Guilherme Benchimol
Brasileiro
1976
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Fundador da XP Inc.
XP Inc.
Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Guilherme Benchimol é co-fundador e Presidente Executivo do Conselho de Administração da XP Inc., empresa de investimentos que abriga empresas como as corretoras de valores XP Investimentos, Clear e Rico.
Em 2018, Guilherme Benchimol entrou para a lista da Bloomberg como uma das 50 pessoas mais influentes do mundo. Ele foi a única personalidade do Brasil e da América do Sul a figurar na prestigiada seleção do veículo norte-americano.
Benchimol está na lista de bilionários da Forbes e fechou 2022 com um patrimônio líquido de R$ 7,7 bilhões.
Guilherme Benchimol será um dos mentores do G4 Valley 2024, uma das maiores imersões de negócios do Brasil.
Em sua adolescência, o fundador XP havia decidido seguir os mesmos passos que seu pai e seu avô, o da medicina. No entanto, quando presenciou seu pai dando a notícia sobre o falecimento de um de seus pacientes para os familiares, Benchimol desistiu dessa ideia.
Quando foi a hora de tomar a decisão sobre o que cursa na universidade, ele teve sua inspiração em um artigo da Exame relatando a trajetória de Luiz Cezar Fernandes, um dos fundadores do Pactual e alguém que, além de ter construído um dos mais bem-sucedidos bancos de investimento no Brasil, o fez vencendo a batalha que tinha com a dislexia. Benchimol, inclusive, foi assistir a uma palestra de Fernandes na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Decidido por cursar economia, sua primeira opção de universidade foi a própria PUC-RJ, celeiro de economistas neoliberais. Porém, acabou estudando e se formando pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – para o pai de Benchimol, apenas uma universidade federal entregaria um bom currículo para seu filho.
No início de sua carreira universitária, ele conseguiu uma oportunidade na corretora Sênior para uma posição no back office, que poderia lhe render uma promoção para a mesa de operação caso conseguisse se destacar e ser notado. No entanto, Benchimol não atingiu esse objetivo e conseguiu uma vaga na mesma posição, mas em um dos players do mercado financeiro do Rio de Janeiro, o Icatu.
E foi na Icatu onde ele conseguiu a oportunidade de se juntar à mesa de operações, porém sem muito sucesso. Isso o levou, após dois anos, a perceber que a trajetória como trader talvez não fosse a mais indicada para ele. Benchimol, inclusive, quis empreender junto a um amigo revendendo máquinas de limpeza a vapor, mas a ideia nunca chegou a sair do papel.
Concluída sua formação na UFRJ, ele conseguiu entrar em um programa de trainee no Bozano para uma vaga dentro de uma startup chamada Investshop, na qual ele teria como objetivo conseguir tirar investidores de outros grandes bancos. Aqui, Benchimol encontrou sua vocação na área comercial.
Porém, em 2001, entre a venda do Bozano para o Santander e o estouro da bolha do pontocom das empresas de tecnologia, Benchimol acabou sendo demitido. Após isso, Benchimol conseguiu uma oportunidade na corretora Diferencial e se mudou para Porto Alegre.
Meses após seu início da Diferencial, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a regulamentação da profissão de agente autônomo de investimento. Benchimol se certificou na primeira prova do tipo no Brasil, ele vendeu a ideia de formar, dentro da corretora, um escritório de agente autônomo ligado à Investshop.
Em 2002, junto a seu colega de trabalho Marcelo Maisonnave, pediram demissão da Diferencial para fundar seu próprio escritório de agentes autônomos. Com pouco mais de R$ 20.000, nascia a XP Investimentos, que utilizava o sistema da Investshop como base para realizar a venda de investimentos a seus clientes.
No mesmo ano, lidando com um cenário econômico complicado, Benchimol e Maisonnave estavam com dificuldades para atrair novos clientes e chegaram até a perder um de seus estagiários. Para que isso não aconteça novamente, os dois ofereceram a ela, Ana Clara Sucolotti, 10% do negócio. Ela foi a 3ª sócia do negócio.
Foi aí que veio a mudança. Amigos de faculdade da Maisonnave pediram que ele e Benchimol dessem uma aula a eles sobre como investir em ações. Dessa aula, 18 das 20 pessoas que compareceram se tornaram clientes no dia seguinte.
Na semana seguinte, os dois anunciaram um curso de final de semana sobre como investir na bolsa de valores com um custo de R$ 300. Dias depois, fecharam uma turma de 30 pessoas. Benchimol e Maisonnave repetiram a fórmula e realizaram cursos todos os finais de semana, aumentando o número de clientes da XP após o término de cada aula e, posteriormente, abrindo filiais no Rio Grande do Sul.
Em 2004, a empresa faturou cerca de R$ 3 milhões. Em 2007, a XP já tinha 30 filiais em múltiplos estados. No mesmo ano, se tornou um corretora de ações ao comprar 95% da Americainvest, corretora no Rio de Janeiro. Com a crise de 2008, a empresa teve que diversificar e criou um setor de seguros e investiu em uma área de grandes investidores institucionais, que eventualmente passou a representar 80% do volume negociado na XP.
Em 2010, obteve um aporte de R$ 100 milhões da gestora de participações privada Actis para transforma a XP em uma empresa de investimentos, ofertando uma ampla gama de produtos e atrair clientes que investiam em opções caras e pouco rentáveis em bancos tradicionais – Benchimol e seus sócios se inspiraram no modelo da corretora americana Charles Schwab.
Em 2013 e 2014, no entanto, os resultados financeiros ficaram abaixo da meta. O ano de 2014, inclusive, marcou a saída do fundador Marcelo Maisonnave. Dito isso, esse ano também foi marcado pela aquisição da Clear pela XP. No ano seguinte, a captação mensal da empresa superou pela primeira vez a marca de R$ 1 bilhão. Em 2016, a empresa comprou a Rico.
Eis que, em 2017, com Benchimol e XP mirando a abertura de capital na bolsa e um investidor estratégico, veio a compra de 49,9% da empresa por R$ 6 bilhões pelo Itaú, com o compromisso que a XP permaneceria operando de forma independente. Dois anos depois, Benchimol ergueu a bandeira do Brasil quando a empresa abriu seu capital na bolsa estadunidense Nasdaq, avaliando a XP em cerca de R$ 62,5 bilhões no câmbio do dia.
Em 2022, a XP atraiu R$ 155 bilhões em capital novo e fechou o ano com um lucro líquido de R$ 3,580 bilhões e uma base de clientes de aproximadamente 3,9 milhões.
Em 2019, foi lançado o livro “Na Raça: como Guilherme Benchimol criou a XP e iniciou a maior revolução do mercado financeiro brasileiro”, detalhando a trajetória da ascensão da XP desde seus primórdios no Rio Grande do Sul.
A trajetória de Benchimol também é contada – junto a de outros 12 grandes nomes do mercado financeiro – no livro “Fora da curva 2: Mais investidores incríveis revelam seus segredos – e você pode aprender com eles”, lançado em 2020.
“Se você é obstinado e sabe aprender rápido é porque você aguenta as quedas para chegar ao seu objetivo”
“O que quebra o empreendedor é ele tomar mais risco do que consegue aguentar”
“A ‘perfeição’ é a consequência de várias imperfeições, exercitada com disciplina e resiliência ao longo de muitos anos”
“Talvez meu maior mérito tenha sido dividir meu sonho com pessoas melhores do que eu”