Antônio Caito Maia Gomes Pereira
Brasileiro
25 de março de 1969
Cotia, SP, Brasil
Fundador da Chilli Beans
Chilli Beans
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Música (Berklee College of Music)
Caito Maia é o fundador da Chilli Beans, uma marca de óculos que se tornou uma das principais do setor de acessórios de moda no Brasil. Ao identificar a oportunidade de criar uma marca brasileira em um cenário dominado por nomes estrangeiros, Carlito investiu em design e preços mais acessíveis para atrair clientes com uma proposta jovem e descontraída.
Em 2022, a companhia abriu 60 lojas direcionadas para o público jovem e 170 óticas clássicas — ultrapassando a marca de mil unidades.
Com mais de 800 franquias espalhadas pelo Brasil, a expectativa da Chilli Beans era fechar 2022 com um faturamento de R$ 1 bilhão, quase 54% acima do registrado no ano anterior. Para 2023, a empresa aposta no crescimento de 50% de sua loja virtual na plataforma Mercado Livre.
A Chilli Beans se tornou a maior empresa de óculos escuros na América Latina. Desde meados de 2010, a marca vem expandindo sua atuação para armações de grau e relógios.
Tendo como plataforma de negócios o conceito de fast fashion, a Chilli Beans lança semanalmente dez modelos de óculos de sol, cinco de relógios e sete de armações de grau. A empresa também conta com lojas em Las Vegas, Los Angeles, Lisboa e Bogotá, entre outras.
O sucesso da Chilli Beans fez com que Caito Maia fosse convidado a ser um dos tubarões do programa Shark Tank Brasil, compartilhando seus insights de mercado, varejo e produção com jovens empreendedores.
A trajetória que Caito Maia desenhou para sua vida nada tinha a ver com negócios. Ele queria ser músico e chegou a juntar dinheiro e fazer um curso de verão na Escola de Música Berklee, nos Estados Unidos.
Para ajudar a pagar os custos da viagem, ele comprou óculos escuros para revender na volta. Caito continuou fazendo isso como forma de renda, enquanto tocava o projeto pessoal de uma banda de rock.
A banda não decolou e Caito voltou sua energia para o negócio dos óculos de sol, que começou como uma banca em feiras de moda alternativas, como o Mercado Mundo Mix. Dessa experiência inicial, o empresário tirou lições importantes: em vez de trancar os modelos em vitrines fechadas, ele os colocou ao alcance dos clientes, que podiam experimentar à vontade. Esse modelo persiste até hoje.
A marca Chilli Beans surgiu em 1997. A proposta era oferecer óculos de sol com design descolado e irreverente, além de uma grande variedade de modelos. Esse apelo junto ao público jovem, acompanhado de preços mais acessíveis do que as marcas internacionais que dominavam o mercado, tornou-se o diferencial da Chilli Beans.
Caito enxergou essa lacuna no mercado e decidiu investir na construção de uma marca de sucesso brasileira, com foco em comportamento e atitude.
O primeiro espaço premium viria em 2002, quando o empresário inaugurou um quiosque em um grande shopping center de São Paulo. Ao longo dos anos, com a mudança do modelo quiosque para lojas, ele passou a experimentar novas abordagens para seus produtos.
Em vez de tentar competir em preço, Caito Maia fez com que seus óculos “contassem histórias”. Essas histórias se traduzem em parcerias com artistas e influenciadores digitais, como Rita Lee, DJ Alok, Eduardo Kobra, Bruno 9Li e a Kravitz Design (braço de design do músico Lenny Kravitz). A marca também tem uma coleção inspirada nos heróis da DC Comics, como Batman, Super-Homem e Mulher-Maravilha.
Em setembro de 2012, a Gávea Investimentos comprou 29,82% da marca e passou a fazer parte do conselho administrativo da empresa. Seis anos depois, o fundo de Armínio Fraga cumpriu o acordo e repassou a participação de volta a Caito Maia.
A estratégia de marketing sempre foi um dos pontos fortes da Chilli Beans. O sucesso levou a companhia a patrocinar shows como Rock in Rio e Lollapalooza, e promover eventos que unissem moda e música. Além de uma forte presença nas redes sociais, há espaço para investir em inserções no Big Brother Brasil e novelas.
Trabalhando sob o conceito de fast fashion, a Chilli Beans produz mais de 600 modelos de óculos por ano, com lançamento intensificado perto do Natal, quando pode chegar a dois novos modelos por dia. Por semana, são cinco modelos de relógios e três armações de grau. O objetivo, segundo o fundador, é “manter a rede inteira sempre viva e fresca, fazer o consumidor saber que a loja está sempre se renovando”.
"A empresa é um corpo humano, que vive em mutação, ainda mais se tratando de uma marca de moda. Se não estiver na sua essência a procura pelo novo, você morre."
“Eu não inventei a roda. Repaginei o setor de óculos, que estava arcaico, onde os produtos ficavam trancados e os vendedores usavam avental.”
“O cliente não está comprando óculos, está comprando uma história.”
"Quando você ama o que faz, não percebe que é trabalho e se diverte. Deliro na criação e na produção, é muito gostoso."
"Não quero que me vejam como um milionário. Quero ser lembrado como uma pessoa que respeita o outro e dá oportunidade para realizar sonhos."