O que é branding? [Definição, exemplos, cases e como construir]
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O que é branding? [Definição, exemplos, cases e como construir]

O que é branding? [Definição, exemplos, cases e como construir]

Por:
G4 Educação
Publicado em:
10/1/2023

Definir o que é branding passa por conceituar a personalidade e o propósito de uma marca. Além, como ela reverbera sua missão para o mundo, atraindo uma legião de fãs que advogam por suas causas.

A consultoria Berns Communications elaborou um painel no qual integrantes da Geração Z responderam a uma série de perguntas sobre suas preferências na hora de efetuar uma compra. 

Raramente citam uma mesma marca para consumo, mas apesar da diversidade de opções, as escolhas possuem um sistema de valores parecido. É uma fotografia de um organograma que começa apontar o elemento humano como contraponto às instituições. 

Porque o fato é que a Geração Z já contempla aproximadamente 30% da população mundial. É a maior geração vivendo no planeta, com cerca de 2,5 bilhões de habitantes, e com um incrível poder de compra em torno de US$ 150 bilhões, esse que aumentará 70% até 2027. 

As estimativas são de um relatório divulgado pelo PYMNTS, que traça um perfil comportamental de consumo dessa geração

Essas passarão a ser as premissas de construção de relacionamento entre consumidor e marca, emaranhados em uma jornada mais emocional do que racional. Não se trata mais apenas comprar uma obra de arte: é sobre comprar o posicionamento do artista sobre as questões que o situam e reverberam na sociedade.

Segundo pesquisa realizada pela Ana Couto Branding, 67% dos entrevistados relataram estar mais dispostos a comprar um produto de uma marca que sejam capazes de se conectar a partir de um propósito em comum.

Inclusive, isso é refletido diretamente no ticket médio: a amostragem de pesquisa está disposta a pagar mais por um produto que traga valor agregado embutido. 

De acordo com a pesquisa “The New Science of Customer Emotions”, publicada pelo Harvard Business Review, clientes que conseguem desenvolver um vínculo com uma marca são 50% mais valiosos, em média, do que um cliente já satisfeito. Esses clientes são o sonho de uma empresa: compram mais de uma vez, são menos sensíveis ao preço e reverberam seu propósito ao mundo.

Ter uma marca com personalidade e missão, criar identificação com as pessoas, com suas histórias e suas causas, é um imperativo para empresas que desejam criar experiências memoráveis.

O que é branding?

“Uma marca é um conjunto de expectativas, memórias, histórias e relacionamentos que, juntos, são responsáveis por fazer o consumidor escolher um produto ou serviço em vez de outro”.

Seth Godin, renomado autor de negócios

Pense na Coca-Cola. Ou na Apple. Além da redundância nominal de referência ao nome dessas marcas, você não consegue pensar em suas cores, tipografia, formas, sensações, ou até mesmo lembranças afetivas?

É exatamente essa a função do branding: despertar sensações e criar conexões, essas cruciais para balizar a decisão de compra de um produto ou um serviço. Por que optar por “marca x” no lugar de “marca y”? O que difere uma da outra? É muito provável que seja um trabalho de branding bem feito.

Que para além do jogo da oferta e da demanda, exista encantamento.

Todos os movimentos que uma empresa faz devem reverberar em seu posicionamento de marca: logotipo, fonte, discurso, tom de voz, identidade visual, valores, campanhas, comunicação interna, PR, cultura organizacional.

Um manual de marca é a bíblia cuja empresa irá consultar para fazer qualquer movimento estratégico. Ali estão as premissas de negócio cravadas em pedra, redigidas para serem apresentadas ao mundo.

Tal construção tem o objetivo de criar uma brand persona, ou seja, uma personalidade para sua marca. Se vivemos em um mundo cada vez mais heterogêneo, um cliente que se identifica com a personalidade que você defende, tem a propensão maior de adquirir seu produto ou serviço. 

A oferta é gigante: o catch agora está na capacidade de criar relacionamentos duradouros, com os quais as pessoas olhem e se sintam representadas. Isso gera valor para além do produto. É mais que o produto, é quem a marca é. É a criação de significado por meio de símbolos.

Seu sistema de comunicação deixa claro os motivos pelos quais a marca importa e faz seu consumidor percebê-la como uma solução alinhada ao que procura. Entrega propósito. A Farm, por exemplo, vende o estilo da garota carioca. A Tesla Motors produz computadores sobre rodas. 

É mais do que uma oferta: é uma promessa de transformação. Parafraseando Jeff Bezos, “sua marca é o que as pessoas dizem sobre você quando você não está na sala”. Poderoso, não?

Qual a importância de um branding consistente?

Para além da relação entre marca e cliente, o branding diz respeito também sobre a relação da marca com a comunidade em que ela está inserida. 

Mais uma vez: por que optar por “marca x” no lugar de “marca y”? O que difere uma da outra? No cerne, a importância de um branding consistente tem relação direta com diferenciação de marca, entregar a promessa, conectar pessoas e ir além do corporativismo - você está aqui para impactar o mundo com um propósito.

Um forte posicionamento reverbera para diversos valores intangíveis, mas três  escancarados merecem destaque.

Diferenciação de marca

Talvez o princípio número um que norteia um trabalho bem feito de branding seja transformar seu negócio em algo único. A não ser que você tenha entrado no jogo simplesmente para ser mais um player, você terá que dedicar horas para entender quem você é e qual o seu product market-fit.

Um manifesto de marca que vocifera ao mundo suas pretensões para impactar as pessoas e a sociedade. Uma identidade e experiência visual que transforme a maneira como usuários consomem determinado produto ou serviço. Uma simples aplicação que seja o seu bulls-eye, que resolva uma dor cuja concorrência ainda não fora capaz.

O branding envelopa isso tudo em um manual de coesão. Um planejamento estratégico não para as alavancas de crescimento, mas para as alavancas de conhecimento.

Ter domínio de todas as pontas da sua empresa é, essencialmente, saber como discorrer sobre ela melhor. Logo, é saber vender ela melhor, saber recrutar talentos melhor, saber reter esses talentos melhor. Um ciclo virtuoso do crescimento.

Um exemplo de diferenciação de marca, a efeito de tangibilização, é o case Havaianas. Por décadas, a marca era associada apenas aos chinelos mais populares do Brasil. Seu branding era esse: características físicas do produto, durabilidade e custo-benefício. 

Hoje, porém, as Havaianas ganharam os status do mundo. Já chegaram a ser distribuídas, por exemplo, em sacolas com brindes na entrega do Oscar. 

O que passou a atrair a atenção das maiores celebridades do mundo ao simples chinelo de borracha? Até Messi, o messiânico argentino do futebol, já fora flagrado usando uma havaiana com a bandeira do Brasil. Pois é: o rebranding da marca, que colocou o holofote também para outro público-alvo.

Porque agora usar uma havaiana significa “brasilidade”, o nosso jeito leve de ser. Esse é, atualmente, o branding do produto, que mudou o tom da comunicação, mas continua essencialmente o mesmo.

Propósito não é discurso panfletário: entregue a promessa

Foi-se o tempo cujos manifestos de marca bradavam aos ares valores como “transparência” e “ética”. Essas são premissas que talvez já nem deveriam estar mais sendo discutidas, tampouco vangloriadas como princípios de impacto para a sociedade.

Propósito não é discurso panfletário. Se você possui qualquer intenção de que as pessoas genuinamente se conectem com a sua marca, você precisa acreditar com a mesma verdade nas crenças impostas para seu negócio. 

Esse não é apenas um trabalho de talhar uma pedra bruta até ela se tornar preciosa. É um trabalho de acreditar naquilo que você promete e achar todos os caminhos possíveis para entregar tal promessa. Uma boa estratégia de branding só sobrevive se a empresa entregar o que promete. 

Não é promessa qualitativa do produto ou do serviço oferecido, mas sim a promessa que te conecta com seu consumidor, que o faz enxergar na sua marca um ponto de intersecção com seus valores. Teste cumprir com o acordo para ver se suas taxas de churn não diminuem, ou sua relação CAC e LTV não se torna mais saudável.

Um bom branding está alinhado com os indicadores da escada de valor.

Imagine que você tenha um restaurante e desenvolva um storytelling que remete a um cardápio com insumos majoritariamente orgânicos. Por trás dos bastidores, entretanto, a história não é bem assim, porque os valores dos produtos orgânicos são mais elevados, e as contas do fluxo de caixa não estão fechando.

Logo, você recorre a produtos não orgânicos, mas continua vendendo o ideal de que seu restaurante trabalha com esse tipo de insumo. Os produtos que você usa podem ser até de boa qualidade, mas o que movia os consumidores era a ideia de ter achado finalmente um lugar que servia uma comidinha orgânica. 

Não dá para inventar esse tipo de promessa, se você não cumprir. Ao primeiro sinal de crise, o castelo de cartas desmorona facilmente. Para que inventar algo, se você pode ser algo?

Branding é sobre criar conexões

Criar um trabalho consistente de branding é mais do que fazer com que as pessoas achem sua marca simpática. É fazer, antes de tudo, que as pessoas achem sua marca confiável. Esse é o fisgo para um cliente recorrente, até mesmo para aqueles modelos de negócio que não possuem recorrência.

Não é uma tarefa fácil: o discurso, o propósito, precisam estar atrelados diretamente ao serviço real. Pense quando o Nubank chegou ao mercado. Houve uma onda estrondosa para o sistema bancário se apresentar mais jovialmente, frente à meteórica ascensão da fintech descolada.

Alguns conseguiram se adaptar à nova linguagem, como fora o caso do Bradesco. Entendia que a marca-mãe, tradicional e robusta por sua história, não deveria fazer um rebranding radical apenas para se adequar ao novo momento. Criou, então, o Next, seu banco digital, cujo próprio branding atendia às necessidades emergentes.

Outros não souberam se adaptar. Com seus gigantes tentáculos burocráticos e associações de marcas pré-definidas, tentaram se comunicar com expressões que nunca foram atreladas a sua brand persona. Isso acontecia nas redes sociais, enquanto o atendimento físico continuava o mesmo desastre. 

Tentaram apenas ser simpáticos, mas não cumpriam com a promessa de serem confiáveis. 

Como construir um sólido trabalho de branding?

Passamos por o que significa branding e, sobretudo, qual a importância de fazer um trabalho consistente de marca. Mas afinal, se descermos para o tático, quais seriam as etapas para construir um brand book?

Bem, é sempre válido dizer que os profissionais da área costumam a montar esse tipo de manual conforme o contexto apresentado pelo cliente e conforme o storytelling que vai se desenvolvendo para a marca. É um processo iterativo, pelo qual a troca constante ajuda sempre a refinar um trabalho feito a quatro, seis, oito ou dez mãos em conjunto.

Nas variações provocadas por cada caso, entretanto, há algumas guidelines cujos responsáveis pelo planejamento estratégico da marca se baseiam. Aqui, listamos 8.

  1. Análise de mercado;
  2. Público-alvo;
  3. Storytelling;
  4. Proposta de valor;
  5. Missão, visão e valores;
  6. Manifesto de marca;
  7. Brand persona;
  8. Identidade visual.

#1 - Análise de mercado

O primeiro passo para construir um manual de marca é olhar para o mercado. Independente do seu segmento, é um imperativo entender quem está dentro do jogo e com quais dinâmicas estão jogando. 

Apenas dessa forma você compreenderá as possibilidades ofertadas - e aquelas que ainda não são.

Seu market-fit diz mais respeito a compreender a concorrência do que ter uma ideia genial. É nas minúcias de quem está operando no mercado que você entende o que está dando certo e o que está dando errado. É quase como um estudo de caso.

Isso pode ser feito em um documento de Word. Pegue o nome de todos os concorrentes diretos e transversais que você considera relevante e elenque em pin points os principais pontos fortes e os principais pontos fracos.

O framework do manual de marca deve ser bem visual. Ter um display imagético do mercado te ajuda a encontrar um caminho viável, não aquele baseado no achismo. 

#2 - Público-alvo e buyer persona

Público-alvo é um grupo particular de consumidores aos quais um produto ou serviço é destinado. A buyer persona, por sua vez, é uma representação semi-fictícia do cliente ideal, capaz de orientar o desenvolvimento de produtos para atender às necessidades do seu público-alvo com maior personalização e assertividade.

Imagine que o público-alvo é uma comunidade e que as buyer personas são as pessoas com uma dor. Analise o público-alvo sob um espectro mais amplo, enquanto as personas devem contar uma breve história do exato momento que elas se depararam com tal dor.

Encontrar os exatos momentos de dor te permite adicionar mais detalhes sobre os problemas de seus clientes, além de aumentar a probabilidade de que eles comprem algo de você. Destacar tais detalhes o ajudará a focar nas pessoas corretas.

Esse conhecimento está alinhado diretamente com as alavancas de crescimento e de aquisição, pilares fundamentais para a sobrevivência de um negócio.

#3 - Storytelling

As próximas seções dependem fundamentalmente dessa. Storytelling: a história que você irá contar.

Novamente: a não ser que você tenha entrado no jogo simplesmente para ser mais um player, você terá que dedicar horas para entender quem você é e porque você está decidindo embarcar nessa.

O que te motiva? Qual é o elemento fundamental para a escolha por um determinado produto ou serviço? De que forma suas ações irão impactar positivamente a sociedade? Responder a essas perguntas te ajudam a contar sua própria história.

E se livre das amarras maniqueístas e dos discursos panfletários: é hora de escrever a verdade da sua história. Ninguém entra para brincar. Seu storytelling, se deseja conectar, precisa ser verdadeiro.

“Os consumidores geralmente não se preocupam com quem lhes fornece os produtos ou presta serviços; mas com as próprias histórias”.

Donald Miller, autor do livro Storybrand

Isso significa que as pessoas querem se sentir dentro das narrativas. Não basta você criá-las, se você não consegue inserir uma comunidade que pulse dentro delas. As pessoas desejam pertencer. Esse é o segredo das marcas mais bem-sucedidas do mundo. 

#4 - Proposta de valor

Se o storytelling é a história que você conta sobre sua marca, um dos capítulos deve ser sobre sua proposta de valor.

Proposta de valor é aquilo que a empresa traz de valor agregado para seus clientes. O ponto de associação ao "porquê" de Simon Sinek: Apple, avanço tecnológico; Coca-Cola, o melhor refresco; Nubank, o acesso a serviços bancários.

Para isso, é necessário ter uma visão 360º sobre comportamento de consumo. Por exemplo, segundo o relatório State of the Connected Customer 2022, divulgado pela Salesforce, para 95% dos brasileiros, a experiência oferecida por uma marca é tão importante quanto os produtos e serviços.

Logo, um dos seus pilares de marca deve ser entregar uma Customer Experience (CX) memorável. A disciplina precisa estar entranhada dentro de toda a cultura organizacional, que irá respirar e transpirar mecanismos para que seus clientes tenham uma experiência intuitiva e acessível.

É necessário expressar sua proposta de valor de forma clara, objetiva e, sobretudo, criativa. Se ela não for compreensível a uma pessoa sequer, ela falha em sua missão. Precisa entregar uma mensagem que não dê margem para as pessoas pensarem algo diferente do que você essencialmente é e promete ser. São suas premissas escritas.

#5 - Missão, visão e valores

Se o storytelling é a história que você conta sobre sua marca, outro dos capítulos deve ser sobre sua missão, sua visão e seus valores.

Todos esses conceitos, imageticamente, parecem orbitar a mesma caixa, mas cada um assume uma função específica dentro do seu manual de marca. Se sua proposta de valor diz sobre o valor agregado e o ponto de associação que seu negócio cria no imaginário das pessoas, o que dirá sobre a missão, a visão e os próprios valores?

Pois bem, vamos colocar os pingos nos “i”s:

  • Missão: Por que a empresa existe?
  • Visão: Onde sua empresa quer chegar?
  • Valores: Quais princípios devem orientar o comportamento da empresa?

Em rápidas palavras, missão, visão e valores são os princípios do protagonista (a marca) da história que você quer contar. Por que esse protagonista existe? Quais são suas motivações? Onde quer chegar? Qual o comportamento que orienta sua conduta ao longo dessa jornada do herói?

#6 - Manifesto de marca

Se o storytelling é a história que você conta sobre sua marca, a publicação do livro deve ser o manifesto de marca. 

É o documento que vocaliza sua proposta, sua missão, sua visão e seus valores ao mundo. É uma carta bradada em uma linguagem que todos os seus clientes compreendam.

Um manifesto de marca é um texto afetivo, quase lúdico, que externa publicamente e sintetiza todas as seções elaboradas acima. É um marco importante no projeto de branding, porque é o material que crava a consolidação das partes mais sensoriais e emotivas da marca. 

#7 - Brand Persona

Netflix e Magalu: clássicos exemplos de marcas que você quase consegue visualizar uma pessoa atrás de suas infraestruturas digitais. Tal comunicação não é resultado de um ousado estagiário, que sucedeu estrondosamente em seu trabalho. É uma postura estratégica de branding para criar conexão com seu público-alvo.

Se o storytelling é a história que você conta sobre sua marca, um dos capítulos deve ser sobre tom de voz e linguagem. O tom com o qual você verbaliza premissas como propósito, missão, visão e valores, faz parte do encantamento e do charme do trabalho de branding.

“Não existe humanizar a marca. Nós já somos humanos”

Joel Jota, ex-nadador da Seleção Brasileira e especialista em alta performance

Se as premissas da construção de um brand book orbitam a conexão com as pessoas que irão buscar pela sua solução, é necessário agir como uma pessoa também. Palavras básicas, mas de suma importância. Não tente humanizar uma marca que já deve nascer humana, feita por humanos.

Uma forma de compreender uma empresa dentro de um estereótipo humano é recorrendo aos arquétipos de marca, um ferramental teórico poderosíssimo para ajudar na construção do storytelling de sua brand persona, ou em tradução livre, personalidade da marca.

#8 - Identidade Visual

A identidade visual é a última etapa do processo de branding. Quem irá conceber o design da sua marca precisa estar munido de todas as informações anteriores, para compreender como despertar as sensações nas pessoas, através de uma experiência agradável e intuitiva.

Compreender como despertar sensações envolve a disciplina da psicologia das cores, por exemplo. Ninguém cria algo ao acaso, pelo menos idealmente. Se você cria um negócio de turismo, cuja oferta é apenas destinos de veraneio, sua paleta de cores precisa apontar aquelas mais vivas.

Com a intenção da marca, você orienta as decisões de composição da sua identidade visual. Vai muito além do design. A mensagem escrita precisa estar também estampada em todos os elementos imagéticos.

Cases de branding memoráveis do mercado

Toda essa narrativa foi construída porque hoje encontramos uma base vasta de estudos sobre branding. Base essa acompanhada pelo olhar analítico para grandes empresas que garantiram sua perenidade através de uma presença gravitacional de marca, cujas legiões de fãs as acompanharam fielmente por décadas.

Entre os cases de branding memoráveis do mercado, destacamos 3:

#1 - Dove

A Dove é uma empresa de 1957. Seu branding sempre fora sobre hidratação. Campanhas focadas no frescor e no toque delicado dos produtos serviram como drive da comunicação da marca por décadas. Você comprava mais do que um sabonete; comprava um hidratante.

Em 2004, a marca passou por um rebranding e decidiu mudar seu posicionamento de marca: agora bradaria ao mundo o conceito de “Real Beleza”, uma comunicação inclusiva a todas as mulheres que a acompanharam em sua história de quase meio século.

A Dove abriu a discussão sobre o que é beleza e resgatou o valor do natural de cada individualidade. Toda sua comunicação passou a orbitar em torno desse posicionamento. Suas campanhas não usam modelos, mas sim mulheres de todas as cores e sabores, para mostrar que a beleza está em todas elas.

#2 - Nubank

O famoso “roxinho” mudou o sistema bancário brasileiro. De repente, serviços digitais se tornaram acessíveis e intuitivos, além de reduzirem bons degraus do processo burocrático. Ah, o atendimento estava logo ali, na palma da sua mão. A febre Nubank se instaurou no Brasil. 

O Nubank ganhou uma fatia colossal de mercado porque, além de um produto de excelência, soube entregar uma comunicação fora da curva. Todos os elementos da construção de um branding consistente estão presentes no case do roxinho.

Uma proposta de valor clara: digitalizar o sistema bancário brasileiro. Uma missão: tornar acessível os serviços financeiros para todos os brasileiros. A visão: uma fintech brigar com os grandes bancos. Os valores: aqueles inaugurados por uma brand persona inédita no sistema financeiro.

Moderno, se comunica de forma moderna. Suas funcionalidades são modernas. Sua experiência de usuário é moderna. Nubank reflete todas suas virtudes.

#3 - Red Bull

A Red Bull é a marca de energéticos mais famosa do mundo, mas não porque seu produto é mais gostoso ou funcional do que a concorrência. Na verdade, o energético é bem parecido com os disponíveis no mercado.

A grande sacada é que ela “te dá asas”. Para tudo que é necessário de “asas para voar”, ou em outras palavras, “coragem para executar”, a Red Bull é uma marca que está lá para apoiar.

A Red Bull, uma marca de energético, se aliou a todos os tipos de sensações que pulsam. Sua relação com os esportes radicais, por exemplo, transcende o mercado direto e atinge transversalmente diversos segmentos. É a patrocinadora da aventura.

“Red Bull te dá asas” vende um estilo de vida enérgico e ativo, no qual tudo é possível.

Leituras obrigatórias sobre branding

#1 - Gestão estratégica de marcas

Capa do livro Gestão estratégica de marcas, de Kevin Lane Keller
  • Autor: Kevin Lane Keller;
  • Título original: Strategic Brand Management: Building, Measuring, and Managing Brand Equity;
  • Data da primeira publicação: 2005;
  • Comprar na Amazon.

Sinopse: “A obra Gestão estratégica de marcas, de Kevin Keller, é reconhecida como da mais alta qualidade sobre o tema. Por isso, a adequação feita por Marcos Machado deve ser motivo de comemoração, tanto no meio acadêmico como no empresarial, por oferecer a mais completa ferramenta para a gestão de marcas do mercado brasileiro”, diz Francisco Gracioso, diretor-presidente da ESPM “A publicação no Brasil da já clássica obra de Kevin Keller é uma contribuição excepcional para a evolução da consciência e da prática do branding em nosso país. Sua leitura é obrigatória para todos que trabalham no campo do marketing e da comunicação”.

#2 - On Branding: 20 princípios que decidem o sucesso das marcas

Capa do livro On Branding, de David Aaker
  • Autor: David Aaker;
  • Título original: Aaker on Branding: 20 Principles That Drive Success;
  • Data da primeira publicação: 2015;
  • Comprar na Amazon.

Sinopse: o guru do branding, David Aaker, apresenta neste livro compacto os 20 princípios essenciais para criar e manter marcas fortes. Reunindo e resumindo o que há de melhor no trabalho do autor, esses princípios oferecem uma ampla compreensão das marcas, sua estratégia e construção, e mostram como criar portfólios de marca sinérgicos e eficientes. Esta é, sem dúvida, uma fonte indispensável para gestores, estrategistas de marketing e de marca e uma excelente leitura de entrada para todas as outras publicações de David Aaker.

#3 - Emotionomics: por que o sentimento dos clientes pela sua marca determina o sucesso do seu negócio

Capa do livro Emotionomics, de Dan Hill
  • Autor: Dan Hill;
  • Título original: Emotionomics: Leveraging Emotions for Business Success;
  • Data da primeira publicação: 2008;
  • Comprar na Amazon.

Sinopse: Emotionomics irá ajudá-lo a entender as emoções em termos de oportunidades de negócios. No mercado altamente competitivo de hoje, em que os produtos são muito semelhantes, é o benefício emocional de um produto que pode fazer a diferença. Empresas com trabalhadores engajados e produtivos certamente terão vantagem competitiva.

O livro de Dan Hill inspira-se em descobertas proporcionadas pela interpretação de expressões faciais, a única forma boa e viável de mensurar e controlar as reações emocionais de clientes e funcionários. Ele ensina como alavancar as emoções para obter sucesso nos negócios em termos de marca, design de produto, publicidade, vendas, satisfação do cliente, liderança e gestão de funcionários.

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