Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), ou Research and Development (R&D), são os esforços dedicados majoritariamente para a geração de novos negócios altamente inovadores
Como é possível que Israel, um país de 9,2 milhões de habitantes, um número inferior ao da cidade de São Paulo, e com um território menor do que o estado do Rio de Janeiro, consiga concentrar quase 40% de todos os unicórnios do mundo?
Não é à toa que Israel possua a alcunha de Startup Nation, pelo alto índice de Research and Development (R&D), ou Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), em novas tecnologias e empresas extremamente escaláveis.
Talvez mais apropriado do que Startup Nation, Israel poderia ser chamada de Unicorn Nation. Unicórnios são startups com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, o que mostra que além do fomento para geração de novos modelos de negócio, por essas terras elas tendem a prosperar.
Segundo o levantamento da TechAviv, em 2020, Israel registrou 19 unicórnios. No ano seguinte, mais novas 42 startups avaliadas em US$ 1 bilhão foram adicionadas nessa lista. Em 2022, já são mais 17, antes do fechamento do primeiro semestre.
No total, Israel possui 94 unicórnios, que combinados, somam um valor de mercado de aproximadamente US$ 260 bilhões.
Dá para ir além: Israel, com toda sua timidez demográfica, possui um PIB per capita maior do que nações como Canadá, Japão e França. Segundo dados do Data WorldBank:
Se formos analisar, baseado no PIB levantado, o percentual dedicado por esses países para Pesquisa e Desenvolvimento, temos os seguintes números:
Israel possui o maior investimento em Research and Development proporcionalmente ao seu PIB de todo o mundo - a lista ainda supera nomes como Estados Unidos e Portugal, outros dois grandes pólos tecnológicos de referência ao redor do globo.
Mas mesmo que esse número significativo de startups conquistem a tão almejada cifra bilionária, isso não significa que elas se tornaram sustentáveis.
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Avaliação de mercado está relacionado ao capital intangível representado, não necessariamente à capacidade de gerar receita o suficiente para manter sua saúde financeira em dia.
O fomento ao constante desenvolvimento de produto ou serviço, atendendo a dor real dos seus clientes, é certamente um dos caminhos para gerar receitas previsíveis. Para isso, inovação é peça-chave para continuar no páreo competitivo.
Investe-se então em Pesquisa e Desenvolvimento para manter-se sustentável. “Unicórnios” são imaginários - e você precisa pisar em terra firme. Para isso, criou-se uma nova expressão: a das startups camelo, aquelas com capacidade de sobrevivência em condições extremas.
Assim como o animal, para desenvolver eficientemente seu negócio, é necessário o equilíbrio na relação entre velocidade e eficiência - afinal, existe um deserto pela frente.
Inovação é saber como atravessar o deserto do jeito mais tranquilo possível; não se aventurar, mesmo que cheio de equipamentos disponíveis. Valuation pode te equipar, agora gerar valor novo através dos tipos de inovação é o caminho mais sustentável para alcançar seus objetivos.
O artigo “Why Research and Development (R&D) Matters”, produzido pela Investopedia, traz uma ótima definição para o conceito de Pesquisa e Desenvolvimento.
Pesquisa e desenvolvimento (P&D) é um conjunto de práticas focadas em introduzir mais assertivamente processos, produtos e serviços no mercado e, muitas vezes, é o primeiro estágio da cultura da inovação.
Pesquisa é a ferramenta capaz de desbloquear novos conhecimentos. Desenvolvimento é a ferramenta capaz de aplicar esses novos conhecimentos para adquirir resultados práticos. Uma área responsável por entender as necessidades do mercado e como estar na vanguarda das tendências.
A cultura de inovação vai muito além de uma nova invenção - ela pode partir de um processo. Processos são as entranhas de uma empresa, que pode gerar valor novo ao lhe entregar um serviço mais otimizado. Isso também é inovação. Faz parte da cultura de inovação.
Logo, o setor precisa atuar analiticamente tanto para “dentro da casa”, quanto para “fora da casa”. Mais do que institucionalizar a cultura que o páreo competitivo exige, o benchmarking como instrumento de inovação é um poderosíssimo aliado de Pesquisa e Desenvolvimento.
Sua função, logo, é avaliar recorrentemente o comportamento dos concorrentes e o que está acontecendo na vanguarda da tecnologia em nível mundial. Mais, analisar toda a engrenagem de processos internos para otimizá-los com recursos tecnológicos.
P&D trabalha principalmente com novas tecnologias, capazes sempre de trazer inteligência de negócio. Entre elas, posso citar Inteligência Artificial, Machine Learning, Deep Learning, Big Data, Robótica, Realidade Virtual e Aumentada, Blockchain e assim por diante.
Research and Development (R&D) pode ser responsabilidade de um único profissional, que atua como um scout de tendências de mercado, ou pode ser uma área bem estruturada, interdisciplinar e que atue em diversos projetos simultaneamente.
Porém, ainda melhor que isso é quando R&D está enraizada na cultura da empresa, o que impele todos os colaboradores a pensarem em soluções inovadoras e capazes de proporcionar resultados significativos.
O importante é compreender que para além de esforços setorizados rumo a inovação de processos, produtos ou serviços, o core está na própria nomenclatura: pesquisa e desenvolvimento. Gerar e aplicar novos conhecimentos.
No contexto em que vivemos, as tendências são transversais. Elas cruzam mercados e disruptam segmentos assimétricos. É vital que esses esforços sejam canalizados para melhorias internas, mas é tão vital quanto olhar para o que está acontecendo com o mundo.
Como disse, inovar nem sempre significa algo inventivo. Pode ser algo processual. É por isso que o setor de Pesquisa e Desenvolvimento costuma se dividir em quatro áreas de inovação: produtos, processos, marketing e organizacional.
Dessas quatro frentes, você consegue contemplar os aspectos vitais daquilo que precisa se atentar para o agora e o futuro da sua empresa.
Produtos, aquilo que gera receita; processos, como entregar melhor seus produtos; marketing, sua autoridade no mercado; e organizacional, a cultura que você nutre.
Apostar em Pesquisa e Desenvolvimento para inovar nessas quatro áreas é definitivamente uma baliza contra a obsolescência. Você certamente estará cercado de referências que ajudarão a desvendar os caminhos.
Existem diversas metodologias, mas um ponto crucial: a tecnologia está em curva exponencial. Manter-se atualizado na vanguarda de pontos tão vitais de um negócio, tais quais produtos, processos, marketing e cultura organizacional, é obrigatório em tempo integral.
Research and Development (R&D), ou Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), trabalha sempre em um ambiente de incertezas, mas em contrapartida, é capaz de mudar todo o curso de um negócio.
É o setor capaz de transformar ciência em tecnologia, gerar eficiência aos seus processos e trazer mais oportunidades de negócios. Dentre os diversos benefícios que investir em Pesquisa e Desenvolvimento pode trazer, separei três específicos, que acredito conversarem um com o outro e maximizarem seus resultados.
Todo processo, produto ou serviço precisa ser aprimorado de modo que seu custo de produção seja reduzido. Dessa forma, você ganha eficiência na cadeia produtiva. Essa talvez seja uma das características mais marcantes para se investir em P&D.
Quando você alia inovação de processos e de produtos, você descobre como entregar seus serviços melhor ainda. Não existe o platô da entrega. Modelos de negócio aparentemente intransponíveis foram inundados por outros que solucionavam aquela mesma dor de uma maneira muito mais simples, com muito mais eficiência e com um menor custo.
Internamente, a implementação de um ERP (Enterprise Resource Planning) pode ajudar a salvar um bom dinheiro ao otimizar o sistema de gestão e de comunicação entre sua equipe de marketing e vendas. Ou você pode elaborar sua própria plataforma de colaboração entre equipes, tudo para alinhar e tornar processos mais eficientes.
Você pode usar da estratégia do benchmarking para entender como funciona determinado modelo de negócios. Imagine um CNPJ que administra uma feira de arte e cultura, com expositores autônomos. Qual é a porcentagem que vai para o expositor e qual fica retida aos organizadores?
Entender cases de sucesso pode te referenciar durante o seu caminho.
A cultura de inovação é um ambiente estimulante. Pesquisa e Desenvolvimento pode ser atrelado a algo setorizado, mas como disse, a ideia central do próprio conceito. Um espaço pelo qual o ímpeto pelo desenvolvimento prospere.
E isso vai além do valor tangível do setor P&D. Isso começa a contaminar toda a empresa, que se posiciona como vanguarda em seu território proprietário. Profissionais excepcionais passam a querer trabalhar nessa empresa.
Mas um passo antes está na formação desses talentos. Dentro de casa, com uma cultura forte e uma inovação organizacional bem nutrida, você cria um ambiente propenso a florescer novos talentos.
Esses que ficam em casa é que sabem o quão importante foi esse ambiente em sua formação enquanto profissional. É uma troca em que os dois lados ganham. Inovação é sobre pensar no novo, refrescar a mente. Faz bem para a empresa, faz bem para os colaboradores.
Você só atingirá a excelência com profissionais excelentes ao seu lado. Crie o estímulo necessário para que eles estejam ali e coloquem a camisa no peito.
Tendo profissionais excelentes, em uma operação com custos reduzidos e eficiência maximizada, sua empresa está no páreo competitivo. Ela olha diretamente no olho da concorrência e tem um posicionamento de mercado.
Empresas não nascem para lutar pela sobrevivência. Empresas nascem para prosperar, para encontrarem seu pedaço do bolo. Buscar alternativas recorrentes de como melhorar todos os aspectos representativos e funcionais da empresa é um dever para quem está atrás de algum objetivo tangível.
O páreo competitivo não é uma questão de apenas estar entre os grandes: é sobre o porquê você está naquela posição. O que te levou até ali, os processos minuciosamente analisados e o que você está fazendo para alcançar um novo nível.
Se inspirar em referências assimétricas e olhar atentamente para dentro da empresa é certamente uma via objetiva de manter o termômetro lá em cima.
Segundo a pesquisa “Building an R&D strategy for modern times”, disponibilizada pela consultoria McKinsey, para uma área de Pesquisa e Desenvolvimento entregar um valor genuíno, seu papel precisa estar entranhado na missão da empresa.
Os responsáveis por P&D precisam trabalhar em conjunto no momento da construção e da entrega da estratégia empresarial. São os profissionais que enraízam a veia da inovação e do diferencial competitivo.
Fazem isso através de opções estratégicas, baseadas em como o mercado está reagindo, e reposicionando os processos e produtos da empresa com o uso das tecnologias mais avançadas disponíveis.
Mas para construir tal estratégia, você precisa percorrer um caminho pelo qual invariavelmente vai esbarrar por três compreensões:
Vamos falar um pouco sobre cada uma delas:
Separei do estudo da McKinsey três principais desafios que organizações modernas enfrentam com seus esforços em Pesquisa e Desenvolvimento.
O primeiro deles é que os ciclos de inovação estão acelerando. Automação, Big Data e Machine Learning estão retroalimentando o processo de aprendizado, catapultando meteoricamente a velocidade com a qual a tecnologia evolui.
Se os responsáveis por buscar o conhecimento não estão acompanhando esse ritmo, certamente essa é uma das primeiras barreiras que a área irá esbarrar.
O segundo deles é que existe um certo “isolamento” da área de P&D. Como disse, muitas vezes estamos falando de esforços intangíveis, de coisas que ainda não aconteceram e estão no processo de desenvolvimento, de geração de valor.
Acrescente ao fato de que estamos falando de alto nível de tecnologia, com uma linguagem extremamente específica, o que acaba ainda mais desconectando a área das demais. Isso em nível interno, cujo objetivo de P&D é analisar minuciosamente processos e aprimorá-los.
É um time focado em desenvolvimento de novos produtos ou melhorias. Muitas vezes esbarra na barreira de não ter contato direto com o usuário final. Isso dificulta a avaliação.
O terceiro deles é que pelo caráter da intangibilidade, fica difícil de mensurar. Todo projeto precisa ser mensurado, mas como medir aquilo que talvez possa ter a falha como um indicador de sucesso? É complexo vender essa ideia. Talvez seu KPI sejam novas patentes - e não rentabilidade. Como prestar contas?
Quem banca uma área de Pesquisa e Desenvolvimento precisa saber sobre riscos e precisa saber a contribuição daquilo que pode ser intangível para o momento. É um setor que é difícil de colocar números e quantificar. E essa nem é a ideia, mas é uma barreira muito comum para expectativas resultadistas.
Superar essas três barreiras, logo, é o primeiro passo para desenvolver uma estratégia moderna de P&D.
Se é uma área que é difícil de ser mensurada, em analytics, ela pode ser muito bem analisada de acordo com o progresso do foco de pesquisa que será desenvolvida. A coisa tangibiliza um pouco aqui porque não é muito sobre dados numéricos.
É sobre progressão de trabalho, sobre milhagem percorrida, os aprendizados, os erros, acertos, estratégias elaboradas, metodologias aplicadas. É a análise minuciosa do processo que levou determinada experimentação ao resultado obtido.
Por isso é essencial ter um foco, ter premissas. Até mais de um foco, projetos que trabalhem simultaneamente, mas desde que tudo esteja acordado, dentro de processos estruturados e bem estabelecidos.
Se o seu objetivo é colocar uma nova funcionalidade na rua, corra por ele. Se o seu objetivo é implementar um processo que irá melhorar alguma funcionalidade da sua solução, corra por ele. Gerar o intangível muitas vezes precisa ter um pouco do tangível na contrapartida.
Esse é o segundo passo para desenvolver uma estratégia de P&D mais assertiva.
Uma mentalidade que vê o risco como algo a ser evitado em vez de gerenciado talvez não possua a amplitude para enxergar o escopo do que está sendo desenvolvido tecnologicamente a nível corporativo, governamental e acadêmico.
Estamos na invasão do tsunami. No meio de um tiroteio de tecnologias. Ter uma visão 360º sobre tecnologias e funcionalidades transversais ao seu mercado é um imperativo para quem procura dar passos adiante.
E risco está envolvido. Buscar o novo é apostar em uma tentativa. É claro que essa tentativa é completamente embasada na teoria e na prática controlada, mas como de fato o mercado reage e aceita é diferente de qualquer controle definitivo.
Pode corresponder à expectativa ou não, mas você precisa fazer o máximo para aumentar suas chances de sucesso. Isso significa aumentar repertório, adquirir constantemente conhecimento e estar 100% atento às tendências e novas tecnologias.
Esse é o terceiro passo essencial para que você tenha uma área de Pesquisa e Desenvolvimento que atue no páreo competitivo.
Pesquisa e Desenvolvimento pode ser tangibilizada por um setor cujo foco é investigar melhorias de processos ou tendências transversais do mercado; ou pode ser intangível ao ponto do próprio conceito em si.
É sobre gerar valor novo, novos conhecimentos, o desenvolvimento daquilo que o mercado ainda não viu. Traz muito mais incertezas do que respostas, mas também dá tacadas muito mais certeiras do que manter as coisas como estão. Desse jeito todo mundo já sabe como está.
O amanhã é que traz a oportunidade de ouro - e para alcançá-la, é preciso muito investimento em pesquisa, os “novos conhecimentos”, e desenvolvimento, como aplicá-los em resultados práticos. É dessa maneira que você terá chance de escalar o seu negócio e alçar voos ainda maiores.