Liderança: 7 habilidades para founders na Web3
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Liderança: 7 habilidades para founders na Web3

Liderança: 7 habilidades para founders na Web3

Por:
Tallis Gomes
Publicado em:
24/7/2022

A próxima geração da internet está em seu início e vem recebendo grandes montantes de investimentos de Venture Capitals, podendo apresentar boas oportunidades para founders. Porém, essa nova rede possui algumas particularidades que envolvem novas habilidades para aqueles que conduzem as iniciativas de liderança na Web3.

A transformação da Web 2.0 para a Web 3.0 (Web3) está em andamento e todos que ocupam uma posição de liderança precisam se posicionar para aproveitar as oportunidades desses novos tempos.

Em dezembro de 2003, o escritor de ficção científica William Gibson escreveu para o The Economist: “O futuro já está aqui — apenas não está distribuído uniformemente” para fazer menção às tendências tecnológicas futuristas que estavam por vir. Essa é uma frase que se aplica perfeitamente à ideia de Web3.

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Ao contrário da Web2 — a web atual, que é dominada por plataformas centralizadas, incluindo Google, Apple e Facebook — a Web3 usa blockchain, criptografia e NFT para tirar o poder das Big Techs e transferi-lo de volta para a comunidade digital. 

Em linhas gerais, ela pode ser considerada uma versão alternativa descentralizada da web, onde os serviços que usamos não são hospedados por uma empresa provedora de serviços, conservando-se o princípio da neutralidade tecnológica, em que todos podem contribuir com um percentual do resultado final.

A forma como a liderança vem sendo exercida pelos seus founders desafia as estruturas hierárquicas e os modelos tradicionais de gestão, mostrando que essa revolução transformará muito mais do que apenas cultura e tecnologia.

Segundo um estudo realizado pela Survey Monkey em 2022, 41% dos entrevistados acreditam que a Web3 se tornará mainstream. Por isso, é fundamental estar consciente de como será operar esta tecnologia e considerar as novas habilidades que serão necessárias para liderar no futuro — porque, sem dúvidas, este será um ambiente muito diferente daquele com o qual estamos acostumados. 

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Nesse sentido, líderes de negócios precisam entender as mudanças nas expectativas dos seus clientes e colaboradores para, então, reconhecer quais novos recursos e mercados essas tecnologias estão abrindo. 

As 7 habilidades a seguir nos mostram porque fundadores da Web3 são únicos e evidenciam o potencial de remodelar a forma como interagimos com as pessoas à nossa volta. Explorar algo tão inteiramente novo e que está se desenvolvendo bem na frente de nossos olhos é determinante para dominar as habilidades de liderança do futuro.

Fundadores e construtores da Web3: as habilidades por trás dos líderes mais bem-sucedidos

Depois de conversar com centenas de fundadores da web3, Morgan Beller, da NFX, catalogou cinco características inerentes a esse perfil. Indo além desse levantamento, penso que existem mais duas habilidades fundamentais que são recorrentes nesse líderes. Assim, é possível identificar sete principais habilidades que estão ajudando a construir as premissas de liderança deste futuro inevitável.

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#1 - Pensadores de Sistemas (Systems Thinker)

Antes de qualquer coisa, os fundadores de Web3 são pensadores de sistemas. Isso significa que são capazes de pensar no todo desde o início da sua execução. Há muito dinheiro envolvido em cada etapa do processo e, por seu caráter descentralizado, qualquer um pode ter acesso ao código aberto e identificar falhas capazes de comprometer a confiabilidade e a relevância do projeto.

Assim, ser capaz de analisar as informações de maneira macro é o aspecto mais importante desse tipo de mentalidade, especialmente após os últimos anos que significaram uma verdadeira curva de aprendizado para founders do mundo inteiro.

#2 - Líderes da Comunidade (Community Leaders)

A grande premissa da Web3 diz respeito à transferência de poder para as comunidades — algo que pode exigir um grau significativo de adaptação para os líderes do futuro, já que é preciso interiorizá-la em primeiro lugar.  

Se na Web2 já era muito importante estar sempre atento aos feedbacks de seus usuários, na Web3 isso é crucial. Em se tratando de redes sociais, tal acompanhamento e interação é especialmente significativo, pois possibilita que a comunidade se sinta parte integrante da equipe. 

Portanto, para que um determinado produto ou serviço continue sendo relevante para a sua audiência, o líder deve estar atento a um modelo de governança comunitária para o crescimento e a construção de um novo caminho para o seu negócio.

#3 - Democrático (democratic)

Os fundadores de Web3 adotam o estilo de liderança democrática em suas companhias. Segundo Alex Taub, cofundador do Upstream: 

“No 3.0, a comunidade é toda sobre propriedade. Fazer parte de uma comunidade significa que você está fornecendo financiamento para administrar a comunidade e ganhando transparência e poder de voto.”

É democracia e cooperação ao invés de hierarquia e imposição para encorajar a sua comunidade a participar ativamente das iniciativas e alterações que se deseja realizar em seus produtos/serviços.

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#4 - Cliente no Centro (Customer Centricity)

Na Web3, a privacidade dos dados é aprimorada por meio da transparência, e a confiança e a fidelidade digitais são otimizadas para permitir que o usuário tenha uma experiência positiva e imersiva em todos os canais de uma marca. 

Esse foco no cliente é tanto uma estratégia quanto um elemento da cultura organizacional. Tem que estar enraizado em uma organização e em seus líderes para ser reconhecido pelo tomador de decisão final: o cliente. 

Ser centrado no cliente é mais do que apenas dizer que o cliente é o mais importante. Trata-se de realmente entendê-lo, antecipar seus desejos, necessidades e preferências para criar experiências e relacionamentos únicos.

#5 -Executor e não apenas consumidor (Pie maker, not taker)

Founders de Web3 colocam a “mão na massa”, ou seja, são executores e não apenas consumidores e pensadores desse novo ambiente.

Executores são pessoas práticas, que têm uma grande habilidade quando se trata de fazer uma ideia se transformar em realidade. Se as empresas de Web2 não estavam necessariamente alinhadas com seus usuários para o crescimento, na Web3 os fundadores entenderam que para vencer é preciso trabalhar de forma objetiva e alinhar todas as partes envolvidas para que o resultado seja o maior possível.

#6 - "Desaprendizes" (Unlearners)

Mudanças significativas e progressivas exigem uma mente aberta. Por isso, grandes fundadores não se prendem a ideias e conceitos passados. Pelo contrário, eles entendem que um cenário disruptivo exige reconsiderar pensamentos e atitudes quando um novo conhecimento precisa ser criado ou aprimorado. 

Assim, são excepcionalmente bons em desaprender o que está obsoleto, selecionando e aplicando apenas os denominadores comuns que ainda são relevantes para essa nova realidade. 

#7 - Adaptabilidade (Adaptability)  

A mudança é inevitável. Já dizia Charles Darwin, “o fator mais importante na sobrevivência não é a inteligência nem a força, mas a adaptabilidade”. 

Portanto, a habilidade de liderança de fundadores de Web3 pelo mundo tudo pressupõe uma mentalidade adaptável para ser capaz de enfrentar mudanças e complexidades constantes, ajustando-se às novas condições. 

Não há 'tamanho único' para liderar a inovação

A web sempre foi sobre conectar pessoas e informações. No entanto, as conversas sobre o tema acabam se concentrando sempre em tecnologia, dinheiro, cultura... e acabamos ignorando as pessoas (os construtores, líderes e fundadores) desse novo espaço. 

A tecnologia Blockchain, em que se baseia a Web3, não se sustenta sozinha e ainda está em seus estágios iniciais. Segundo Bob Greifeld, chairman da Nasdaq, esse é, sem dúvidas, “o maior conjunto de oportunidades em que podemos pensar na próxima década”. 

Ainda que seja possível perceber e selecionar competências-chave em profissionais que estão liderando a migração para a terceira iteração da internet, a liderança na era da Web3 precisa ser fluida e volátil para atender as necessidades dos elementos e estilos descentralizados incorporados a essa nova tecnologia.

Esta realidade é especialmente verdadeira e urgente, uma vez que o recurso mais abundante deste novo mundo são os dados, e novas oportunidades de compartilhá-los estão sendo apresentadas para, finalmente, deixarmos de ser exclusivamente produtos ou beneficiários de modelos de negócios para ocuparmos o papel central de construtores e proprietários de ativos digitalmente exclusivos.

Por isso, há inúmeras possibilidades para os primeiros envolvidos nesse processo de transição, e compreender e aplicar essas habilidades de liderança dos founders da Web3 pode ser mandatório para prosperar nesse cenário.

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