O que faz um CFO – e o que fazer se acabou de assumir a cadeira
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O que faz um CFO – e o que fazer se acabou de assumir a cadeira

O que faz um CFO – e o que fazer se acabou de assumir a cadeira

Por:
G4 Educação
Publicado em:
15/2/2023

Com uma função estratégica expressiva, muitas empresas entendem a importância de ter um CEO ou um CMO para que o negócio seja melhor direcionado e tenha perpetuidade. No entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre o que faz um CFO - cargo executivo responsável pelas finanças. 

Quando a mudança é inevitável, é normal que as empresas busquem por certezas, principalmente do ponto de vista financeiro. Essa estabilidade pode ser atribuída ao CFO - uma posição que engloba diferentes habilidades e perspectivas.

Um estudo da IBM com 2.000 líderes C-suite descobriu que para 57% dos CEOs, o papel mais crucial para a companhia nos próximos 3 anos é o do CFO, que equipados com conhecimentos e frameworks práticos para o dia a dia, são capazes de entregar resultados confiáveis mesmo lidando com um ambiente volátil.

Com a pandemia e digitalização da economia, adquiriram ainda mais importância para a sustentabilidade e resiliência do negócio, garantindo a agilidade necessária para uma transformação organizacional segura - alinhando velocidade e moderação.

Mas afinal, o que realmente faz um CFO? Apesar da sua importância, muitas dúvidas rondam essa cadeira, e a seguir, explicamos melhor diferentes aspectos desse cargo financeiro. 

O que é CFO? 

Responsável pelas finanças de uma empresa, o Chief Financial Officer (CFO) é responsável por liderar a equipe financeira de uma companhia, assim como desenvolver sua estratégia financeira em diferentes níveis - planejando, organizando e controlando as finanças. 

Além disso, o CFO atua como conselheiro para a liderança, ajudando a tomar decisões estratégicas através de insights financeiros que ajudam a gerenciar uma companhia com mais assertividade e eficiência.

O que faz um CFO? 

As responsabilidades do Chief Financial Officer podem variar de empresa para empresa, mas em geral incluem todo o aspecto financeiro da companhia, entre eles orçamento, relatórios financeiros, investimentos e gestão de risco. 

Assim, algumas atividades-chave para essa cadeira, são:

  • Planejamento financeiro
  • Supervisão da contabilidade e relatórios financeiros
  • Gestão e análise financeira
  • Gestão de risco e regulamentação

Planejamento financeiro

O planejamento é fundamental para empresas que desejam atingir seus objetivos de maneira eficiente, garantindo que as tarefas sejam organizadas e compreendidas por todos. Entre os tipos de planejamento, temos o financeiro, que tem por objetivo elaborar orçamentos, definir recursos necessários, prever fluxos de caixa e estabelecer metas financeiras a longo prazo.

Supervisão da contabilidade e relatórios financeiros 

Como já mencionado, o CFO ajuda a liderança a tomar decisões importantes, por isso, uma de suas principais responsabilidades é garantir a conformidade dos padrões contábeis

Portanto, ele supervisiona de perto a preparação de demonstrações financeiras da empresa, assegurando que as informações necessárias sobre o desempenho financeiro sejam precisas e confiáveis.  

Gestão e análise financeira

Por ocupar um cargo estratégico, é imprescindível que o CFO gerencie ativos financeiros e fluxo de caixa, garantindo estabilidade financeira e identificando novas oportunidades e investimentos.

Além disso, é de suma importância que realize análises financeiras cuidadosas com certa cadência, apoiando decisões e garantindo que a empresa esteja alinhada com suas metas financeiras.

Gestão de risco e regulamentação

Identificar, avaliar e gerenciar riscos financeiros é fundamental para que o CFO encontre soluções práticas e acionáveis, ajudando o negócio a ganhar maturidade e resiliência. Para isso, está constantemente fazendo diagnósticos e análises a procura de um crescimento sustentável e consistente.

Além disso, é responsável por garantir que a empresa esteja atuando em conformidade com leis e regulamentos financeiros.

Quais são os perfis de CFO? 

Assim como vários cargos foram impactados pelas transformações sociais, políticas e, principalmente tecnológicas, o papel do Chief Financial Officer também está mudando. Embora a gestão financeira ainda seja a base de suas atividades e entregas, há uma gama de nuances que envolvem suas atividades.

Após estudar e analisar 100 empresas, a consultoria McKinsey concluiu que existem 4 perfis de CFO no mercado, fruto de diferentes necessidades empresariais - que estão mais ou menos ligados a atividades financeiras tradicionais. Os 4 perfis de CFO, são:

  1. Especialista
  2. Generalista
  3. Líder de desempenho
  4. Campeão de growth

A seguir, explicamos as diferentes categorias de CFO e as empresas que poderiam extrair o melhor de sua atuação. É importante destacar que não existe um perfil geral ideal e sim, o que se enquadra melhor nas necessidades da empresa, em sua estratégia e composição de equipe. 

#1 - Especialista:

CFOs especialistas possuem anos de experiência, diplomas avançados em contabilidade e em geral, passaram por empresas de auditoria. 

Esse perfil costuma ser contratado internamente, e por ter trabalhado em diferentes funções da área financeira - de tesouraria a planejamento e análise - possui conhecimento consistente sobre a empresa e suas atividades, especializando-se em alguma função como regulamentação financeira e contabilidade internacional. 

O Especialista é ideal para empresas descentralizadas, em estágio inicial ou que não possuem uma liderança financeira forte, afinal, seu amplo conhecimento garante processos mais padronizados e eficazes.

#2 - Generalista 

Em geral, o perfil generalista possui grande experiência em operações, estratégia, marketing ou gerenciamento geral e trabalharam sobretudo em indústrias já consolidadas no mercado, como instituições financeiras, petrolíferas e de telecomunicações.

Em geral não possuem conhecimento técnico aprofundado sobre alguma função específica, no entanto, suas habilidades avançadas de gerenciamento, operacionais e de comunicação são úteis e requisitadas por indústrias que detém alto nível de maturidade, principalmente por trazer fortes percepções do setor e da concorrência.

Por trabalhar em mercados mais estabelecidos, o generalista consegue ter mais mobilidade interna, obtendo treinamentos e capacitações para cargos de liderança e de função executiva desde cedo, o que fortalece suas perspectivas administrativas e de gestão.

#3 - Líder de desempenho 

O líder de desempenho é o CFO que possui um alto nível de poder transformacional, e coleciona feitos que impactam não só as finanças mas toda a empresa. 

Com experiência prévia na função, já atuaram em diversas regiões geográficas, e em geral, focam no gerenciamento de custos, uso de métricas e scorecards, além de promover a padronização de dados e sistemas.

Esse perfil é ideal para empresas diversificadas - que precisam analisar e comparar desempenhos de diferentes negócios. Companhias com crescimento agressivo ou que possuem recursos que precisam ser alocados com cuidado também podem encontrar no líder de desempenho uma solução assertiva e eficiente.

#4 - Campeão de growth

Com experiência significativa em fusões e aquisições, o campeão em growth construiu uma carreira consolidada passando por bancos de investimento, consultorias ou private equity, o que lhe rendeu  visão estratégica, autonomia e networking excelentes.

Setores que lidam com mudanças disruptivas e alocação de recursos, assim como empresas que querem crescer ou reformular portfólios através de fusões e aquisições, são os negócios ideais para esse perfil. 

O CFO é uma liderança financeira essencial para qualquer empresa, e deve ser escolhido de acordo com os objetivos e metas da companhia. 

O que fazer ao assumir a cadeira de CFO? 

Uma vez que você assumiu a posição estratégica de CFO, é comum que o trabalho se converta em inúmeros desafios - que precisam ser administrados simultaneamente e de maneira eficaz para a entrega dos melhores resultados.

De acordo com a Mckinsey, o número de atribuições destinadas ao CFO passou de quatro em 2016, para mais de seis em apenas dois anos. Assim, é preciso estar sempre disposto a aprender, evitando o efeito dunning-kruger e incrementando cada vez mais a atuação. 

Atualmente, com a tecnologia avançando, é certo que o cargo continue a evoluir, demandando novas competências e habilidades. 

Para ajudá-lo a atingir um bom desempenho - incorporando aspectos tradicionais e digitais a sua gestão, separamos sete insights para que novos líderes financeiros criem valor desde o começo de suas jornadas - implementando boas práticas e mentalidade de crescimento sustentável.

#1 - Cultive uma visão holística

Formar uma visão crítica e ampla da empresa é fundamental para começar. Reúna informações (baseada em fatos), sobre recursos, estrutura e atividades e as valide com outras lideranças, mantendo-se na mesma página e obtendo uma visão geral da situação. 

Desse modo, é mais fácil construir um planejamento que embora seja ambicioso, está pautado na realidade, se comprometendo com metas ou desejos que possuem informações fundamentadas. 

Utilize esse período inicial para fazer as perguntas certas, que te ajudarão a guiar a área para resultados consistentes e que impactarão toda a companhia. Além de analisar dados, respostas e cenários, é preciso cultivar o pensamento crítico.

Lembre-se de considerar  o mercado e os concorrentes no diagnóstico inicial, enriquecendo a análise e ampliando a perspectiva a médio e longo prazo.

#2 - Facilite a tomada de ação 

Um CFO eficiente entende a importância de garantir resultados no presente sem negligenciar o futuro. Portanto, é necessário identificar alavancas de crescimento e novas formas de gerar valor levando em consideração tendências e fenômenos. 

Com as mudanças climáticas ganhando holofote e uma inflação global levando o mundo a uma possível recessão, é preciso se comprometer com a inovação, ser criativo na alocação de recursos e abraçar novas tecnologias - tornando a empresa mais competitiva para o futuro.

Decisões difíceis se tornam mais direcionadas e embasadas quando os CFOs se comprometem a entender e adaptar-se à mudança - ao invés de mantê-las fora do seu escopo de atividades. Em resumo, é preciso agir. 

#3 - Vá além das mudanças incrementais

Embora agir envolva mudanças incrementais, o ideal é que o portfólio de produtos comporte inovações mais disruptivas e ousadas.

Muitos CFOs encontram dificuldades na hora de avaliar o valor de oportunidades digitais, aquisições ou entrada em novos mercados, e para diminuí-las, é preciso desde o começo, definir o tom certo para olhar essas oportunidades, comunicando-as de maneira efetiva para a liderança. 

Assim, um CFO deve garantir que a empresa tenha ciência de todas as possibilidades de negócio, gerenciando a alta aversão a risco e estimulando uma cultura que abrace o aprendizado.

#4 - Seja acessível e didático

Finanças pode ser um tópico desafiador e de difícil compressão, por isso, deixá-lo acessível e didático é fundamental para ter sucesso. Além de garantir insights mais assertivos para o CEO, mantém todos alinhados e comprometidos com o que deve ser feito.

Quando possível, evitar jargões e nomes técnicos facilita a comunicação e a compreensão. Além disso, compartilhar descrições e breves explicações sobre por que deu certo ou errado, ajuda a educar financeiramente os colaboradores. Por fim, é fundamental manter a estratégia e o desempenho da empresa claros - tanto números quanto dinâmica e conceito sobre cada tópico. 

Resumidamente, ser compreendido e honesto  é de suma importância para qualquer CFO.

#5 - Aprimore a análise e o gerenciamento de riscos

Qualquer planejamento está sujeito a mudanças e cenários adversos, portanto, é preciso aprimorar o reconhecimento de elementos do negócio que estão mais sujeitos a correr riscos; assim, o CFO consegue responder a crises de maneira ágil e eficaz, prevendo diferentes cenários e se preparando para enfrentá-los. 

Durante a pandemia, alguns CFOs foram capazes de reimaginar seus modelos de negócios retendo os gastos e proporcionando mais flexibilidade e opções em seus orçamentos.

De maneira geral, é preciso equilibrar alavancas de crescimento sem deixar de se posicionar para uma possível recuperação. Portanto, é preciso estar atento para cortar custos com agilidade.

#6 - Não esqueça do ESG

Uma pesquisa da McKinsey descobriu que mais de 80% dos líderes C-suite e profissionais de investimentos esperam que iniciativas ESG aumentem o valor para os acionistas e sejam utilizadas pelas empresas como uma maneira eficiente de reduzir os riscos. 

Os CFOs podem ajudar uma empresa a entender melhor a relação das práticas ESG com a estratégia do negócio, impulsionando o valor e a atuação da companhia. 

Ainda de acordo com a Mckinsey, uma abordagem de negócios que prioriza a alocação de recursos para ESG pode:

  • Facilitar o crescimento da receita
  • Reduzir custos
  • Minimizar intervenções regulatórias e legais
  • Aumentar a produtividade dos funcionários 
  • Otimizar investimentos e despesas de capital

#7 - Reúna bons - e diversos - talentos

Além de habilidades pessoais, um bom CFO, foca em reunir uma boa equipe - um grupo com as competências necessárias e de confiança. 

Profissionais voltados para a solução de problemas e que buscam por insights podem ajudá-lo a encontrar dados que ajude a ilustrar movimentações críticas e novas oportunidades que podem passar despercebidas em uma área de finanças tradicional. 

Além de profissionais das finanças, não esqueça de talentos que gerem valor e entregas acima da média, como cientistas de dados, designers e analistas de dados. 

Um CFO eficaz experimenta diferentes modelos operacionais, garantindo versatilidade e agilidade ao setor, priorizando o conhecimento e o desenvolvimento de um time multifacetado e flexível. 

CFO: o cargo estratégico responsável pela saúde financeira de um negócio

De maneira geral, os CFOs trabalham para reduzir custos - olhando para aspectos mais tangíveis da operação.  Além disso, uma vez que estão pensando em conquistar e reter clientes, possuem um olhar apurado para a inovação e a transformação a longo prazo, buscando maneiras de valorizar a proposta de valor e procurar novas alavancas de crescimento.

O vínculo entre o CFO e o CEO tende a ser forte, e embora olhem para objetivos distintos, possuem visões complementares sobre o negócio - alinhando resultado, eficiência e relacionamento. Assim, os CFOs devem aprimorar suas capacidades e reunir talentos para criar uma equipe resiliente, analítica e criativa. 

Em resumo, o Chief Financial Officer deve manter o negócio financeiramente estável sem perder de vista potenciais alavancas de crescimento. 

Estamos, cada vez mais, caminhando para a chamada “low touch economy”, onde negócios precisam ser mais digitais, ágeis e asset light do que nunca. Nessa nova realidade, a máxima “inove ou morra” passa a ser aplicada a todos os setores.

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