Abilio Diniz

Abilio Diniz
Nome completo:
Abilio Santos Diniz
Sobrenome:
Nacionalidade:
Brasileiro
Data de nascimento:
28 de dezembro de 1936
Local de nascimento:
São Paulo, SP, Brasil
Ocupação:
Empresário
Dono(a) da(s) Empresa(s):
Ex-presidente do Pão de Açucar
Patrimônio Líquido Estimado:
Cônjuge:
Geyze Diniz
Filhos:
João Paulo Diniz, Pedro Paulo Diniz, Ana Maria Diniz, Rafaela Diniz, Adriana Diniz, Miguel Diniz
Formação:
Administração (Fundação Getúlio Vargas), Economia (Universidade Columbia)

Quem é Abilio Diniz?

Abílio Diniz foi um dos empresários brasileiros mais influentes das últimas décadas, reconhecido por sua liderança à frente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), por suas participações em grandes empresas do varejo como Carrefour Brasil, Casas Bahia, Ponto Frio, Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) e também na BRF, que nasceu da fusão entre Sadia e Perdigão.

O empresário paulista também estendia sua influência às esferas do governo, onde trafegava com naturalidade a convite de ministros, assim como governadores estaduais. 

Antes de sua morte, Abilio Diniz ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administração da Península Participações, e tinha um patrimônio estimado em US$ 2,7 bilhões, o que o colocava na lista das pessoas mais ricas do Brasil em 2022, segundo a Forbes.

Ele também era membro dos Conselhos de Administração do Carrefour Global e do Carrefour Brasil. Desde 2010, ele dá aulas no curso “Liderança 360°”, na Fundação Getulio Vargas (FGV).

O empresário faleceu no dia 18 de fevereiro de 2024.

Trajetória

Abilio Diniz construiu sua reputação juntamente com o crescimento do Grupo Pão de Açúcar. A primeira unidade do Supermercado Pão de Açúcar foi inaugurada em 1959, em sociedade com seu pai, o imigrante português Valentim Diniz. Sob sua gestão, o Pão de Açúcar se tornaria o maior varejista do Brasil.

A expansão do Pão de Açúcar ganhou força na década de 1970, quando houve a aquisição primeiro da rede Eletroradiobraz, na época a maior rede de eletrodomésticos e eletroeletrônicos do país, e depois com a criação do Jumbo, um dos pioneiros na introdução do conceito de hipermercado. A companhia realizou a aquisição também das redes de supermercados Superbom, Peg-pag e Mercantil.

Já nos anos 1980, Abilio Diniz procurou diversificar as áreas de atuação, incorporando a Sandiz, uma loja de departamentos, as mercearias de desconto Minibox e a Peg & Faça, que oferecia produtos para bricolagem. Ao final da década, com desentendimentos sobre os rumos do Pão de Açúcar, a decisão foi focar no setor de varejo e vender os ativos não-relacionados que vinham trazendo resultados abaixo da expectativa. As lojas Jumbo foram fechadas (mais tarde se transformaram em unidades do Extra) e o grupo passou por uma reestruturação que levou ao surgimento da Companhia de Distribuição Brasileira (CBD).

Abilio Diniz assumiu a presidência do Pão de Açúcar em 1990 e três anos depois tornou-se acionista majoritário, com seus filhos Ana Maria Diniz e João Paulo Diniz atuando no negócio. Foi nessa época que o grupo quase foi à falência devido a disputas familiares que vinham desde os anos 80 e o contexto econômico nacional complicado. Para não quebrar, Abilio ordenou cortes de custo, mandou fechar lojas e demitiu muitos funcionários.

O seu estilo arrojado de gestão de Abilio ficou mais evidente e o Pão de Açúcar começou a se destacar por ações pioneiras. A companhia lançou o Pão de Açúcar Delivery, primeiro serviço de entrega em até 24 horas oferecido em algumas lojas. Em 1995, o Pão de Açúcar fez sua oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), na qual levantou US$ 112,1 milhões. Dois anos depois viria a captação de US$ 172,5 milhões na Bolsa de Nova York. A CBD foi a primeira empresa varejista brasileira a listar ADRs (equivalente às ações negociadas na Bovespa) em Nova York.

Para aumentar sua atuação, o grupo comprou vários supermercados de bairros que atendiam a um cliente mais popular, como a rede Barateiro (que mais tarde se tornaria CompreBem) e a rede Peralta.

Loja do Grupo Pão de Açúcar: rede se expandiu com Abilio Diniz no comando, mas controle acabou com o Grupo Casino.

Acordo com o Casino

A rápida expansão do Pão de Açúcar esbarrou em dificuldades financeiras e na busca por investimentos, Abilio Diniz fechou um acordo com o Grupo Casino, grupo de varejo francês voltado para o mercado de massa. A aquisição minoritária em 1999 deu fôlego ao Pão de Açúcar para prosseguir em suas aquisições, que incluíram Sendas e Sé.

Abilio assumiu a presidência do Conselho de Administração em 2003, abrindo espaço para o primeiro presidente fora da família Diniz, Augusto Marques da Cruz Filho. A partir daí, executivos ocupariam a cadeira.

Já em 2005, foi criada uma nova holding e o controle do Grupo Pão de Açúcar passou a ser de 50% para a família Diniz e os outros 50% para o Casino. Pelo acordo com o Casino, Abilio Diniz permaneceria na presidência do Pão de Açúcar mesmo depois da transferência do controle do grupo brasileiro para os franceses. Uma cláusula estipulava que ele deixaria o cargo em 2012, quando então a Cassino seria acionista majoritária (em 2005, a empresa já havia elevado sua participação de 25% para 34%).

Nos anos seguintes, o grupo começa a trabalhar um novo modelo de loja, começando pelo Extra Perto, um minimercado muito parecido com os da rede Casino na Europa. Tem início a era do varejo de conveniência, com pequenas unidades bem distribuídas que passaram a ser copiadas pelo Carrefour e tantas outras redes.

Abrindo outra frente que também se tornaria tendência, o GPA se associou ao Assaí Atacadista, ingressando no chamado mercado do “atacarejo”, lojas que vendem com preços mais baixos em grande quantidade e acabam suprindo os pequenos comerciantes e restaurantes.

A disputa pelo controle do Pão de Açúcar estourou em 2011, quando Abilio Diniz tentou romper o acordo com o Casino. Ele chegou a propor uma fusão com o Carrefour, o grande rival do Casino na Europa, e procurou autoridades do governo federal para levar a iniciativa adiante. Segundo o empresário contou à imprensa na época, a fusão entre os dois maiores grupos de distribuição brasileiros criaria um gigante do varejo no Brasil.

O fracasso da manobra levou o Casino a assumir o comando em 2012, um movimento que já havia sido anunciado desde 2006, quando o grupo francês comprou o controle. A disputa se estendeu aos tribunais, até que foi fechado um acordo e em 2013, Abilio deixou sua cadeira no conselho — uma cobrança do Casino, entre outras, desde que ele passou a acumular a presidência do conselho da BRF.

Em 2013, o Pão de Açúcar assumiu a sigla GPA como nome oficial. Em dois anos, o GPA — com o crescimento das redes Extra, Pão de Açúcar e Assaí — e o controle da Via Varejo, seria reconhecido como o maior do Brasil, com 2.100 lojas e mais de 160 mil funcionários. Já em 2021, o GPA vendeu mais de 70 lojas da marca Extra Hiper ao Assaí e deixou de operar no modelo de hipermercados no país.

Em 2022, Abilio Diniz e o Pão de Açúcar voltaram a ser notícia com os rumores de que ele poderia voltar a participar da empresa, mas não houve comunicado oficial do GPA. O mercado, por sua vez, , mais uma prova do prestígio do empresário.

Via Varejo

Com o Grupo Pão de Açúcar devidamente capitalizado e com sua capacidade como líder em alta, Abilio liderou a compra do Pontofrio em 2009 e, meses depois, anunciou uma joint venture com a Casas Bahia que deu origem à Via Varejo, criando o maior grupo de distribuição da América Latina.

O negócio, entretanto, seria reavaliado pela família Klein, da Casas Bahia, que chegou a dizer que os valores ficaram abaixo do real, já que o ponto forte da companhia estava justamente em sua capacidade de logística e grande número de unidades. O acordo passou por uma reavaliação das duas partes.

Com a saída de Abilio do GPA, o grupo manteve sua participação de 36% na Via Varejo até 2019, quando vendeu suas ações em leilão da B3, que atraiu a família Klein e um grupo de fundos coordenados pela XP Investimentos.

Carrefour

Após o fracasso da negociação entre o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil, Abilio Diniz tornou-se acionista da companhia no Brasil em 2014 através da Península Participações, family office da família Diniz. Hoje o Carrefour tem 150 mil funcionários e é o maior empregador privado do país.

Atualmente, ele possui cerca de 7% do capital do grupo francês e desde 2022 passou a ocupar a vice-presidência do Carrefour Brasil, o que lhe dá mais poder sobre decisões.

Inicialmente, Abilio ocupou uma cadeira no conselho de administração e nesse período, o Carrefour Brasil anunciou a compra da rede Big do Walmart em uma transação de R$ 7,5 bilhões em 2021, negócio que foi concluído somente no ano seguinte. 

Para Abilio Diniz, o conhecimento do mercado local e a nova posição podem colocar a empresa em uma situação ainda mais vantajosa. Entre as mudanças estão a vinda de executivos franceses para o Brasil para conhecer mais de perto as características do mercado brasileiro. Além disso, Abilio ficou responsável também pelo comitê de Cultura e Pessoas.

Península, BRF & cia

Ainda quando Abilio Diniz estava à frente do Pão de Açúcar, ele e outros integrantes da família Diniz concordaram que a criação de uma empresa de investimentos para gerir os ativos da família fazia todo sentido. Com isso, a Península Participações nasceu em 2006, tendo o empresário como presidente do conselho de administração.

A companhia, que nasceu como family office e evoluiu para holding de investimentos, administrava mais de R$ 12 bilhões em participações em empresas até 2022. 

Dos investimentos da Península, o que mais deu o que falar foi na Brasil Foods (BRF), a junção entre as marcas e operações da Sadia e Perdigão, até ali grandes rivais no segmento. A convite da gestora de investimentos Tarpon, Abilio assumiu a presidência do conselho de administração da BRF no final de 2012 e investiu mais de R$ 1 bilhão na dona da Sadia. Foi sua primeira empreitada no segmento industrial.

Alardeado como um dos maiores negócios da década, o objetivo era transformar a BRF na “Ambev dos alimentos”. Entretanto, uma operação da Polícia Federal chamada Carne Franca apontou fraudes no controle sanitário de fábricas da BRF. A denúncia afetou as exportações da empresa e derrubou o valor das ações. Abilio permaneceu por 9 anos, quando vendeu suas ações para a Marfrig. 

Mesmo com desafios, Abilio nunca deixou de procurar novas possibilidades. Ele se tornou sócio minoritário da Wine, ecommerce e clube de assinatura de vinhos, em 2016. Em 2021, a Península Participações lançou uma gestora de fundos, a O3 Capital, nqual investiu R$ 1,5 bilhão.

Filantropia

Após criar a Península Participações, a família Diniz decidiu criar o Instituto Península, organização social que tem como foco de atuação a melhoria na qualidade da educação no Brasil. Tendo os professores como principais agentes dessa potencial transformação, o Instituto Península promove formações e projetos que buscam dar aos docentes mais conhecimento para se tornarem melhores professores.

Entre os livros lançados pelo Península estão “O Papel da Prática na Formação Inicial de Professores”, “Desafios da Profissão Docente”, “Preparando os Professores para um Mundo em Transformação” e mais recentemente, “Professores em foco: 80 reflexões sobre a importância da profissão para o desenvolvimento do Brasil”, com textos escritos pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, o apresentador Luciano Huck e a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, entre outros.

Em 2010, o ex-aluno da FGV criou o curso “Liderança 360º”, com o objetivo de desenvolver habilidades de liderança em jovens e ajudá-los a traçar um plano de ação para sua carreira ou projeto pessoal.

Sequestro

Em dezembro de 1989, Abilio Diniz estampou as manchetes dos jornais e revistas por uma razão muito diferente. O empresário foi sequestrado em São Paulo e ficou seis dias em cativeiro, fechado em uma caixa de madeira, como contaria depois à polícia. Os sequestradores pediram US$ 30 milhões.

Após ter sido libertado, Abilio passou por terapia para enfrentar o trauma de ficar preso e ser usado como escudo durante as negociações. Ele diz que ao enfrentar a possibilidade da morte e sair com vida, ele fortaleceu sua fé e hoje é capaz de falar sobre o episódio.

O empresário Abilio Diniz tinha como companheiro de esportes o filho João Paulo Diniz, que faleceu em 2022.

Estilo de Vida

A busca por uma vida mais saudável é uma das características de Abilio, que foi um dos primeiros empresários a promover uma vida mais equilibrada e livre de estresse. Segundo ele, a preocupação começou aos 29 anos, após uma consulta com um cardiologista que alertou sobre os riscos da tensão no dia a dia.

Durante anos, o Pão de Açúcar patrocinou atletas e eventos esportivos, mas deu um passo maior ao inaugurar o Núcleo de Alto Rendimento (NAR GPA), em São Paulo, um centro que incorpora tecnologia, análises e estudos com base em resultados para ajudar atletas a atingirem seu potencial. 

O projeto foi liderado por Abilio e pelo filho João Paulo Diniz, que como ele também se dedicava a esportes e a busca por uma vida saudável. João Paulo mantinha uma empresa de investimentos nos setores de academias, restaurantes, tecnologia, imobiliário e de mobilidade. Ele morreu em julho de 2022.

Livros

Em 2004, Abilio Diniz lançou seu primeiro best-seller, “Caminhos e Escolhas: O equilíbrio para uma vida mais feliz”. No livro, ele fala sobre a busca pelo equilíbrio na vida, qualidade de vida e escolhas saudáveis na alimentação e no estilo de vida. 

De acordo com o empresário, o equilíbrio depende de 6 fatores: atividade física, alimentação, controle do estresse, amor, autoconhecimento, fé e espiritualidade. Esses elementos, alinhados à disciplina, é que fazem com que uma pessoa possa buscar sua melhor versão.

O segundo livro, “Novos caminhos, novas escolhas”, trata de compartilhar os últimos 12 anos que considera os mais felizes de sua vida. Foi publicado em 2016 e também ficou na lista dos mais vendidos no país.

O terceiro é "Reflexão, equilíbrio e paz", que é uma espécie de manual para aplicar disciplina, equilíbrio e espiritualidade.

Frases

"Uns sonham o sucesso, nós acordamos cedo e trabalhamos duro para consegui-lo."
"Quando você administra uma empresa é preciso focar na sua própria aprendizagem."
"Quanto mais você puder fazer o simples, melhor. Não faça reuniões. As empresas fazem reunião quando não sabem o que fazer ou quando querem dividir uma responsabilidade."
“Ser criativo é inovar e se reinventar para criar o futuro.”
"Não existe fórmula secreta. Somente a organização e a disciplina permitem que uma pessoa desempenhe todos os seus papéis e dê conta de todas as suas atividades de forma equilibrada e harmoniosa".
"É importante separar o sonho da ilusão"
"Ser objetivo é saber onde está e aonde se quer chegar focando em resultados."
"À medida que você for se conhecendo mais, melhor será o seu relacionamento com as outras pessoas."
"Tire aprendizados tanto nas suas vitórias, quanto nas suas derrotas."
"As pessoas podem copiar tudo o que a gente faz, mas não o que a gente é."

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