Liderança feminina: 8 brasileiras que são líderes de sucesso

Liderança feminina: 8 brasileiras que são líderes de sucesso

Por:
Tay Dantas
Publicado em:
8/3/2022
Atualizado em:

A liderança feminina no mundo corporativo vem aumentando ano após ano e, em 2020, segundo a pesquisa Women in Business, as mulheres representavam 34% dos cargos de liderança sênior (diretoria exclusiva) nas empresas inseridas no mercado brasileiro, um aumento de 9% em relação ao mesmo período em 2019, que supera inclusive a média global (29%).

Embora ainda haja um longo caminho pela frente, essa representatividade é fundamental para que outras mulheres se sintam incentivadas a buscar o crescimento na carreira e tenham abertura para chegar a cargos de liderança

Dito isso, fizemos uma seleção especial com 8 mulheres que são exemplos de liderança feminina no Brasil e no mundo.

Liderança feminina no mundo corporativo: um cenário em transformação

"No futuro não haverá mais líderes femininas, haverá apenas líderes"

Sheryl Sandberg
Chief Operating Officer da Meta (antiga Facebook)
liderança feminina
(Na imagem: Sheryl Sandberg, COO da Meta Platforms Inc. (antiga Facebook))
(Crédito: NPR / Dominic Lipinski / PA Images via Getty Images)

Antigamente, o papel social atribuído às mulheres se restringia à esfera doméstica, sem poder exercer direitos como votar e até ter uma profissão. Diversos direitos foram conquistados ao longo da história, mas ainda é notável a disparidade de gênero entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

De acordo com a pesquisa “Indicadores sociais das mulheres no Brasil”, as mulheres recebem até 38,1% menos que os homens mesmo ocupando as mesmas funções. Além disso, um relatório da consultoria americana Boston Consulting Group (BCG) apontou que, ainda que aspirem cargos de liderança, as mulheres são desencorajadas a chefiar. 

Entre os motivos enumerados estão as discrepâncias que sofrem diariamente como: 

  • Falta de oportunidades ao longo da carreira;
  • Trabalhos que não levam em conta a dupla jornada;
  • Processos seletivos pouco inclusivos; 
  • Ausência de representatividade feminina nos cargos almejados.

O relatório ainda apurou que, em empresas mais diversas com relação ao gênero, todos os colaboradores se sentem encorajados a assumir cargos de direção, em especial as mulheres, que se vêem mais inspiradas quando outras colegas chegam a postos mais altos.

A liderança feminina se destaca por características como assertividade, empatia, flexibilidade, visão holística e habilidades de relacionamento mais fortes. 

Um estudorealizado pelo Peterson Institute for International Economics, por exemplo, descobriu que empresas com ao menos 30% de presença feminina em cargos executivos ou C-Level têm um lucro 15% maior do que as outras. 

Nesse sentido, é essencial que as organizações criem ações estratégicas para que as mulheres ganhem mais espaço e possam ocupar cada vez mais cargos de liderança, desde oferecer flexibilização de horários e treinamentos até criar uma cultura inclusiva para inseri-las nas tomadas de decisão.

8 brasileiras que são exemplos de liderança feminina no Brasil e no mundo

#1: Luiza Trajano (Magazine Luiza)

Luiza Helena Trajano é uma das empreendedoras mais poderosas do Brasil, listada pela revista Time como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, ela foi responsável pelo salto de inovação e crescimento que colocou a Magazine Luiza entre as maiores varejistas do país.

Apenas para ter uma ideia, a varejista possui mais de 1110 lojas físicas, está presente em 23 estados e 819 municípios do país e seu modelo de negócio hoje caracteriza-se como uma plataforma digital com pontos físicos, assumindo pioneirismo no setor. 

Hoje, a Magazine Luiza tem um valor de mercado estimado em R$44,6 bilhões, enquanto a fortuna de Luiza Trajano chegou a US$ 4,9 bilhões em 2020.

“Todo mundo fala que é difícil liderar uma equipe, lidar com pessoas. O meu conselho é: aprenda a tirar o melhor delas”

Luiza Helena Trajano
Empresária e Presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza
Luiza Trajano liderança feminina
(Na imagem: Luiza Helana Trajano, Presidente do Conselho Administrativa da Magazine Luiza)
(Crédito: InfoMoney / Flávio Santana / Biofoto)

Em sua trajetória profissional, Luiza vem recebendo diversos reconhecimentos e prêmios como empreendedora, empresária, mulher e líder. 

De acordo com a Merco, Trajano ficou em 1º lugar como líder de negócios com melhor reputação no Brasil por dois anos consecutivos, além de ser a única executiva brasileira na lista global do World Retail Congress (WRC).

Luiza Trajano é exemplo de liderança no Brasil, que conseguiu transformar uma rede de lojas localizadas em Franca, interior de São Paulo, em uma potência do varejo nacional. 

#2: Maria Paula Capuzzo (Colgate-Palmolive no Brasil)

Após 18 anos fora do país, Maria Paula Capuzzo retornou ao Brasil para assumir a presidência na Colgate-Palmolive, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na empresa. Prévio ao Brasil, a executiva trabalhou em países da América Latina e América Central pela companhia. 

Hoje, em cargo de liderança, apoiou a Colgate-Palmolive a investir mais em inovação e novas categorias, além de adotar uma roupagem mais moderna e acessível para os consumidores.

Capuzzo vem acelerando as diretrizes globais da empresa a partir da contratação de mais mulheres e aplicação de mentoria. Seu propósito é fazer com que outras profissionais possam, assim como ela, crescer na carreira e atingir posições de destaque.

Maria Paula Capuzzo liderança feminina
(Na imagem: Maria Paula Capuzzo, Presidente da Colgate-Palmolive no Brasil)
(Crédito: Victor Affaro / Forbes Brasil)

#3: Marcela Rezende (MadeiraMadeira)

Marcela Rezende é vice-presidente de Marketing, Branding e Comunicação da MadeiraMadeira, considerada uma das maiores varejistas online de bens para o lar do Brasil e uma das startups brasileiras a atingirem o status de unicórnio em 2021, ou seja, com um valuation acima de US$1 bilhão.

Rezende é formada em Comunicação Social e Marketing pela ESPM e pós-graduada em Liderança, Administração e Gestão Empresarial pela Harvard. A executiva possui mais de 17 anos de experiência, atuando em empresas como L'Oréal, Maybelline, Lancôme, Alpargatas, MAC Cosmetics, Bacardi, Grey Goose, Osklen e Havaianas.

Apaixonada por inovação e tecnologia, ela também dedica seu tempo ao Projeto Gauss de educação e à plataforma MeetHub de mentoria, que possibilita o contato com diferentes pessoas e startups.

Marcela-Rezende
(Na imagem: Marcela Rezende é vice-presidente de Marketing, Branding e Comunicação da MadeiraMadeira)
(Crédito: Meio e Mensagem / Divulgação)

#4: Cristina Junqueira (Nubank)

Eleita uma das mulheres mais influentes do Brasil pela revista Forbes, Cristina Junqueira é co-fundadora do Nubank e referência em Customer Experience no país.

A executiva é formada em Engenharia de Produção, com mestrado em Engenharia pela USP e MBA em Marketing e Finanças na na Northwestern University. Ainda na universidade, atuou como analista interna do Itaú Unibanco e, logo depois, foi consultora nos renomados Booz Allen Hamilton e Boston Consulting Group. 

Após 6 anos como superintendente no Itaú, decidiu sair e fundar o Nubank junto com os sócios David Vélez e Edward Wible. A empresa é hoje uma das startups mais valiosas do mundo e, após a abertura de capital na bolsa americana, atingiu um valuation de US$42 bilhões.

Em entrevista à Marie Curie Box, Junqueira enfatiza a importância da liderança feminina no mundo corporativo e aconselha as mulheres que almejam alcançar cargos mais altos.

“Apesar de hoje já termos algumas referências de mulheres ocupando altos cargos de liderança nas empresas, eu sempre fui uma das poucas, se não a única, em todos os times pelos quais passei até chegar ao Nubank, e certamente isso tornou as coisas ainda mais desafiadoras. Por isso, meu principal conselho para mulheres que têm a ambição de assumir posições de liderança é: sua carreira não pode esperar a igualdade chegar”

Cristina Junqueira
Co-fundadora do Nubank

Leia também: 8 lições de experiência do cliente com Cris Junqueira, co-fundadora do Nubank

Cristina Junqueira
(Na imagem: Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank)
(Crédito: Nubank)

#5: Mariana Ramos Dias (Gupy)

Mariana Ramos Dias é CEO e co-fundadora da Gupy, considerada uma das maiores plataformas de recrutamento e seleção do Brasil. Após passar por grandes empresas como Unilever e Ambev, Mariana fundou a Gupy com a expectativa de fazer da contratação de colaboradores uma experiência mais ágil e justa. 

Hoje, a plataforma tem mais de 400 funcionários, 10 milhões de usuários cadastrados e um crescimento de 223% nos últimos dois anos. Estima-se que a plataforma promova a redução de cerca de 30% do tempo de contratação.

A executiva é graduada em Administração pela Universidade de São Paulo, com intercâmbio no College of Mount Saint Vincent e pós-graduação em empreendedorismo e inovação pela Stanford University.

Mariana Dias
(Na imagem: Mariana Dias, CEO e co-fundadora da Gupy)
(Crédito: InfoMoney / Divulgação)

#6: Camilla Morais (Brex)

Vice-presidente de finanças na Brex e atuante no Vale do Silício, Camila Morais é desafiada desde a graduação por uma área que ainda carece de liderança feminina. 

Ela é formada em Engenharia Mecânica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e fez parte de uma turma de 120 estudantes, na qual apenas seis, incluindo ela, eram mulheres.

Acostumada com esse cenário, Camila não ficou surpresa ao migrar para o mercado financeiro e vivenciar situação similar: pouca representatividade. Para a executiva, é fundamental criar empatia e, ao mesmo tempo, dar mais espaço para mulheres e outras minorias na hora da contratação. 

“Se queremos um universo profissional mais inclusivo e diversificado futuramente, precisamos começar pelo hoje”

Camilla Morais
VP de Finanças na Brex
Camilla-Morais
(Na imagem: Camilla Morais, Vice-Presidente de Finanças da Brex)
(Crédito: Na Prática.org / Divulgação)

#7: Cristina Palmaka (SAP Brasil)

Cristina Palmaka é presidente da SAP Brasil e é reconhecida por sua abordagem estratégica para liderar equipes e empresas na busca de resultados a partir de inovação e foco nos negócios. Essa expertise, inclusive, foi reconhecida pelo título de Executiva de Valor, conferido pelo jornal Valor Econômico, em 2016.

Foi através de sua liderança que a SAP lançou no Brasil, em 2015, seu primeiro data center na América Latina. O projeto foi criado para a plataforma de serviços SAP Cloud Platform e oferece serviços que aliam inovação, segurança e agilidade para aplicações na nuvem.

Com mais de 30 anos de experiência na área de TI, Cristina já atuou em cargos executivos seniores de grandes empresas de tecnologia, entre elas Microsoft, Hewlett-Packard (HP) e Philips. 

Questionada sobre o que a inspira no cargo, ela destaca a possibilidade de treinar times de alto impacto e construir soluções que influenciam positivamente a vida da população, sobretudo em áreas como a da saúde.

A executiva é formada em Ciências Contábeis pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), com pós-graduação e MBA pela Fundação Getúlio Vargas e extensão pela Universidade do Texas.

Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil e umas das brasileiras mais influentes no mercado de tecnologia
(Na imagem: Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil)
(Crédito: Exame / SAP / Divulgação)

#8: Gisselle Ruiz Lanza (Intel Brasil)

Gisselle Ruiz Lanza é Diretora Geral da Intel Brasil, com mais de 20 anos de experiência no setor de tecnologia. Desde 2012, a executiva exerce o cargo de diretora de varejo e consumo para a companhia, tendo passagens por Argentina e México, onde atuou em áreas como vendas, marketing e distribuição.

Como a primeira mulher a assumir a diretoria geral da Intel Brasil, Gisselle aproveita suas habilidades de maratonista para enfrentar os desafios do cargo. 

Dito isso, toda sua expertise e todas as suas habilidades vêm sendo requeridas, pois a Intel passa por um momento de transformação interna, com o foco em se posicionar como a principal referência em dados para o desenvolvimento das “tecnologias do futuro”, aliando inteligência artificial com internet das coisas.

Gisselle também é presidente do Women at Intel Network (WIN), um programa interno de promoção da igualdade de gênero que visa criar um forte ambiente inclusivo na companhia a nível global. 

No Brasil, o WIN atua em parceria com a Cloud-Girls e PrograMaria em iniciativas com o propósito de aumentar a representatividade e liderança feminina nas áreas STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

"Queremos incentivar essas conversas e mudanças dentro das outras organizações, para que a mulher esteja presente onde ela quiser e que possamos todos juntos, através da tecnologia, ajudar a construir o futuro”

Gisselle Ruiz Lanza
Diretora Geral da Intel Brasil
Giselle-Ruiz-Lanza
(Na imagem: Giselle Ruiz Lanza, Diretora Geral da Intel Brasil)
(Crédito: Época Negócios / Divulgação)

Considerações finais

Embora ainda haja muito o que fazer pela representatividade das mulheres nas organizações, a liderança feminina vem crescendo em diversos setores. Um exemplo são as líderes que citamos neste artigo, mulheres que chegaram a posições de alta performance em áreas dominadas por homens (tecnologia, finanças e varejo).  

São trajetórias como essa que inspiram cada vez mais mulheres a construírem suas carreiras para seguir rompendo os muitos paradigmas ainda existentes no mundo dos negócios. 

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