Entrevista com Manuela Bordasch, cofundadora do Steal The Look
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Entrevista com Manuela Bordasch, cofundadora do Steal The Look

Entrevista com Manuela Bordasch, cofundadora do Steal The Look

Por:
G4 Comunidades
Publicado em:
29/12/2022

Manuela Bordasch, cofundadora do Steal The Look, plataforma de moda e beleza, referência em conteúdo comprável no Brasil, fala sobre sua experiência como líder desde muito jovem, o M&A com o Magalu e a nova jornada de compra do consumidor.

Estilista gaúcha, ex-modelo, empreendedora, conhecida por seu trabalho como consultora de estilo e designer de moda, Manuela Bordasch construiu uma trajetória de sucesso em uma das indústrias mais competitivas do mundo.

Segundo dados da Statista, a receita gerada pelo mercado global de vestuário vem aumentando gradualmente ao longo dos anos e deverá alcançar quase 2 trilhões de dólares americanos até 2027.

Atualmente, o projeto que Manuela idealizou e cofundou - a plataforma de moda e beleza "Steel the Look" - foi adquirida pela gigante Magazine Luiza e se tornou líder em conteúdo comprável no Brasil, oferecendo peças modernas e contemporâneas para homens e mulheres.

Fundada em 2014, com o objetivo de oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis, a sua companhia tem como foco principal o estilo urbano, com peças modernas e versáteis que se adaptam ao estilo de vida atual.

Além disso, a marca também se destaca por sua variedade de produtos, que incluem camisetas, calças, jaquetas, bolsas e muito mais.

Em uma conversa com o G4 Club, Manuela conta um pouco mais dessa história e dos desafios de ter construído uma carreira bem-sucedida nesse cenário e se tornar referência para tantas outras mulheres.

Passada uma década da criação do Steal The Look, qual é, hoje, o maior desafio do negócio?

Na minha opinião, o maior desafio foi estar sempre se reinventando e acompanhando os movimentos de mercado. É a gestão de um time cada vez maior. Somado a isso, vivemos um momento em que o trabalho remoto/híbrido já é uma realidade que veio para ficar, portanto, é preciso estarmos muito atentas sobre como manter a cultura da empresa viva entre os colaboradores. 

Quais foram as consequências de ter iniciado um negócio em uma posição de liderança muito jovem? Como isso impactou na criação do Steal The Look?

Eu cresci e me desenvolvi como líder ao longo do crescimento do negócio. Obviamente, errei muito, várias vezes até mesmo por falta de preparo e imaturidade em alguns aspectos, mas ao mesmo tempo acredito que de certa forma essa ingenuidade de começar um negócio tão jovem acabou me ajudando.

Sem dúvida, se eu soubesse a complexidade de alguns dos negócios com os quais eu já me envolvi, por exemplo, eu sequer teria começado. 

O que você faria diferente se estivesse iniciando um negócio hoje?

Me aproximaria mais cedo de outros empreendedores. Empreender é uma realidade completamente diferente de trabalhar no mundo corporativo, por exemplo. Hoje, participo de grupos de empreendedores que, sem dúvida, teriam me ajudado muito no início. 

Quais são suas maiores inspirações no universo da moda? E no mundo dos negócios?

Meu time é minha maior inspiração. Admiro muito a resiliência e a garra de todas as mulheres ao meu redor. Cada uma delas vive uma realidade completamente diferente e eu realmente acredito que é possível aprender algo novo com absolutamente todas elas.  

Hoje há muita concorrência com plataformas de outros países, em especial a China, que oferece itens de moda a preços mais atraentes. Como vocês estão lidando com essa circunstância?

Eu vejo concorrência nesse sentido como algo bom para nos mantermos em movimento e jamais cairmos em uma zona de conforto.  

Como vocês constroem e implementam a cultura e propósito da empresa no dia a dia?

Eu gosto muito da frase do Peter Drucker: Culture eats strategy for breakfast (a cultura come estratégia no café da manhã). Acredito que cultura está nos detalhes do dia a dia, que começam a partir da contratação.

Como falei inicialmente, o maior desafio hoje é manter essa cultura em um formato remoto, mas temos uma área específica da empresa voltada exatamente para isso, tamanha a importância da cultura pro nosso negócio. 

O STL foi adquirido pelo Magalu há pouco mais de um ano. Como foi esse processo? Como foi possível manter a identidade e os processos após essa aquisição?

Quem acompanha M&A sabe que esses processos podem ser muito longos. O do STL especificamente levou menos de 4 meses e foi um grande aprendizado pra mim.

Respeito muito o Magalu e como eles conduzem os negócios. Está sendo uma escola. Nunca tivemos uma questão negativa sobre manter a identidade, inclusive porque essa era uma das maiores premissas da negociação.  

Qual o papel da geração de conteúdo dentro do Steal The Look?

O STL é conteúdo. Portanto, esse é o coração do nosso negócio.  

O que é mais importante na moda hoje: seguir tendências ou ter seu estilo próprio?

Sem dúvida seguir o estilo próprio. Tendências são passageiras e vejo a moda como algo para que possamos usar a nosso favor, não ao contrário. 

Como vocês fazem para atender perfis tão diferentes de consumidor, de personalidades, idades, pluralidade de corpos, etnias etc.?

Com um time tão diverso quanto. Acredito que a mudança vem de dentro pra fora, então precisamos praticar internamente o que pregamos. Tendo um time diverso, com diferentes raças, corpos, etnias e muitas, muitas personalidades. 

É possível estar sempre na moda e ainda ter hábitos de consumo sustentáveis e conscientes? Como?

Acredito muito que sim. Um dos pilares do STL é a educação. Portanto, não precisamos ser reféns da moda e sim, aprendermos a como usá-la para repetir e reinventar suas próprias peças. 

O que é melhor: mover o cliente em direção às peças que trarão mais lucratividade ou fazer com que seus anseios sejam atendidos?

Para mim não é nenhum desses casos.

O melhor é educar o cliente a comprar bem. Essa é a melhor forma de manter ele fiel e fazer com que ele crie um vínculo e carinho pela sua marca. O resto é consequência. 

Passado o momento da pandemia, quando as vendas online eclodiram, vocês têm percebido alguma mudança no perfil de compras do consumidor, voltando a fazer mais compras em lojas físicas?

As pessoas ficaram com muito medo das vendas físicas não voltarem. Hoje se provou o quanto isso não é verdade.

Existe uma reorganização do mercado, privilegiando vendas físicas que envolvam experiência. O consumidor está cada vez mais no comando e precisamos respeitar a jornada dele, ou seja: estarmos preparados para que a compra aconteça onde ele quiser.

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