startups são um bom exemplo de inovação disruptiva. Elas visam segmentos desconhecidos e negligenciados pelo mercado com o intuito de oferecer uma oferta mais atraente, acessível e conveniente do que as já estabelecidas no mercado.

A Amazon também usou a inovação disruptiva quando abriu as portas da internet para a indústria dos livros. A empresa mudou a forma de vender e entregar suas mercadorias utilizando tecnologias únicas.

Outro exemplo é a Apple, que revolucionou o mercado de aparelhos celulares. Antes do Iphone, os telefones tinham teclas e botões, mas ele os substituiu pela tecnologia touch screen combinada a interfaces mais intuitivas para os usuários.

Inovação Radical

A inovação radical envolve a introdução de novas tecnologias, produtos ou serviços que representam uma mudança significativa em relação ao estado atual. Isso pode resultar em uma redefinição fundamental da indústria ou mercado em que a empresa opera.

É aquele tipo de inovação que muda completamente o mercado e até cria novos. É a união de novas tecnologias e novos mercados.

A inovação radical utiliza um avanço tecnológico que transforma por completo uma dada indústria e cria novos mercados. Além disso, ela revoluciona a forma como uma organização interage com o seu público.

Apesar de ser altamente atraente e estar presente em manchetes nas diferentes mídias, a inovação radical traz muitos desafios e é a forma mais rara de inovação, pois envolve a criação de tecnologias, serviços, modelos e negócios que alcançam mercados completamente inexplorados.

As empresas que buscam inovação radical devem estar dispostas a assumir riscos significativos e investir em pesquisa e desenvolvimento de longo prazo. É importante cultivar uma cultura que valorize a experimentação e o aprendizado com o fracasso.

Um exemplo de inovação radical foi a introdução do smartphone, que revolucionou a maneira como as pessoas se comunicam, acessam informações e realizam transações comerciais. Ao mudar as regras do que antes era visto como um serviço, o smartphone ampliou o mercado mobile.

Exemplos de Inovação Radical

O melhor exemplo de inovação radical foi a invenção do avião. Essa tecnologia possibilitou uma nova maneira de viajar, criou uma indústria e um mercado novos.


A PicPay, fintech capixaba criada em 2012, também transformou a maneira de se realizar pagamentos. Nos últimos anos, através da inovação radical, a empresa obteve um crescimento significativo e chegou até mesmo a firmas parcerias com o Governo Federal.

Indo além, o Airbnb também é um grande exemplo a ser citado. A empresa promoveu um impacto relevante na indústria de hospedagens, facilitando o contrato entre futuros hóspedes e anfitriões, de maneira mais simples e menos burocrática.

Finalmente, ao analisarmos esses 4 tipos de inovação, fica claro que não existe uma única solução possível para se solucionar todos os desafios do empreendedor. Portanto, se as suas estratégias de inovação estão falhando, considere experimentar novos métodos e identifique aquele que melhor se encaixa nas suas necessidades. O modelo de growth hacking, por exemplo, é uma vertente muito utilizada por empresas que buscam a inovação.

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E quais são os campos de inovação?

A inovação pode acontecer em múltiplos campos dentro de uma organização, não apenas no desenvolvimento de produtos e serviços. Dessa forma, existe uma variedade de possibilidades em diversas áreas, sendo as mais comuns:

  • Inovação de produtos: criação de produtos novos.
  • Desempenho de produtos: quando um produto é melhorado.
  • Inovação tecnológica: o desenvolvimento e uso de novas tecnologias.
  • Inovação do modelo de negócios: usar diferentes canais, novos mercados e mudar a dinâmica do negócio para criar, entregar e capturar valor para o cliente.
  • Inovação organizacional: gerenciar e compartilhar recursos de uma forma diferente.
  • Inovação de processo: envolve melhoria na produção ou na interação com o cliente, visando a melhoria da eficiência ou eficácia dos métodos que já existem.
  • Inovação em novos canais: novos métodos para capturar e adquirir clientes – estratégias de marketing e vendas.
  • Inovação de rede: gerar valor extra conectando grupos e partes interessadas.
  • Inovação na jornada do cliente: aumentar o engajamento e a retenção dos clientes através de conceito inovadores.

E por que não levantar possíveis ideias e soluções com a opinião dos colaboradores, especialistas e os feedbacks dos clientes? Invista em capacitação profissional, R&D e crie um sistema de recompensas para projetos inovadores. Assim, as inovações podem ser implantadas em praticamente todos os setores dentro da sua empresa.

Framework de Inovação Doblin

A Doblin, empresa que pertence à Deloitte e trabalha na interseção de design centrado no ser humano, pesquisa e estratégia de negócios, desenvolveu um framework para tornar mais acessível a visão de inovação para as empresas.

O Framework de Inovação Doblin define a inovação em 10 categorias, que abarcam modelos de negócio, inovações de produtos e inovações de marketing.

Framework de Inovação Doblin (Crédito: Reprodução/Doblin)

Considerações finais: agora é a sua vez!

Os tipos de inovação trazem novos horizontes e diferentes conceitos para se estruturar soluções que atendam às demandas do mercado e do avanço da tecnologia. Cabe ao gestor, analisar as estratégias da sua organização e definir qual é o melhor caminho a ser seguido.

Importante é não se deixar cair na zona de conforto e parar de inovar. As inovações precisam fazer parte do dia a dia das organizações para que elas possam se destacar e sobreviver em meio ao mercado avassalador que estão inseridas.

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