Foodtech: como a união entre tecnologia e alimentação mudou o mercado
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Foodtech: como a união entre tecnologia e alimentação mudou o mercado

Por:
João Messina
Publicado em:
13/8/2024
Atualizado em:

Em uma era onde a tecnologia redefiniu inúmeros setores da economia, a indústria alimentícia não ficou para trás.

O surgimento das foodtechs marca uma era de transformações profundas no modo como alimentos são produzidos, manipulados e entregues ao consumidor final.

Essas inovações não só atendem à demanda crescente por eficiência e sustentabilidade, mas também refletem as mudanças nas preferências dos consumidores, que buscam opções mais saudáveis e convenientes.

Vamos explorar o que exatamente são as foodtechs, como elas se diferenciam de restaurantes tradicionais e fast-foods, e quais são as líderes deste movimento tanto no Brasil quanto no mundo.

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O que são as ‘foodtechs?’

As foodtechs são empresas que utilizam tecnologia para criar soluções inovadoras em todas as etapas da cadeia de valor alimentícia, desde a produção agrícola até a entrega ao consumidor final.

Essas empresas aplicam avanços tecnológicos como inteligência artificial, big data, biotecnologia, e blockchain para tornar a produção de alimentos mais eficiente, sustentável e acessível.

Ao contrário dos modelos tradicionais, as foodtechs muitas vezes desafiam o status quo ao propor novos produtos, serviços e formas de interação com o consumidor.

Quais são as maiores foodtechs sul-americanas?

Para entender melhor o impacto das foodtechs, é importante conhecer como algumas das maiores empresas que estão aplicando tecnologia para revolucionar a indústria alimentícia na América do Sul, como por exemplo:

NotCo

NotCo, foodtech plant-based

Chilena, a NotCo é uma empresa que se destaca pela sua abordagem inovadora na criação de alimentos plant-based, utilizando inteligência artificial para desenvolver produtos que imitam o sabor, a textura e as propriedades nutricionais dos alimentos de origem animal.

A plataforma de IA da NotCo, chamada Giuseppe, analisa milhares de ingredientes vegetais para identificar combinações que reproduzam com precisão os produtos de origem animal.

Isso não só permite a criação de alternativas mais saudáveis e sustentáveis, mas também acelera o processo de desenvolvimento de novos produtos.

Com produtos como maionese, leite e hambúrgueres à base de plantas, a NotCo tem conquistado um mercado crescente de consumidores preocupados com a saúde e o meio ambiente.

Fazenda Futuro

Fazenda Futuro lançando o Futuro Burger, com Anitta

A Fazenda Futuro é pioneira no mercado brasileiro de carnes à base de plantas. 

Usando tecnologia avançada de biotecnologia, a empresa consegue recriar a estrutura e o sabor da carne utilizando ingredientes vegetais, como ervilhas, grão-de-bico e beterraba.

A empresa utiliza técnicas de processamento que conferem aos produtos uma textura e sabor muito próximos dos da carne tradicional, oferecendo uma alternativa que reduz o impacto ambiental da pecuária, uma das maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, a Fazenda Futuro investe em pesquisa para melhorar continuamente seus produtos, buscando alcançar a paridade total com a carne animal em termos de sabor, textura e experiência culinária.

iFood

Motoboy com bag do iFood nas costas

Embora seja amplamente conhecido como um gigante no mercado de delivery de alimentos, o iFood também é uma foodtech que utiliza big data e inteligência artificial para otimizar a experiência do usuário e a logística das entregas.

Com uma base de dados massiva, o iFood aplica algoritmos de IA para prever a demanda em diferentes regiões, ajustar automaticamente as opções de entrega, e até sugerir pratos baseados em preferências anteriores dos usuários.

Além disso, a foodtech brasileira tem investido em soluções sustentáveis, como a entrega por bicicletas e scooters elétricas, e em projetos para reduzir o desperdício de alimentos, colaborando com restaurantes para doação de excedentes para instituições de caridade.

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Quais são as maiores foodtechs do mundo?

Em âmbito mundial, a febre foodtech chegou primeiro com as empresas do Vale do Silício que experimentaram a inovação no setor alimentício. Atualmente, há diversas startups que seguem esse modelo, as maiores são:

Impossible Foods

A Impossible Foods é uma das empresas mais inovadoras no setor de alimentos à base de plantas.

A empresa desenvolveu um hambúrguer vegetal que imita o sabor e a textura da carne bovina, graças à descoberta de uma molécula chamada heme, que é responsável pelo sabor característico da carne.

Pat Brown, CEO e fundador da empresa, deu uma declaração dizendo que o frango da Impossible Foods tem mais sabor de frango do que o próprio frango. 

Essa empresa usa biotecnologia para produzir heme a partir de plantas, criando uma experiência de consumo quase idêntica à da carne animal, mas com uma pegada ecológica muito menor.

Além dos hambúrgueres, a empresa tem expandido sua linha de produtos para incluir salsichas, carne moída e outras alternativas de carne, todos focados em reduzir a dependência da indústria pecuária e promover uma dieta mais sustentável.

Beyond Meat

Semelhante à Impossible Foods, a Beyond Meat é outra gigante do setor de proteínas alternativas.

A empresa utiliza uma combinação de proteínas vegetais, como ervilha, arroz e feijão mungo, para criar produtos que imitam carnes de forma convincente.

A Beyond Meat não só se destaca pela inovação em produtos de carne vegetal, mas também pela sua estratégia de mercado.

Ao posicionar seus produtos ao lado das carnes tradicionais nos supermercados, a Beyond Meat facilita a adoção de alternativas vegetais por consumidores habituados a comprar carne animal.

Além disso, a empresa está investindo em pesquisas para melhorar a nutrição de seus produtos, reduzindo o conteúdo de gordura e aumentando a quantidade de proteínas, tudo sem sacrificar o sabor e a textura.

Eat Just

Eat Just, conhecida por seu produto JUST Egg, é uma empresa que utiliza a ciência para criar substitutos de ovos à base de plantas, feitos principalmente de feijão-mungo.

Este produto se tornou popular entre consumidores veganos e aqueles que buscam reduzir o consumo de produtos de origem animal. Além disso, a Eat Just está na vanguarda do desenvolvimento de carne cultivada em laboratório, uma inovação que pode revolucionar a maneira como produzimos e consumimos carne.

A carne cultivada é criada a partir de células animais, eliminando a necessidade de abate e oferecendo uma alternativa que pode reduzir significativamente o impacto ambiental da produção de carne tradicional.

Oatly

Oatly, uma foodtech sueca, tem liderado o mercado de alternativas lácteas com seu leite de aveia.

O sucesso da Oatly se deve especialmente ao seu principal produto, que é uma alternativa cremosa e saborosa ao leite de vaca.

A produção de leite de aveia da Oatly utiliza significativamente menos água e terra do que a produção de leite animal, e emite menos gases de efeito estufa.

A empresa também é transparente sobre seu impacto ambiental, oferecendo aos consumidores informações detalhadas sobre a pegada de carbono de seus produtos.

Essa abordagem sustentável, aliada a um posicionamento de marketing eficaz, fez da Oatly uma das marcas de alimentos mais influentes no movimento de alternativas lácteas.

Leia também: Go-to-market: como funciona, passo-a-passo e exemplos

Qual o papel da tecnologia nas foodtechs?

O papel da tecnologia nas foodtechs é central e multifacetado. A inovação tecnológica é focada especialmente em quatro fatores, sendo eles:

  1. Desenvolvimento de novos produtos

Através de biotecnologia, as foodtechs conseguem criar alimentos que antes pareciam impossíveis, como carne feita em laboratório ou leite sem vacas.

A inteligência artificial auxilia na otimização de receitas e processos, enquanto o big data ajuda a prever tendências e personalizar produtos para diferentes segmentos de mercado.

  1. Aumento da eficiência operacional

A automação e o uso de IA ajudam as foodtechs a reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência, tanto na produção quanto na distribuição.

Isso permite que produtos inovadores cheguem ao mercado mais rapidamente e a preços competitivos.

  1. Menor impacto ambiental na produção de alimentos

A tecnologia permite que as foodtechs adotem práticas mais sustentáveis, reduzindo o uso de recursos naturais, minimizando o desperdício e cortando as emissões de carbono associadas à produção de alimentos.

  1. Experiência do consumidor/usuário (UX)

As plataformas digitais desenvolvidas pelas foodtechs oferecem aos consumidores uma maneira mais direta e personalizada de interagir com os produtos alimentícios, seja através de aplicativos móveis, entrega sob demanda, ou recomendações personalizadas baseadas em dados.

O impacto das foodtechs na indústria alimentícia

As foodtechs estão liderando uma transformação sem precedentes na indústria alimentícia.

Combinando ciência, tecnologia e inovação, essas empresas estão não apenas criando novos produtos e serviços, mas também redefinindo o que significa produzir e consumir alimentos em um mundo moderno.

À medida que essas tecnologias avançam, podemos esperar uma indústria alimentícia mais sustentável, saudável e alinhada às necessidades do futuro.

O impacto dessas mudanças será profundo, moldando desde nossos hábitos alimentares até o futuro do nosso planeta.

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